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EVITAR EQUÍVOCOS SOBRE A "MORTE DE DEUS"

Para Nietzsche, não era pelo fato de Deus haver deixado de ser crível, mas devido a maneira fluente com que a ciência se encaixou no mesmo espaço fundamental e segundo ele, ninguém percebeu a sutileza desse acontecimento da Modernidade, exceto Heine e Hegel. De maneira alguma Nietzsche é um niilista passivo, para ele, a morte de Deus foi o maior evento cultural dos tempos modernos, que permite aos “Espíritos Livres” criarem valores. “Deus está morto” deve ser compreendido, também, como não existindo um único princípio que explique a gênese do universo. Embora tenha deixado ambiguidades sobre a transvaloração, o que permitiu diversas interpretações de sua obra, ele não argumentou a favor da “Morte de Deus”, o que de fato ocorre é um relato, conforme Gaia Ciência §125, §343 e no prólogo do Zaratustra.

AMBIGUIDADES DA MODERNIDADE

Se por um lado no mundo moderno encontramos um espaço que nos promete grandes possiblidades de alegria, autonomia, aventuras, crescimento e transformações, ao mesmo tempo, ocorrem ameaças de se destruir tudo o que construímos; os ambientes e as nossas experiências cruzam todas as fronteiras étnicas, geográficas, sociais, religiosas. É certo afirmar que há uma certa união, todavia, essa união é paradoxal, porque existe nessa união uma desunião, devido as constantes renovações, mudanças, guerras, gerando ambiguidade e angústia. No poema, A Segunda Vinda, Yeats mostra essa fragmentação: “Tudo esboroa; o centro não se sustém. A pura anarquia avança sobre o mundo.”(Poemas, Cia das Letras.p.92.).

Para Baudelaire: “A modernidade é o transitório, o efêmero, o contingente, é a metade da arte, sendo a outra metade o eterno e o imutável”(A Modernidade, Ed. Nova Aguilar, p.859). Podemos concluir que a vida moderna é pela ambivalência, pelo fugidio, pelo efêmero, e ser moderno é tomar parte de um mundo onde, como disse Marx, “tudo que é sólido se desmancha no ar”. A transitoriedade moderna, não apenas envolve uma ruptura com as épocas anteriores, ela também, envolve rupturas e fragmentações internas tornando-se um conflito crônico que se intensificou de maneira aguda, ao ponto de abarcar toda a extensão da existência, se estendendo até a contemporaneidade e isso, sem dúvida, nos impele à criação de novas formas onde um problema é suprimido por outro novo, e um conflito por outro, havendo a incorporação do elemento trágico como luta em um sentido absoluto, abrangendo as oposições entre luta e paz de modo relativo, em um movimento que nunca para.

CONSCIÊNCIA GLOBAL PLANETÁRIA

Podemos conceituar consciência planetária um sentimento que conduz ao conhecimento vital da interdependência e da unidade essencial da humanidade, como também, a adoção consciente da ética e de seus comportamentos que implicam em um imperativo básico da sobrevivência e melhoramento da vida humana na Terra. Um indivíduo dotado de consciência planetária reconhece o seu papel no processo evolutivo e age responsavelmente à luz desta percepção, essa orientação que visa melhorar as condições da vida tem de começar a partir de cada um de nós; somente então, é que poderemos ser responsáveis e agentes eficazes na mudança e transformação da nossa sociedade como um todo. A mudança deverá ocorrer a nível individual com a tomada crescente da consciência global planetária e se expandir progressivamente e ascendentemente.

ULTRAMETABOLISMO - A CHAVE PARA PERDA DE PESO SAUDÁVEL

Faz-se necessário perceber que, se nós acumulamos um excesso de calorias durante muitos anos, não será possível restabelecer as coisas em um curto espaço de tempo. Pessoas que esperam fórmulas miraculosas são presas fáceis para os vendedores de suplementos ou até mesmo de regimes “revolucionários”. Nenhum suplemento fará o trabalho de perder peso por nós, nosso melhor arsenal contra os quilos a mais, além de bons conhecimentos sobre nutrição, é a nossa força de vontade em perseverar em nossa meta de se alimentar, corretamente, ao longo de nossas vidas. É necessário, também, saber que, apenas, em um primeiro momento, todos os regimes são eficazes para perder peso. Todavia, nós não devemos confundir perda de peso com perda de gordura. Nem todas as perdas de peso são induzidas por uma redução das reservas de gordura. Temos que saber que uma restrição calórica reduzirá o nosso peso de modo mecânico, através do esvaziamento progressivo do aparelho digestório e, porque a retenção de água se tornará menor por causa da diminuição das nossas reservas de glicogênio, que retém água em nossos músculos, tendo como consequência um catabolismo, onde há perda de músculos ao invés de perda de gordura. Recentes pesquisas mostraram que menos de um terço das gorduras mobilizadas são efetivamente oxidadas; portanto, o fator limitante está na oxidação das gorduras que voltam para o nosso tecido adiposo. Para haver uma efetiva utilização da gordura corporal é necessário aumentar a nossa capacidade oxidativa, acelerando nosso metabolismo para haver uma diminuição do apetite, porque a dificuldade para queimar gordura está associada a uma diminuição metabólica, através de um maior armazenamento de gorduras o que acarreta um aumento do nosso apetite. Para tal é necessário fazer três refeições ao longo do dia; fazendo isso, nosso corpo irá queimar mais gordura com a prática diária ou regular de uma atividade física aeróbica aumentando progressivamente a nossa capacidade oxidativa dos músculos, também, é necessário acelerar nosso metabolismo através de uma alimentação rica em proteínas de excelente valor biológico, gorduras saudáveis, carboidratos de lenta absorção de açúcar, fibras e hidratação adequada. Podemos usar, também, um termogênico para auxiliar na aceleração metabólica. O processo de aquisição e manutenção de um Ultrametabolismo corporal, ocorrerá a partir de uns noventa dias e irá requerer nossa perseverança em manter tanto a atividade quanto uma alimentação adequada.

PARADOXO DA FILOSOFIA

A filosofia traz consigo uma incerteza imortal porque ela se sucede ao longo de milhares de anos, e sua história nunca termina!

DAR AUTENTICIDADE A NOSSAS VIDAS

Nietzsche em um Fragmento Póstumo nos ensina como devemos dar um peso ontológico ao mundo e por conseguinte a nossa vida, “Imprimir ao devir caráter de ser, eis a mais alta forma da vontade de potência”. Na Terceira consideração extemporânea, ele afirma que para tal, devemos assumir por nossa conta a responsabilidade diante de nossa existência, “Temos de assumir diante de nós mesmos a responsabilidade por nossa existência, por conseguinte, queremos agir como verdadeiros timoneiros desta vida e não permitir que nossa existência pareça uma contingência privada de pensamento.” Nietzsche in: Schopenhauer Educador.

 

A TAREFA DOS FILÓSOFOS

Na Genealogia da moral, Nietzsche escreveu de modo enfático em que consiste a tarefa dos filósofos através de todas as ciências, "Todas as ciências devem preparar ao filósofo a sua tarefa, que consiste em resolver o problema dos valores, em determinar a hierarquia dos valores."(GM, 17, nota, p.66, Vozes de bolso).

ÉMILE DURKHEIM E O SUICÍDIO

Émile Durkheim se fundamentou em muitos dados estatísticos para fazer um estudo sociológico do suicídio, mostrando a relação entre anomia, ou seja, a ausência de normas e o índice de suicídio como forte indicador deste, principalmente, em uma sociedade ou em grupo social na era industrial. Por anomia ele compreendia o desregramento (hybris) moral da sociedade, pois os indivíduos não sabiam que normas ou regras seguir. Para ele, o índice de suicídio em determinada sociedade é inversamente proporcional ao grau de integração, quer dizer, das relações dos indivíduos nas estruturas familiares, religiosas e políticas dessa sociedade. As crises sociais carregam em si grande risco de anomias e, portanto, têm grande risco de haver altos índices de suicídio, muito embora, progridam financeira e economicamente.

Durkheim ficou bastante impressionado com os altos índices de suicídio ocorridos na época industrial, concluindo que nas sociedades tradicionais, onde a estabilidade era muito mais coesa, havia uma certa imunidade com relação ao suicídio.

Enfim, Durkheim concluiu que o suicídio é um fato social normal, no entanto, o alto índice de sua taxa é que o torna patológico. Desse modo, o fato social normal é aquele que favorece a integração social e o fato social patológico é excepcional, pondo em risco a integração social. Para ele, havia quatro tipos básicos de suicídio: o egoístico, o altruístico, anômico e o fatalista. Os dois primeiros eram consequências, respectivamente, da subintegração e da superintegração entre o indivíduo e a sociedade. O anômico deve-se a um desregramento moral, e o fatalista a um hiper-regulação moral da sociedade, oprimindo o indivíduo.

 Bibliografia:

1) Sociologia - A. Giddens, Ed. Artmed, R.G. do Sul,4ª ed.,2005.

2) Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Lisboa/Paulo, s/d  

3) Dicionário de Sociologia, JZE, R.de janeiro,1997.

 

PACIÊNCIA E SERENIDADE

Eis duas virtudes essenciais a todo instante, principalmente, no nosso mundo hodierno onde predomina valores de “animais de rebanho”, valores imediatistas para fins de mercado. O pensamento que faz cálculos, é o pensamento tal como foi concebido o conceito de Razão (RATIO) pela nossa cultura ocidental, é a antiga forma que os filósofos contemporâneos chamam de Razão Instrumental. Essa forma de pensamento é dominante em nossa cultura, ele nunca “para”; daí a vantagem da cultura oriental que valoriza a meditação, que traz a paciência e a serenidade. O pensamento que calcula, de forma nenhuma é um pensamento reflexivo, meditativo, criador. O pensamento precisa transpor as barreiras do mero cálculo, para atingir outro nível de pensamento, ou seja, o pensamento que medita e reflete sobre o valor das coisas que nos afeta. Para, assim, direcionarmos nossas vidas, criando sempre valores novos. 

LIBERDADE GREGA TRÁGICA

Os gregos da época trágica, pensavam que a liberdade humana se manifestaria na luta (Agón) para superar as regras imutáveis da natureza (Physis), que foram fixadas pelos deuses.

A CRÍTICA DE NIETZSCHE A NOÇÃO DE FUNDAMENTO

 No que diz respeito a Nietzsche, a crítica à metafísica se deixa perceber através do conceito da “morte de Deus” e seus desdobramentos.

No aforismo 108 da Gaia Ciência, Nietzsche nos adverte que os homens têm que não apenas saber que Deus está morto, quer dizer, que o fim da maneira metafísica de pensar baseado na oposição entre aparência e realidade, verdade e falsidade, bem e mal etc., sejam desconsiderados, tendo em vista que com o esfacelamento da racionalidade medieval e com a ascensão da racionalidade científica moderna, temos como consequência a ausência de um fundamento ou horizonte organizador de nossa cultura, gerando um total esvaziamento dos valores que até então vigoravam no seio do pensamento. Também, vencer a sombra dessa morte que é o ponto máximo do niilismo ativo, sem o qual não poderia ocorrer a “transvaloração de todos os valores”, quer dizer, sem a morte de Deus, a ideia de uma instância transcendente e ideal continuará agindo em nossa forma de pensar, levando-nos a nos submeter, ao criar valores, a essa “sombra da morte de Deus”, ou seja, a essa esfera ilusória.

No aforismo 109 da Gaia Ciência, Nietzsche critica o caráter antropomórfico do conhecimento no que se refere à interpretação moral do mundo a partir da racionalidade filosófica ocidental, que compreendia o mundo ora como uma máquina (Descartes), ora como um ser vivo (Romantismo), ora como Autoconservação (Espinosa) etc., tendo em vista que tais abordagens levam a uma limitação através da antropomorfização, gerando dogmatismos no conhecimento. A nova tarefa segundo Nietzsche seria livrar os seres humanos de um conhecimento puramente ideal e dogmático e convidar a filosofia a se desvencilhar completamente da sombra da morte de Deus “Desdivinizando a natureza” e “Começar a naturalizar os seres humanos”. Todavia, ele nos adverte para não haver um dogmatismo com relação ao conceito de natureza, para não cair num círculo vicioso, e antropomorfiza-la novamente; e para isso quando ele escreveu: “De nova maneira descoberta e redimida” mostra muito bem a abertura para novas possibilidades no conhecimento, para encontrar a partir de sua naturalização um outro ponto de vista para redimir o Homem do peso de toda tradição filosófica ocidental que acreditava em um conhecimento objetivo, ou seja, que a verdade poderia ser descoberta e não criada, como também em um único princípio.

No aforismo 110 da Gaia Ciência, Nietzsche mostra que para a conservação da espécie foi necessário que houvesse entre os homens convenções, sem as quais a vida teria se tornado muito mais difícil, ou até mesmo impossível. A verdade, não é procurada sendo um bem em si, mas, pelo que há de vantajosa para a conservação da espécie, neste sentido, a verdade seria uma “ficção útil”; para tal, foi preciso acreditar “que existem coisas iguais”, “que o nosso querer é livre”, etc.

No aforismo 111 da Gaia Ciência, Nietzsche percebe que o pensamento lógico surgiu do ilógico, e que a partir disso à questão do fundamento do conhecimento torna-se um problema, no sentido de que a base do lógico é ilógica, tendo em vista que não há nada igual a nada, idêntico; ele nos adverte que essas noções lógicas como, por exemplo, o conceito de identidade, surgiu para os homens agirem no mundo de maneira prática, e não para conhecer as coisas em si mesmas. Desta forma, para Nietzsche o conhecimento tem um contexto natural, social e convencional, e a objetividade deve ser considerada uma função prática da subjetividade.

No aforismo 112 da Gaia Ciência, o princípio de causalidade recebe uma abordagem influenciada por David Hume; Nietzsche, coloca a sustentabilidade da causalidade em questão, a partir da consideração de que as percepções habituais dos fenômenos não trazem em si quaisquer garantias quanto à previsão de que eles voltarão a se repetir. O cerne da crítica reside em que não há uma estrutura causal subjacente à realidade, mas apenas a constatação, reforçada pelo costume, de uma sequência espaço-temporal que não tem nada de necessário, e daí a tarefa inútil da ambição filosófica de explicar de modo definitivo, o funcionamento do mundo, pois apenas:

“Um intelecto que visse causa e efeito como continuum, e não, à nossa maneira, como arbitrário esfacelamento e divisão, que enxergasse o fluxo do acontecer — rejeitaria a noção de causa e efeito e negaria qualquer condicional idade” (Nietzsche F.W. A Gaia Ciência-Ed. Cia das Letras).

Assim, fica claro que para ele não há um determinismo entre causa e efeito, desta forma, a questão do fundamento torna-se problemática, porque é contingente e antinômica. No aforismo 344 da Gaia Ciência, Nietzsche observa que no fundamento da ciência não há nenhuma garantia de uma verdade primeira, não há fundamento seguro para se afirmar que a verdade seja melhor que a inverdade, segundo ele, é de uma concepção prática que surge a convicção inconteste da necessidade de verdade que vem como base da ciência, desta forma, ela também ocasiona um dualismo implícito, uma cisão entre dois mundos, onde de um lado temos a verdade e do outro a falsidade mantendo-se na dualidade platônica, negando o mundo das aparências. A ciência seria para Nietzsche uma sombra da morte de Deus, uma nova devoção que recoloca a divisão da realidade, pois, segundo Nietzsche, há uma relação entre a racionalidade filosófica socrático-platônica e a racionalidade moderna, que com sua “vontade de verdade” funda a ciência, que é apenas “uma crença forte”. Não há ciência sem a hipótese metafísica de que a verdade é superior à falsidade.

Na seção do Crepúsculo dos ídolos: A “razão” na filosofia, Nietzsche faz uma crítica radical ao conceito tradicional de razão, percebendo que toda a filosofia clássica desvalorizou a sensibilidade como uma ilusão enganadora, e que a razão concebida como inata, como um a priori, negando todos os seus aspectos instintivos e sensíveis; desta forma ele deduz que “A razão” é a causa de nós falsearmos o testemunho dos sentidos” (Nietzsche F.W. C.I. Pg.36-Ed. Guimarães) por querer afirmar a verdade universal dos conceitos lógicos como unidade, “coisidade”, substância, etc., ou seja, por tentar igualar o que não pode ser igualado. A história da razão foi, desta maneira, uma luta contra os instintos, contra a sensibilidade, não percebendo que para determinar a “verdade” ela precisa dos instintos e da sensibilidade, e o sentido da “verdade” em Nietzsche se concebe pela superação da racionalidade clássica que escapou das crenças, mas não na crença da verdade em si.

Enfim, para Nietzsche não basta que o acontecimento maior da modernidade que foi a “morte de Deus”, seja suficiente para superar o niilismo (sua decorrência); é preciso acabar de uma vez com todas como a Moral, com a Moral entendida como oposição entre sensível e inteligível, com a Moral não natural, para instaurar seu projeto de “transvaloração de todos os valores”. Desta forma, a grande tarefa do pensamento nietzschiano consistirá em procurar estabelecer valores não fundamentados em ratificações transcendentes, puramente inteligíveis. O que ele pretende instaurar é uma luta contra todos os valores atualmente aceitos sem questionamento, o que não se faz pela simples reformulação deles, mas sim pela transmutação de todos os valores estabelecidos. É dentro desta perspectiva que ele parte para a verdadeira crítica, através da introdução na filosofia dos conceitos de sentido e valor, empreendendo no dizer de Deleuze: “a verdadeira crítica que não foi efetuada por Kant”.

DEVAGAR: NOVOS CAMINHOS

Andando devagar, contemplando os diversos eventos que ocorrem conosco com entusiasmo, calma e meditação, tem o poder de aniquilar com nossos problemas, abrindo novos caminhos. Nossa voz interior conversa conosco e diz: quase tudo é possível para quem é magnânimo e perseverante, ande devagar e chegarás aonde desejas, vencendo e superando os obstáculos.

EXPERIÊNCIA COMO CRÍTICA DA HISTÓRIA

A experiência, que em Kant era o indispensável material para o formalismo da Razão, passará a ser concebida por Hegel, como a própria evolução dialética da Razão, através da arte, da religião, chegando na filosofia como reflexão crítica histórica.

VIDA INDEFINÍVEL

A vida não pode ser definida, a não ser que seja vivida pelo ser que a envolve. Experiência mística!

DO MITO AO LOGOS: ORIGEM E SIGNIFICADO DA FILOSOFIA

 As bases da civilização Grega ocorreram do século XII. Ao século VIII a.C., no período chamado de homérico. É de fundamental importância “conhecer” essa época, para nos fundamentarmos melhor em nossa compreensão sobre a gênese da filosofia. Por volta do século. 2000 a.C., pouco a pouco, as primeiras tribos, gregos e aqueus passaram a ocupar a Grécia continental, o Peloponeso e as ilhas do mar egeu, fundando a civilização micênica baseada, principalmente, na agricultura e no artesanato, dirigida por uma nobreza de nascimento. Nessa estrutura imperial, a escrita desempenhava um papel fundamental, quer dizer, era utilizada para a fiscalização, regulamentação e controle da vida econômica e social. Foi logo após a invasão dos dórios, em 1200 a.C. que ocorreu o início do período homérico. Os dórios eram organizados política e socialmente em um regime de genos (Descendentes do mesmo antepassado), enquanto, a civilização micênica era um regime de escravidão coletiva, onde ou correu uma destruição de toda a sua estrutura palaciana, e com ela o desaparecimento da escrita; havendo uma passagem da realeza para aristocracia. Em lugar de um rei, todo poderoso, desenvolveu-se durante nesse período, uma aristocracia que passou a tomar decisões políticas, baseadas em discussões públicas saindo de dentro do palácio para a ágora.Da união do génê, pátrias e tribos surgiram nas cidades com um centro de organização, onde as decisões políticas, militares e econômicas eram tomadas pelos conselhos, e as decisões mais importantes deviam, ainda ser submetidas à assembleia a qual compreendiam todos os cidadãos que pertenciam à cidade. O processo de surgimento dessa nova forma de organização provocou não apenas profundas transformações na vida social, mas também nos hábitos e nas Ideias. Jean Paul Vernant, aponta algumas dessas alterações entre as quais pode ser destacada: a primeira, refere-se ao reaparecimento da escrita no século IX a.C. com uma função completamente diferente, da que havia durante a civilização micênica. A partir disso, a escrita reapareceria em uma função de divulgar aspectos da vida social e política, tornando-se dessa forma, muito mais pública; a segunda dessas alterações refere-se à especialização de determinadas funções sociais, onde não cabia mais ao rei o comando absoluto na tomada de decisões, porque elas agora passaram a ser tomadas através das discussões, com apoio dos conselhos e, também, da assembleia, assim, as decisões passaram a ser vistas como um fruto de decisões humanas e não mais de um rei divino. Essas características expressavam, já, dois aspectos de tomada de decisões inteiramente relacionadas ao conceito de cidadania que foi tão fundamental no mundo grego: o caráter humano e público das decisões ampliou-se o controle dos destinos humanos pelos próprios homens e o acesso de todos ao mundo espiritual e do conhecimento, aos valores e as formas de raciocínio, permitindo que tudo fosse objeto de crítica e debate. As obras de Homero (Ilíada e Odisseia) e de Hesíodo (Os trabalhos, os dias e Teogonia) além de constituírem documentos importantes para o entendimento histórico desse período, permitiram, também, descortinar as características do pensamento então, produzido. Homero, que provavelmente viveu na jônia no século IX a. C, retrata em seus poemas momentos diferentes. A Ilíada mostra um período de guerra e a Odisseia retrata uma época de paz, em um período em que as decisões eram tomadas não mais por um rei, mas por assembleias de nobres. Jaeger em seu livro Paideia, faz uma análise de das obras a partir da qual se pode depreender a importância que elas têm. Homero e Hesíodo escreveram a partir de locais diferentes, enquanto Homero tem sua obra marcada pela descrição da vida e do mundo do ponto de vista da aristocracia da nobreza, Hesíodo em contraposição, coloca-se numa perspectiva que é própria das camadas populares. A concepção do homem distingue de maneira radical Homero e Hesíodo, e isso, traduz a realidade de uma sociedade em que a vida dos indivíduos era marcada por profundas diferenças, dadas as condições sociais. No entanto, ambas viviam em um mesmo momento histórico em que todos os gregos se emanciparam de suas velhas e arraigadas tradições e, a partir de uma herança comum, preparavam um novo modo de viver. O culto aos mortos, essencialmente ligado ao túmulo, é interrompido em função nas transformações dos costumes causadas pela invasão dória e pelas migrações; os ancestrais sobreviveram apenas nos mitos, e o culto não se renovou em torno de novos chefes devido ao novo hábito de incineração dos cadáveres. O contato com grupos de origens e costumes diferentes favoreceu a ruptura com as velhas tradições, fazendo com que partissem do que eles tinham em comum com suas crenças religiosas; os deuses perderam sua sacralidade e ganhavam, assim. humanidade, porque podiam tornar-se objeto de narrativa afastando-se do mistério. Desta forma, a religião dos deuses tomou o lugar da religião dos mortos. É aí, talvez, que se encontra a explicação para a preocupação que era comum a Homero e a Hesíodo, ou seja, aproximar os deuses dos homens, criando um laço forte entre eles, para tornar a vida mais racional e compreensível. Um aspecto que marcou as relações entre o homem e os deuses nos mitos de Homero e Hesíodo, foi a busca da compreensão do universo e de seus fenômenos, por meio da ordenação dos deuses, que passaram a ser vistos existindo dentro de uma certa ordem e hierarquia; esses mitos cosmogônicos buscavam descrever a ordem do universo, vista como surgindo a partir do caos, e de uma genealogia dos deuses. O mundo dos deuses refletia o mundo dos homens e, pela racionalização dos deuses e dos mitos. Estabeleceu-se uma racionalidade para a vida humana. Podendo-se dizer que se encontram uma racionalidade no âmbito do mito porque tanto o mito quanto o pensamento racional buscam uma ordem no universo. Entretanto, essa racionalidade está dentro dos limites do mito, onde a preocupação cosmológica dos primeiros jônicos, considerados como os iniciadores do pensamento racional, esteve presente nos mitos teogônicos de Hesíodo, apresentando elementos da natureza como água, ar, terra e fogo, confrontando-se ou segregando-se e, não mais se um unindo para formar o cosmos. Desta forma, a transição do mito a razão não pode ser analisada como se uma mentalidade pré racional fosse irredutível a racional, quer dizer, a passagem dando se abruptamente do mito ao logos. A causa que Hesíodo encontrava para o trabalho como tendo sido a partir de um determinado momento instituído pelos deuses (como fruto de um ato que era considerado imoral — o roubo). Assim, como estabelecimento de uma genealogia para os deuses, em que se pode destacar o fato da deusa da justiça (Dikê), representante de algo central, ser filha de Zeus. Também apontou para uma busca de uma racionalidade entre os deuses que em última instância espelhava a racionalidade do mundo. Foi no período arcaico entre os séculos sétimo e sexto que o desenvolvimento da polis teve sua característica mais marcante em torno da qual passou a girar a civilização grega. As poleeis, ou cidades estados, compreendiam a cidade em si e, as terras a sua volta garantiam a produção agrícola; elas se distinguiram por serem unidades econômicas, políticas e culturais independentes entre si. A economia mercantil, baseada no comércio entre as cidades e povos, foi uma característica importante das cidades estado. Os gregos produziam e vendiam vinho, azeite, utensílios de cerâmica, importavam cereais e metais. Essa economia foi marcada pela primeira vez na Grécia, por ser uma economia monetária onde, ganhavam-se moedas que eram usadas na troca de produtos e que, também, representavam uma garantia e um símbolo de autonomia da pólis. Nessa economia monetária, os laços políticos tornaram se laços entre aqueles que detinham a riqueza monetária, levando a enormes diferenças sociais gerando crises políticas. Foi Sólon, o grande reformador social, onde podemos destacar entre seus feitos, as seguintes coisas: liberação de terras perdidas por dívida, abolição da escravidão por dívidas, regulamentação dos direitos políticos e a extensão do direito do voto na assembleia, a todos os cidadãos. A identidade política e econômica da pólis levou ao desenvolvimento da noção de cidadania e democracia, sendo um cidadão responsável pela participação ativa nas decisões de organizações da sociedade. Em meio a esse complexo conjunto de relações e diferenciações entre atividades entre grupos e indivíduos; o homem grego tornou-se capaz de transformar o pensamento a várias instâncias presentes em sua vida, tais como: a sociedade, a natureza, sendo capaz de refletir a várias instâncias de sua vida como, por exemplo, a abstração envolvida no uso da moeda, tornou-se capaz de associar o conhecimento com discussão, através de debates, com a possibilidade do diferente, da divergência, impossíveis dentro do mundo que havia dado origem ao conhecimento mítico, marcado pelo dogmatismo. Desta forma, a própria vida social das cidades-estados passou a ser objeto de reflexão, o debate público nelas desenvolvido levava, segundo Pierre Vernant, a uma discussão da ordem humana, procurando defini-la em si mesma e traduzi-la em formas acessíveis à inteligência. As explicações sobre a natureza buscavam, também, a descoberta de uma ordem que lhe fosse própria, a partir de então o universo deveria ser explicado sem mistérios, e o entendimento que dele se obteria devia ser suscetível de ser debatido publicamente, assim como todas as questões da vida corrente.

MORFEU

Leva contigo

toda dor diurna

Oh! gêmeo da morte.

Transforma-nos,

purifica-nos,

oniricamente!

 

Noite adentro...

liberta nosso espírito!

Desvelando nosso imo

secreto de desejos

Imersos na suprema

realidade onírica.

FELICIDADE

 É muito comum, achar que a felicidade seria atingir a satisfação da maioria dos nossos desejos. Isso é uma coisa impossível! Sendo a essência do homem desejo, como bem demonstrou Spinoza no seu livro: Ética, ficamos impossibilitados de atingir a felicidade plena, tendo em vista que nossos desejos não têm fim. A felicidade pertence ao estado contingencial do mundo da vida, sendo essencialmente subjetiva e relativa, e tem a ver com o tempo, no sentido da aceitação da temporalidade, sendo um estado da vida cotidiana. Ela não pode ser buscada, tendo em vista que nada que se encontre “fora” de nós, pode nos trazer felicidade. Portanto, ela se encontra em nós mesmos, nós a criamos “dentro” de nós. Por que esperá-la, amanhã ou em algum tempo futuro? Vivendo aqui e agora, aceitando a tragicidade do mundo da vida, cuidando do que tem verdadeiramente importância para nós, e para com os que estão conosco. O objetivo é fazer a felicidade estar presente em nós, vivendo em nós! Assim, poderemos desfrutar e compartilhá-la com alegria, que é a nossa força maior!

DESCONSTRUÇÃO CRIADORA

Uma leitura hermenêutica-desconstrutiva, pode executar uma maior profundidade a um texto, como também, demonstrar que os significados que nós retiramos dele, poderia ser o oposto do que pensávamos compreender, havendo a criação de um novo sentido.

DIZER SIM, À VIDA!

Para Nietzsche, a moral socrática-judaica-cristã, ao postular um além-mundo verdadeiro, nos educou para negar esse mundo, nos fazendo crer em ideias fictícias, contrárias à vida. Diante disso, para conceber um peso ontológico ao mundo real, ele propôs uma moral natural, com sentimento de inocência e que diz sim, à vida, onde faz uma distinção entre ser pagão, ser natural e ser cristão, ser antinatural e, exemplifica Petrônio, como um tipo de homem que representa uma inocência,em contraposição a Paulo que tentou destruir sua imagem com atividade de falsário, com objetivo de atingir poder, conforme a citação:

“Pagão é o dizer sim ao natural, o sentimento de inocência no natural, a “naturalidade”

“Cristão é o dizer não ao natural, o sentimento da indignidade no natural, a antinaturalidade

“Inocente” é, por exemplo, Petrônio; em comparação com esse homem feliz, um cristão perdeu de uma vez por todas a inocência.

Por fim, porém, como mesmo o status cristão precisa ser meramente um estado natural, mas não pode se conceber como tal, então o “cristão” significa uma atividade de falsário em meio à interpretação psicológica, uma atividade de falsário que é elevada ao nível de princípio...” (Nietzsche, Frag. Póstumos 1885–87 (Vol. VI) Ed. Forense, p. 472–3).

FREUD E O MONOTEÍSMO

Para Freud, o monoteísmo é um avanço em relação ao politeísmo devido a uma "renúncia" aos múltiplos impulsos, constituindo, desta forma, um triunfo humano.

RAZÃO INSTRUMENTAL E RAZÃO CRÍTICA - PRINCIPAL DIFERENÇA

A principal diferença entre razão instrumental e razão crítica para a escola de Frankfurt é que a razão instrumental está a serviço da exploração, da dominação, da opressão e da violência. Em contraposição, a razão crítica reflete sobre os conflitos e contradições políticas, sociais, apresentando-se como uma força libertadora!

 

BREVES PALAVRAS DE NIKOS KAZANTZÁKIS SOBRE JESUS CRISTO

" A substância dualista de Jesus Cristo, o desejo ardente, tão humano, tão super-humano, do homem de atingir Deus, tem sido sempre um mistério profundo e indecifrável para mim. Minha principal aflição e a causa de todas as minhas alegrias e sofrimentos desde a minha juventude, tem sido a batalha infindável e impiedosa entre a carne e o espírito... e minha alma é a arena onde esses dois exércitos se encontram e se digladiam" (Nikos Kazantzákis)

EVOLUÇÃO MATRIMONIAL

Na gênese, 

Eros comanda 

autoritário,

suprindo carências

 desmesuradas.

Então, vem a Philia

para complementar

 tal desmesura,

tornando-se mais sólida a união.

Contudo, 

quando a progênie surge...

Ágape resplandece

para concretizar a

harmonia matrimonial.

EVOLUÇÃO ?

O principal livro de Charles Darwin: A origem das espécies, revolucionou na época a visão que se tinha do mundo, escandalizando inclusive, a "nobreza" inglesa, fazendo suposições novas e instigantes: A Bíblia é uma compilação de literatura judaica, grega, babilônica etc., e não palavra de Deus, ditada pelo Espírito Santo. O homem e as outras espécies, não são criações "diretas" de Deus, provém de uma série de evoluções, havendo a hipótese que surgiram primatas. O mundo, como se acreditava na época, não tinha alguns milhares anos de idade, e sim, evoluído ao longo de milhões de anos. Essas concepções eram de difícil aceitação, não somente pelo nosso parentesco com os primatas, mas também porque era praticamente impossível imaginar um processo evolutivo cósmico sem a "mão" de Deus. Até a época de Darwin, havia um famoso argumento criado por Paley, um teólogo, que afirmava que se fossemos passear no bosque, e encontrássemos um relógio, haveria a suposição de um relojoeiro. Paley, influenciado por Isaac Newton, que havia provado que o mundo era um mecanismo equivalente ao de um relógio. Voltaire, também irá depois dizer: "Tendo em vista que não pode existir relógio sem relojoeiro, assim, o mundo deverá ter também uma inteligência que criou o Universo, deixando, todavia, a história para os homens". A ideia de Darwin de um processo cósmico regendo a si próprio, destituiu a esperança dos teólogos. O homem passou a ser considerado uma etapa da evolução e a velha ideia de ele ser obra suprema da criação, foi por água abaixo. O paradigma da evolução revolucionou o mundo das ideias, acabando com a ideia de uma teleologia da história, do lugar que o homem ocupa no mundo, de que haja um planejamento divino etc.; tendo em vista que supôs que do modo como as coisas evoluem, não há como ser previsível. Todavia, sua contribuição deve, ser vista com olhos críticos, pois sua concepção de luta pela existência e da sobrevivência do mais forte, foi transposto para a sociedade, com Darwinismo social, cujo representante mais insensato foram os nazis, com a ignorância de que que com a evolução, o homem alterou sua forma de agir, quer dizer, gerou uma espécie que criava seu ambiente próprio, culturalmente. Excluindo a concorrência entre espécies diferentes, não podendo ser aplicada às normas dentro da mesma espécie. Ao criar o mito da raça superior, os Nazis cometeram esse grave equívoco, trazendo consequências nefastas para o mundo. Nietzsche, em seu livro: Crepúsculo dos ídolos, se coloca numa posição anti-darwinista, pois para o filósofo alemão" as espécies não crescem em meio à perfeição: os fracos sempre se tornam novamente senhores sobre os fortes. Isso acontece porque eles estão em grande número e porque eles também são mais inteligentes... Darwin esqueceu o espírito (-isto é inglês!), os fracos possuem mais espírito...”. Nietzsche, entende espírito, como: "a cautela, a paciência, a astúcia, a dissimulação" e grande parte de nossas "virtudes" que não passam de mimetismos.

CONHECE-TE A TI MESMO (GNÔTHI SEAUTÓN)

Na Grécia primitiva, de acordo com vários helenistas, o significado dessa máxima do oráculo de Delfos era: "Tu Sabes que não és imortal, sabes que não és um deus", todavia, o seu significado mudou, e, a partir século V a.C., o filósofo Sócrates é considerado pelo oráculo acima, o homem mais sábio da época, pois provavelmente interpretou essa máxima, num sentido da sua própria: "A vida não examinada não merece ser vivida”. Nietzsche, escreveu: " Na origem de nossas buscas, o que o oráculo proclama é: "Conhece-te a ti próprio", para ele, os símbolos apontavam para a libertação do "Eu". Freud, por sua vez, influenciado por Nietzsche, disse que a máxima significava a procura de um eu mais profundo, visando-se "libertar" da força castradora do Superego. No final do século XX, a máxima passou a ser interpretada como: "Tu sabes de onde vens, porque o passado não pode ser destruído e é historicamente conhecido”. A antiga máxima helênica, tem diferentes significados em diferentes épocas, sendo eterna, está aberta para novas interpretações. Ela é de máxima importância na vida de todos nós.

 

CONVITE

A essência convida à existência.

Existindo, a essência brota em si mesma.

Manifestando-se em cada ato de ser.

 Até que a existência convida a essência,

E no encontro que precipita o momento,

Traz o prazer da palavra.

Que se transforma em manifestação,

Para o encontro do outro em si mesmo.

Na fusão do si mesmo com o outro,

Elevação, êxtase, transcendência, superação!

ABERTURA EXISTENCIAL

Tudo em volta,

abre-se em cores.

A essência se aniquila

diante da existência.

O real torna-se mais claro

através da ação.

 

Libertar o Ego,

libertando-se do mundo.

Preocupando-nos,

à distância.

 

Contemplação,

apreciação,

Ação,

transvaloração,

Superação.

A MASSA HUMANA COMO OBJETO - VIL UTILITARISMO

Atado as "banalidades do cotidiano" a grande massa humana ignorante segue sem rumo, acorrentada através dos tempos pelos valores da tradição, forma uma "caoticidade" estéril ao ponto de o homem se tornar objeto, número. Como consequência, há uma crescente supressão das individualidades criadoras de novos valores e uma hipervalorização dos valores "utilitaristas" para fins de mercado, nivelando a sociedade por baixo.

RUMO AO DESCONHECIDO

Percorrer novas estradas.

Nunca com a

mente fatigada.

Em um mundo mentido

Resta nos levar ao

banquete prometido!

Fracos contatos parcos

Muitos para o além

Desperdiçados.

 

Em vão,

Nutrimos esperança

da Eternidade.

No devir: Incertezas.

Momento trágico: Total afirmação

dos Instantes. 

PODER E POTÊNCIA: UMA DISTINÇÃO NECESSÁRIA

Esses dois termos possuem e derivam, respectivamente, do Latim: Potestas e Pontentia, sendo indispensável haver uma diferença entre eles. Spinoza, no prefácio de sua obra: Ética, na parte V, Da potência do intelecto ou da liberdade humana, faz uma sutil distinção, defendendo a tese de uma "potência da mente ou razão "(E, V, Prefácio, p.345, Ed. Perspectiva), ao invés de um poder (potestas) que se pretenderia absoluto e arbitrário. Segundo Gilles Deleuze, " um dos pontos fundamentais da Ética consiste em negar a Deus qualquer poder (potestas) análogo ao do tirano ou mesmo ao de um príncipe esclarecido". " Ele não tem poder (potestas)mas apenas uma potência(potentia) idêntica a sua essência" (Cf. em: Spinoza e os signos, p. 116, Ed. Rés). Para bem compreender Nietzsche em nossa língua quando (Macth) é traduzido por "poder" ao invés de "potência", deve ficar claro que "poder" não implica em ter poder ou domínio sobre os outros e, também, porque para Nietzsche "Vontade de Poder", não é um percurso exterior e, sim, a intensificação de um "poder", identificado através de interpretações a partir de um processo orgânico que pressupõe um perpétuo interpretar.

LIBERDADE - O Si Mesmo e o Outro

Quando as coisas que fazemos, pensamos etc.  são condicionados pelo poder do outro, podemos dizer que não somos livres. Entretanto, quando o que pensamos e fazemos   nos transforma, fluindo completamente a partir de nós, podemos afirmar que somos livres. O Si Mesmo é a nossa autoexpressão e autodeterminação, sendo considerados a essência de nossa liberdade. Quando o Si Mesmo está sob sujeição, não há ação e sim paixão e passividade. O si mesmo é fonte de movimento, de ação que gera mudança, de transformação para agirmos com autonomia. Podemos fazer uma análise e constatar que a política em nosso país, do modo pelo qual é executada, há uma tendência para fazer com que as pessoas se tornem dependentes e percam cada dia mais a liberdade.

NIETZSCHE- UM FILÓSOFO SEMITA

Nietzsche era inimigo do nacionalismo e o considerava uma neurose da Europa de seu tempo. Ele preferia a cultura francesa (Pascal, La Rochefoucalt, Voltaire, Stendhal). Os poucos alemães que Nietzsche admirava eram: Goethe, Schiller, Schopenhauer e o “jovem" Wagner porque esse, depois de ter-se declarado antissemita e nacionalista, Nietzsche afastou-se dele e escreveu: "O caso Wagner" e "Nietzsche contra Wagner”. Para Nietzsche, existiam duas principais imbecilidades alemães: a antifrancesa e a antissemita. Podemos afirmar que Nietzsche foi um filósofo semita. É verdade que ele rejeita as crenças do judaísmo ortodoxo, assim como as do "cristianismo", que para ele deveria ser chamado de "paulinismo”.  O povo judeu, enquanto comunidade humana inspirava-lhe uma grande admiração.

MÃES

Os filhos são as âncoras de vossas vidas.

 Ao porto se chegará 

pela educação ascendente.

O navio apenas está a caminho...

 rumo ao inusitado, ao belo.

 Preparem-se para navegar!

 Haverá tempestades

 que se acalmarão

 com o vosso entendimento

 com união ao capitão. 

DE VOLTA AO LAR

A época do amor

nas ruas acabou.

Cai a noite!

Rompe direto

para nosso lar.

Onde as pessoas

ainda sentem

e não apenas escutam.

 

Gente viva,

transbordante de vida.

Sorrisos de divindades

à procura de trazer de volta

a sensibilidade perdida.

Onde o tempo nunca

é desperdiçado.

Onde nunca se espera,

sempre se alcança.

Nossos mais profundos

 desejos!

MITO INDIVIDUAL

Espectro dissociado e alienado,

Vive a ilusão da Unidade.

Percorre a vida obnubilado.

Descentralizado, vive as quimeras

do mito individual.

 

Até que irrompa em seu ser,

a luz da linguagem.

Estruturada pelos Mathemas...

Perdidos no inefável,

Mundo da dialética metafísica. 

DESPREZO

Pobre,vã ,

pueril humanidade.

Não tem desprezo

pelos Porcos de Guerra.

Continuem morrendo...

Não enxergam

que vosso sangue

apenas serve de humilhação.

Enquanto eles aumentam

 infetos poderes,

Usurpando nossas vidas

enfraquecidas?

CAMINHOS NIETZSCHEANOS

Estamos caminhando pelos

desígnios místicos da Vida.

No Conhecimento:

Antropomorfismos.

Total liberdade para criar

novas possibilidades.

Eterno movimento

perspectivista.

Sem começo, sem fim.

Eterno Retorno do instante.

ETERNO CAMINHO

Com a objetividade tentamos alcançar a universalidade, com a inteligibilidade tentamos antecipar as incertezas, com a dialética progredimos para uma nova compreensão em um caminho que nunca para. 

QUESTÕES DE VALORES

Devemos evitar fazer uma reificação dos valores, ou seja, conceber nossos valores, acreditando, por exemplo, que uma coisa boa seja uma característica inerente a determinado objeto, p. ex: Viajar é bom. O uso do verbo ser deve ser feito com muita cautela para não reificarmos, quer dizer, convertermos algo em coisa, fazendo, assim, uma coisificação.

INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO DE NIETZSCHE

O pensamento de Nietzsche se caracteriza, fundamentalmente, por executar uma crítica radical da filosofia, em sua base metafísica, na tentativa de superá-la. Para ele, foi Sócrates o responsável pela divisão no pensamento, entre mundo real e o mundo aparente sendo o verdadeiro fundador da metafísica ao postular um além-mundo inteligível onde, o mundo efetivo, o real, foi considerado como aparência, implicando em sua desvalorização. Em seu escrito, “Humano, demasiado Humano", ele afirmou que toda metafísica poderia ser definida como:"(...) a ciência que trata dos erros fundamentais do homem, mas como se fossem verdades fundamentais” (Nietzsche: HDH; pg.28,Cia das Letras).A metafísica, ao postular um além-mundo inteligível que seria o fundamento do real, ou seja, do mundo efetivo, faz nela uma bifurcação, e isso implica uma dicotomia que conduz o pensamento filosófico na tentativa de conhecer a essência das coisas, o mundo como é em si mesmo, ou seja, conhecer e corrigir o Ser "(...)aquela inabalável fé de que o pensar, pelo fio condutor da causalidade, atinge até os abismos mais profundos do ser e que o pensar está em condições, não só de conhecê-lo, mas inclusive de corrigi-lo"( Nietzsche:NT,p.93,Cia das Letras). Tendo em vista que a “substancialização” ou “essencialização” do real aponta para a direção de uma verdade fixa, permanente, imutável, eterna, universal, e por conseguinte, à procura de um fundamento que seria a origem ideal e o significado do mundo. Assim, na obra que inicia sua maturidade intelectual, a partir de "Humano demasiado humano", a tarefa do pensamento nietzscheano consistirá na eliminação de qualquer ideia de um fundamento metafísico, transcendente, e de qualquer componente que postule um além-mundo inteligível na elucidação dos juízos de valoração morais. A moral, a partir de "Humano demasiado humano", passará a ser concebida como uma criação totalmente humana e, portanto, uma crítica em sua base passará a ser justificada, pois, a partir do momento da negação de todo e qualquer componente transcendente, a gênese dos juízos de valoração morais passará a ser, "Humana ,demasiada humana"."(...)Onde vocês veem coisas ideais, eu vejo - coisas humanas,ah, somente coisas demasiadas humanas!”( Nietzsche:EH-pg.72 , Cia das Letras).A crítica do pensamento de Nietzsche a moral e a metafísica têm como causa o fato de que toda a tradição filosófica ocidental após Sócrates, ter sido fundamentada radicalmente no primado da consciência, gerando desta forma, uma filosofia do sujeito e da representação. "Por longo período o pensamento consciente foi tido como o pensamento em absoluto” (Nietzsche: GC-333, p.221, CIA das Letras). Assim, podemos afirmar que a consciência foi concebida como o recinto por excelência do pensamento filosófico, até o martelo de Nietzsche "quebrar essa e concepção, ou melhor, a concepção de que o conceito de consciência esteve sempre ligado intrinsecamente com o próprio pensamento, havendo uma identidade entre eles. Para Nietzsche “a consciência desenvolveu-se apenas sob a pressão da necessidade de comunicação"; Nietzsche: G.C.354, pg.248, Cia das Letras). Desta forma, Nietzsche observa que os seres vivos em confrontação, por meio da luta com o meio ambiente, tiveram que adquirir órgãos capazes de lhes assegurar a sobrevivência, a consciência seria um desses órgãos, e como ele bem escreveu: “A consciência é o último e derradeiro desenvolvimento do orgânico e, por conseguinte, também o que nele é mais inacabado e menos forte" Nietzsche: GC-11, pg.62, CIA das Letras). Assim, fica esclarecido que a consciência não é uma instância inata, a priori no ser humano, como pensou toda a tradição filosófica, ela surgiu como um meio de comunicação e o que se dá ao nível da consciência é apenas o mais superficial e encobre a atividade maior que é a inconsciente “apenas começa a raiar para nós a verdade de que a atividade de nosso espírito ocorre, em sua maior parte de maneira inconsciente” (Nietzsche:GC-333, p.221, Cia das Letras).Na modernidade, com o advento da filosofia de Descartes, houve uma preponderância do conceito de consciência como res cogitans e, assim ela passou a ser a condição sine qua non para todo filosofar. Ora, se Descartes, ao “descobrir” o cogito, fez uma retomada de uma nova maneira, através de um longo percurso de transposições de concepções tais como: A ideia, Motor Imóvel, Substância, Deus etc. ele continuou segundo Nietzsche, preso à dicotomia substancial que foi instaurada pelo Platonismo. Para Nietzsche, espírito e corpo não constituem unidades distintas entre si, mas estão totalmente e intrinsecamente relacionadas. O eu consciente, que foi considerado pela filosofia como o núcleo onipresente, ser pensante da vida, passa, após a crítica demolidora de Nietzsche, a ser considerado como uma “pequena razão”, tornando-se instrumento da “grande razão”, ou seja, das funções orgânicas que permitem ao ser humano conservar-se e expandir suas forças. Desta forma, para Nietzsche o pensamento não pode ser confundido com a consciência, muito pelo contrário ele ultrapassa a ideia de consciência de toda a tradição filosófica. Nietzsche percebe que atrás do conceito de consciência está a noção de um “sujeito", de um "eu" e para Nietzsche a identificação do sujeito com a razão é uma “ilusão”, uma “ficção”, “um artigo de fé”, enquanto fundamento da verdade através da linguagem é um" jogo de forças". "Não existe um Ser por trás do agir, a ação é tudo”. “Pois assim como o povo distingue o corisco do clarão, tomando este como ação, operação de um sujeito de nome corisco, do mesmo modo a moral do povo discrimina entre a força e as expressões da força, como se por trás do forte houvesse um substrato indiferente que fosse livre para expressar ou não a força. Mas não existe tal substrato; não existe "ser" por trás do fazer, do atuar, do devir; “o agente " é uma ficção acrescentada a ação- a ação é tudo.” (Nietzsche: GM:p.36, Cia das Letras). Influenciado por Schopenhauer e Spinoza, Nietzsche toma o corpo como fio condutor, e desta forma inverte o pensamento de toda uma tradição idealista, que sempre privilegiou a consciência, a alma, como instrumento para o saber; seu objetivo consiste em romper com o dualismo mente/corpo que predominou em toda a história da filosofia, para estabelecer o corpo como uma “grande razão”. “E frequentemente me perguntei se até hoje a filosofia, de um modo geral, não teria sido apenas uma interpretação do corpo e uma má-compreensão do corpo” (Nietzsche: GC-2, p. 12, Cia das Letras). A concepção que Nietzsche tem sobre o corpo, é como sendo uma sede de uma multiplicidade de impulsos hierarquicamente organizados, de modo a formar um todo orgânico, onde não há um sujeito racional que comande todas as suas funções, tendo em vista a complexidade do dinamismo corporal. Ou seja, para ele seria impossível a um único órgão manter um controle total sobre o organismo. O corpo seria a “grande razão”, a consciência é caracterizada como um instrumento, como a “pequena razão”. “Instrumento de teu corpo é, também a tua pequena razão meu irmão, à qual chamas “espírito”, pequeno instrumento e brinquedo da tua grande razão” (Nietzsche; Z; Dos desprezadores do corpo, p. 51, Ed. Civ. Brasileira-1977). Desta forma, fica claro que em contraposição ao dualismo mente/corpo, Nietzsche entende o corpo como uma multiplicidade de Vontades de Potência, ou seja, o corpo como uma grande razão representando uma síntese mais complexa de que a abstrata ideia de uma unidade representada pelo “eu”. “Atrás de teus pensamentos e sentimentos, meu irmão, acha-se um soberano poderoso, um sábio desconhecido - e chama-se o ser próprio. Mora no teu corpo, é o teu corpo”. (; Nietzsche, Z; Dos desprezadores do corpo, p. 51, Ed. Civ. Brasileira, (1977). A metafísica é compreendida por Nietzsche, de uma maneira fragmentada e hierarquizada entre dois mundos: o mundo inteligível, "superior", verdadeiro e o outro, o mundo aparente, sensível, "inferior"; inter-relacionado com o problema dicotômico espírito/corpo, herança Platônica que funcionava como fundamento do mundo sensível. Com a remissão nietzschiana ao corpo, aos afetos, aos sentimentos, aos instintos, à Vontade de Potência, colocando em xeque, as noções cartesianas, herança do Platonismo, tais como: substância, unidade, permanência, eu. Pela concepção filosófica tradicional o homem através do uso da razão, da consciência, foi concebido como critério para avaliar os valores, mas para Nietzsche é justamente o oposto. O homem não é o critério “o homem é algo que deve ser superado” e sim, a Vida, a vida compreendida como Vontade de Potência, é que estratifica a criação dos valores, contudo não de maneira fundante. Sempre de maneira perspectivista, que cria constantemente e incessantemente novos horizontes de significação, em um jogo que não para, visando a afirmação cada vez mais vigorosa das relações de força com a vida. Ao postular um eu que seja o aspecto fundante, a metafísica criou dicotomias insolúveis, com as quais ,pretendeu explicar os fenômenos do mundo, daí a afirmação de Nietzsche “A crença básica dos metafísicos é a crença nas oposições de valores” (NIETZSCHE;BM;pg.10; Cia das Letras)  que vem abalar a fundamentação de tal procedimento, pois, problematizar a noção de eu, de consciência, de razão, implica deixar para trás, tanto a unidade quanto sua oposição, a pluralidade entendida pelos metafísicos como oposições. O corpo criador está num horizonte isento de preocupações fundantes ou sistemáticas “(...)desconfio dos sistemáticos e me afasto de seus caminhos. A vontade de sistema é uma falta de retidão.” (NIETZSCHE: CI; p. 13,Ed. Relume Dumará,1988).Quando Friedrich Wilhelm Nietzsche emprega o corpo como fio condutor para fazer oposição ao idealismo, que coloca a crença platônica do corpo com “prisão da alma” vista no diálogo Fédon ,levando desse modo uma relevável consideração aos sentidos, instintos, afetos como meio das relações de poder que estão sempre em movimento, critica ,de forma incisiva todos os idealismos da tradição filosófica embasados na postulação de um mundo suprassensível, pois, para Nietzsche o corpo é um fenômeno muito mais evidente do que a fé na suposição de um "eu", de uma alma, de um espírito. O uso do corpo como fio condutor proposto por Nietzsche para fazer oposição a toda herança filosófica ocidental socrático-platônica, faz com que os sentidos, os instintos, os afetos obtenham um lugar privilegiado na filosofia, fazendo com que todas as criações de valores tenham um fundamento corporal, pois eles afirmam o corpo e a terra “(...) permanecei fiéis à terra e não acrediteis nos que vos falam de esperanças ultraterrenas” (Nietzsche. 30, Ed. Civ. Brasileira 1977). A tentativa de transvaloração dos valores entra em cena, com a colocação do corpo como “um soberano poderoso, um sábio desconhecido” e assim, inverte o primado da consciência instalado por Platão e, levado ao ápice com Descartes, com o a concepção do cogito, como instância reveladora da verdade. Todavia, deve-se ficar esclarecido que Nietzsche não pretende inverter a dicotomia alma/corpo, para corpo/alma, permutando as estimativas de valorações, para ele o corpo é uma “grande razão” uma multiplicidade de Vontades de Potência, sendo concebido como em um inexaurível campo de lutas , e um "jogo de forças " entre os diversos instintos ou impulsos, numa busca para obter preponderância sobre instintos mais fracos, da vitória que nunca cessa, onde os sentimentos, os instintos, os desejos, os pensamentos estão inter-relacionados, não constituindo, desta forma, atividades autônomas. As atividades do corpo funcionam como meios de expressão, sintomas de crescimento ou declínio da Vontade de Potência, estando em relações agonísticas múltiplas que nele se consumam sem cessar. Fizemos esse percurso, apenas para mostrar que a hipervalorizarão do conhecimento racional efetuado por Sócrates, culminou para Nietzsche na decadência da cultura. Agora, voltaremos a questão do conceito de consciência e de razão, para mostrar a crítica que Nietzsche fez a moral e a metafísica, pois para ele, toda filosofia ocidental após Platão é uma filosofia Moral, haja vista, a oposição entre sensível e inteligível. Em Humano, demasiado humano, Nietzsche inicia sua crítica as interpretações metafísicas transcendentes que foram alicerçadas na postulação de um saber em si, de um bem em si, ou seja, ele questiona a pretensão transcendente na formulação desses conceitos, o essencialismo, fruto do platonismo que se põe além do mundo da experiência e da vida; e para tal, indica que os conceitos metafísicos têm sua gênese na história humana, não havendo como ser considerada a possibilidade de eles provirem de uma essência transcendente, que distinguiria o homem dos outros animais. Desse modo, ele mostra o condicionamento das noções metafísicas que foram consideradas incondicionais e atemporais. " Já a filosofia histórica, que não se pode mais conceber como distinta da ciência natural, o mais novo dos métodos filosóficos, constatou, em certos casos(e provavelmente chegará ao mesmo resultado em todos eles), que não há opostos, salvo no exagero habitual da concepção popular ou metafísica, e que na base dessa contraposição está um erro da razão" (NIETZSCHE:HDH,p.15, Cia das Letras) Para o filósofo da Alta Engadina,a consciência tem em sua formação ,componentes históricos,sociais,psicológicos, e assim chega-se à conclusão que o mundo não é mais "nada" do que o produto de representações, que em nada correspondem Ao “mundo efetivo”, ao real. Através do uso da consciência pela linguagem, os homens pensaram que tinham acesso direto a esse mundo  "(...) o criador da linguagem não foi modesto a ponto de crer que dava às coisas apenas denominações, ele imaginou, isto sim, exprimir com palavras o supremo saber das coisas"(NIETZSCHE:HDH,pg.21, Cia das Letras).Dessa maneira, vimos que os conceitos tais como: consciência e seus correlatos: "alma" e "espírito", foram vinculados a tradição metafísica, que por sua vez destacaram uma "essência" que não é humana, estando ligada a uma esfera transcendente.

CALOROSA PRESENÇA

Com sua presença

senti uma alegria

que há muito desejava.

Seu sorriso abraçou-me

renovando-nos plenamente.

Transmutando-nos com

beijos e abraços.

Fria a noite estava.

Sua presença transformou-a

em calor humano.

Calor que sorri.

Calor que chora.

Calor que nos transforma!

Calor que desiste do

espírito de vingança.

Calor que aniquila

todo sentimento hostil.

Calor que alimenta a esperança.

Calor que vence o cansaço.

Calor que enxuga lágrimas.

Calor que traz novas conquistas.

Calor que nos renova

no caminho da luz e da

liberdade.

EQUÍVOCO NA DIVISÃO DO PENSAMENTO OCIDENTAL

Há aproximadamente 3 mil anos, o pensamento filosófico ocidental esteve dividido em duas correntes aparentemente opostas. A corrente de Platão que foi até Whitehead e a de Heráclito que foi até Hegel, Marx e Nietzsche. De um lado a realidade última do mundo residiu nas formas imutáveis, sendo considerada invariante na sua essência. Do outro lado foi, no movimento, na impermanência, no devir e na evolução que residiria a única realidade do mundo. Todavia, segundo K. Popper, essas construções que foram apresentadas como a priori, em verdade eram construções a posteriori, que foram usadas para fundamentar uma teoria ético-política preconcebida. Para a ciência o único a priori é o postulado da objetividade, que deixa de lado o debate entre imutabilidade e a mudança para focar no estudo da evolução do universo.

REFUTAÇÃO DE TEORIAS CIENTÍFICAS SEGUNDO KARL POPPER

Karl Popper propôs um mecanismo de falseabilidade como ferramenta lógica para refutar teorias científicas, que consiste em: Um enunciado ou uma teoria tem de serem refutados empiricamente para serem científicos. Para ele, uma teoria científica autêntica deve ser ousada e ir além dos dados empíricos disponíveis, desde que seja refutável. " Admitirei certamente que um sistema só é empírico ou científico se for suscetível de submeter-se a testes experimentais. Estas condições sugerem que a falseabilidade e não a verificabilidade de um sistema que é preciso tomar como critério de demarcação. Em outros termos, eu não exigiria de um sistema científico que pudesse ser escolhido, uma vez por todas, numa acepção positiva, mas exigiria que sua forma lógica fosse tal que ele pudesse ser distinguido, mediante testes empíricos, numa acepção negativa: um sistema que faz parte da ciência empírica deve poder ser refutado pela experiência" (Karl Popper, in: A lógica da pesquisa científica).

KARL POPPER E O CRITÉRIO DA FALSEABILIDADE

Popper considerava que é impossível encontrar um critério (ou conjunto deles) que permitisse provar a verdade de uma proposição ou teoria. No entanto, se não se pode provar que uma proposição é verdadeira, pode-se provar que ela é falsa, sob condição de que se possa testá-la, ou seja, colocá-la à prova empiricamente. Se ela satisfizer a essa condição está, desta forma havendo uma demarcação do que é ciência e de que não é. Ao contrário, uma teoria que é capaz de tudo interpretar, sem contradição, não deve ser tomada por uma teoria científica. Enfim, é através da refutação que uma teoria encontra a demarcação a fim de satisfazer os critérios de cientificidade, por isso, para Popper, a ciência consiste não só em confirmação de hipóteses, mas em provas para ver se elas são refutáveis empiricamente, através da identificação de contraexemplos, p.ex. Não podemos provar se a psicanálise é verdadeira, porque não podemos torná-la falsa.

GILLES DELEUZE ALERTA OS LEITORES DE NIETZSCHE

Segundo Gilles Deleuze, a crítica nunca deve ser concebida como ressentimento, nem como vingança, segundo ele: "A crítica não é uma re-ação do re-sentimento, mas a expressão ativa de um modo de existência ativo: o ataque, e não a vingança, a agressividade natural de uma maneira de ser, a maldade divina sem a qual não se poderia imaginar a perfeição". Ver: EH, "Porque sou tão sábio".

HERÁCLITO DE ÉFESO

 Obscurecido pela perfídia do mundo

 As lágrimas de Heráclito,

 Ardem no fogo.

 Através do Eterno Retorno,

 O Logos proclama o Ser

 Afirmando a autêntica existência

 Esquecida pela divisão do mundo.

 

 A lareira está acesa.

 O Fogo contempla a noite.

 Os deuses estão presentes.

 Estranha proporção dos contrários.

 Desordenadas...

 As lágrimas acabam em cinzas.

 Fênix ressurge!

 Anelando o Eterno Retorno.

HIPOCRISIA DOS CRISTÃOS E DA IGREJA

" Os cristãos nunca praticaram as ações que lhes foram prescritas por Jesus: e o falatório descarado sobre a "fé" e sobre a "justificação por meio da fé", assim como sua significação suprema e única, é apenas a consequência do fato de a Igreja não ter tido nem a coragem nem a vontade de se entregar às obras que Jesus exigia". (Nietzsche, Frag. Póstumos, 1887-89.

CONDUTA NOS CAMINHOS

Ao querermos realizar tudo rapidamente, colhemos decepções. Mudando nossas atitudes, focando no planejamento de estratégias, as portas dos caminhos se abrirão e tudo fluirá mais harmoniosamente!

CONFUSO E ATORDOADO

Sempre, sempre

fica a dúvida.

Você quer se aproximar.

O sentimento está explícito.

Mas eu ando confuso.

Essa dúvida me faz

perder a cabeça.

Estou confuso e atordoado.

 

Você sabe que sim.

Chamou-me de louco,

Não pôde ver além?

Pense e veja além!

Porque eu não quero

ficar louco pela confusão.

Sim! A dúvida pode

enlouquecer.

Devolva-me a luz solar.

Ela brilha com você!

Seu reflexo em mim,

vidas paralelas!

 

Apesar de tudo,

meu coração está inteiro.

Ele tem uma grande alma!

E se você quiser,

o amor dará um jeito

para superarmos

e chegarmos a uma conclusão.

O amor sempre dá um jeito.

Ele quer acabar com toda confusão.

O amor faz a luz do sol brilhar,

e me devolver a lucidez.

PENSAMENTO E VIDA

A filosofia de Nietzsche é interpretativa por excelência, porque, para ele o conhecimento é perspectivista; diante disso, nunca devemos absolutizar ou categorizar os conceitos usados por ele ao longo de sua obra. A sintonia direta com a vida representa para ele o início da "verdadeira" filosofia, o autêntico filósofo é aquele que faz experiências com a vida, não separando pensamento e vida, todo academicismo representa um sintoma que a vida declinou e colapsou com a vida prática separando-se dela, tornando-se puramente teórica.

O QUE DIZER DESSE FRAGMENTO DE ROUSSEAU, PERGUNTA-SE!

"A partir do momento em que o serviço público deixa de ser a principal preocupação dos cidadãos, que preferem servir com o dinheiro, e não mais com o seu empenho pessoal, o Estado está perto de desmoronar". (Rousseau, Contrato Social)

CRESPÚSCULO VERMELHO

A luta continua

A incerteza do momento

é necessária a passagem.

As fronteiras estão fechadas

O plano há foi muito foi arquitetado

Não há saída!

Desesperadas

As flores vermelhas murcham

dia após dia.

Os olhares das Águias

acima nas montanhas

Observam suas presas

Prontas para agir.

A renovação está perto!

TODOS NÓS ... NINGUÉM!

Estamos perdidos no mundo do ente, esquecendo o Ser, ou seja, a realidade maior. Infelizmente, a inautenticidade sempre se sobrepõe a autenticidade, criando diversos subterfúgios. De acordo com Heidegger, a Tecnocracia que hoje impera é o ápice do esquecimento do Ser. Todavia, esse é o momento propício para haver a ultrapassagem e criar novas possibilidades.

DESENCONTROS

Quando nos desencontramos fica muito difícil haver o reencontro! Dito de outra forma: Agora que nos perdemos será muito difícil nos reencontrarmos!

A ARTE DE AVALIAR - INVERTENDO PERSPECTIVAS TRADICIONAIS

"Outrora se dizia de toda moral: "vós deveis conhecê-las por seus frutos"; eu digo de toda moral: ela é um fruto no qual reconheço o solo, a partir do qual ela cresceu"(Nietzsche, Frag. Póstumos:1887-89). 

FILOSOFIA E CIÊNCIA

Da teoria clássica do conhecimento à filosofia da ciência contemporânea, a questão-chave é saber o que acontece, com as devidas justificativas epistemológicas., os objetos particulares que se oferecem para a observação, a fim de conceber uma universalidade na explicação, quer dizer, passar da contingência até a necessidade e universalidade, onde o debate tem como objetivo fundamentar e construir um novo modelo de racionalidade. A problemática relativa ao modo como teoria e prática devem se aliar para que a "genuína ciência" seja gerada, tem provocado inúmeros debates. O desencadeamento desse debate, tem como objetivo resolver o problema da racionalidade científica, quer dizer, o consenso referente ao conceito de racionalidade. As relações entre filosofia e ciência tem o ponto comum no fato incontestável de ambas terem como objetivo       principal aumentar os nossos conhecimentos. A afirmação  que a ciência busca o crescimento em torno de argumentos particulares, enquanto que a filosofia levanta questão sob as condições exigidas para se alcançar uma verdade universal, lidando com os problemas mais gerais, tem como problema que a distinção entre particular e geral não está clara e distinta, portanto, a pretensão de encontrar uma demarcação universalmente válida entre elas pode ser considerada uma ilusão, sendo mais sensato, limitarmo-nos a examinar as suas relações a partir de um ponto de vista de uma distinção formal, tendo em vista, que é problemática, também, a separação nítida entre ciência e metafísica. Hoje em dia, existem correntes de pensamento que, ao partir das investigações dos positivistas, dos neo-positivistas e dos pós-neo-positivistas, pensam que a ciência e a metafísica são inseparáveis, pelo que a pretensão de contrapô-las, uma à outra, ou também, de separá-las não pode deixar de ser uma utopia. O discurso científico se distingue dos outros tipos de discurso, porque é conduzido a uma constante exigência de rigor, sendo essencialmente crítico e dinâmico, haja vista que nunca pretende chegar a uma conclusão definitiva, absoluta, que não seja aprofundável posteriormente através dos instrumentos teóricos e práticos que a comunidade científica dispõe. Tal exigência é de máxima importância, porque ela caracteriza a própria noção de racionalidade, quando aborda os problemas, discutindo-os sem preconceito, evitando todo e qualquer recurso explícito ou implícito a uma certeza absoluta. Tanto o rigor nas ciências formais, quanto o das ciências humanas estão sujeitos a transformações, haja vista que nenhuma teoria pode se considerar rigorosa de forma abstrata e isolada, sem levar em consideração as exigências de rigor aceitas em uma determinada época, devido ao caráter histórico da ciência. Podemos afirmar que a história das ideias científicas, foi uma série de passagens para conjecturas, cada vez mais contrárias às regras metodológicas vigentes, onde a maior eficácia técnico-cognoscitiva foi conseguida, através de vários modos, onde é difícil ou até mesmo impossível, traçar rigidamente a separação entre ciência e metafísica, haja vista que as teses e as antíteses são internas a própria história da ciência, portanto, há uma tensão entre os limites do conhecimento científico e a metafísica, desse modo, no trabalho científico existe uma investigação sem um ponto final, sem um acabamento final interno. A luta e as mudanças dos paradigmas, a controvérsia cientifica, seriam justamente, as manifestações do conflito entre essas duas instâncias, entendidas como, formas técnicas e dinâmicas do procedimento da razão científica no seu percurso na história da prática científica, onde a transição de um sistema para outro, deverá subsistir uma tendência para paradigmas, teorias, programas de investigação etc. sempre mais gerais, capazes de absorver as teorias precedentes, conferindo-lhes um significado mais abrangente e clarificando as limitações das anomalias localizadas, causadas pela incomensurabilidade no próprio sistema interno, quer dizer, como não possuindo uma medida comum internamente, havendo a necessidade traduções e reinterpretações, quer dizer de uma nova "hermenêutica" para satisfazer diversos requisitos epistemológicos que forem necessários, visando uma reformulação dos problemas encontrados, para cumprir a exigência de rigor que lhe é própria, onde, através da experiência, não poderemos fundamentar nenhum princípio dos fenômenos estudados. A experiência indica apenas os caminhos a serem seguidos, pois nenhuma teoria científica se limita a aceitar passivamente os dados da experiência, muito ao contrário, ela os corrige, quando, por exemplo, ela nos fornece dados que antes eram ignorados, nos indicando uma determinada direção que devemos proceder com as nossas investigações para entrar em contato de modo mais correto com o fenômeno que está sendo examinado, colocando-o ao lado de outros, anteriormente experimentados, mostrando-o que ele existe sempre relacionado a certo contexto  histórico e cultural onde ocupa um lugar que é passível de precisão e integração, para depois, podermos enquadrá-lo numa teoria, seguindo as indicações por ele fornecidas. Esse é um dos modos de procedimento da ciência, por meio de uma dialética entre o registro dos dados observados e a consequente elaboração teórica, onde nunca haverá um ponto final em sua investigação. Podemos fazer uma análise crítica aos outros campos dos saber, tendo em vista que o dogmatismo que a filosofia da ciência combate, pode sem dúvida, incluir muitas áreas de conhecimento, entre as quais: a Religião, a Economia, a Política. No que diz respeito à Religião, podemos questionar se o cristianismo deve, realmente, ser considerado absolutamente superior às demais religiões, tal como foi proclamado através da cultura ocidental. No que diz respeito à Economia, podemos questionar suas próprias leis que são baseadas unicamente na experiência. Ora, a experiência não está em condições de fornecer quaisquer conclusões absolutamente válidas, de acordo com as considerações críticas dos epistemólogos pós-modernos. Na Política, podemos fazer um questionamento acerca do conceito de liberdade que é usado, retoricamente, como um princípio metafísico que lhe concebe um caráter absoluto. Rigorosamente questionando, a palavra "liberdade" não denota um conceito preciso, havendo a necessidade de distinguir vários tipos de liberdade, de acordo com os contextos, por exemplo: o cultural, o econômico, físico, histórico etc. O problema é que, ao fazer esse exame crítico, conduz a epistemologia moderna, justamente a uma tarefa nada fácil, que é a de estabelecer uma nítida distinção, entre a retórica e o especificamente: religioso, econômico e político, acima referidos e analisados.

OBRAS CONSULTADAS:

1)MORA, J.F. Dicionário de Filosofia. São Paulo:Ed. Loyola,2000.

2)ABBAGNANO, N. História da Filosofia em 12 volumes. Lisboa.Ed. Presença,2001.

3)LACROIX, A. A razão. Rio de Janeiro. Ed. Vozes, 2009.

4)MEDAWAR, P. Os limites da ciência. São Paulo.Ed. UNESP,2005.

5)HUISMAN, D. Compêndio Moderno de Filosofia. São Paulo.Ed. FreitasBastos,1978.

6)OMNÉS, R. Filosofia da Ciência Contemporânea. São Paulo.Ed.UNESP.1995.

EDUCAÇÃO OBSOLETA

Nossa educação tradicional e muito formal está desatualizada e raramente inclui formações sobre maneiras de aprendizado, como melhorar efetivamente a memória, como aumentar a criatividade etc.

SEDUTORES COMPULSIVOS

Sedutores compulsivos que tentam afirmar sua "masculinidade" procurando freneticamente pela mulher "perfeita" escondem seu ódio por mulheres reais!

MUDANÇA DE PARADIGMA COGNITIVO

Muitas pessoas com uma mentalidade fixa acreditam que todos nascem com habilidades em níveis fixos. O QI tradicional não pode prever um aspecto muito importante da superdotação: a criatividade. Os testes de QI apenas medem nossa capacidade de pensar logicamente sobre problemas simples. A criatividade consiste em considerar múltiplas abordagens para um determinado problema complexo, sem prescindir de nenhuma delas.

ESTADO DE NATUREZA E CONTRATO SOCIAL - DOIS MITOS INTERLIGADOS

O filósofo norte-americano Mortimer Adler em seu livro: Dez erros filosóficos, p.184, Vide Editorial, argumenta que, tanto o estado de natureza quanto o contrato social, são dois mitos da sociedade humana que estão interligados, segundo ele: "O que é chamado de estado de natureza é algo totalmente mítico e que nunca existiu na Terra. isto deveria ser óbvio a todos, a luz do fato incontroverso de que espécie humana não poderia ter sobrevivido sem a existência de famílias que protegessem as crianças dos perigos do mundo, incapazes que são de cuidar de si mesmas". Paralelamente, no que se refere ao contrato social, ele considera outro erro filosófico porque "é a ficção segundo a qual os seres humanos, insatisfeitos com a precariedade e brutalidade da vida no estado de natureza, decidiram não mais aceitar essa situação e concordar com certas regras e convenções para conviver sob alguma forma de governo que substituísse a anarquia e elimina-se o seu isolamento e autonomia".

NIETZSCHE E A FELICIDADE

Não há dúvida de que a felicidade é um valor desejável, mas Nietzsche nos alerta que ela é fruto de coisas maiores e mais importantes em nossas vidas, um valor pessoal que não deve ser buscado sozinho. É tolice buscar a felicidade em si mesma, pois ela não existe em si mesma, apenas momentos de felicidade podem ser duradouros ou não, dependendo da qualidade de vida que vivemos, levando em conta a seletividade e o modo como vivemos. Ficamos felizes quando melhoramos nossas vidas aumentando nossa criatividade para superar resistências. Cf. A-108, AC-2, Z-3.

MUDANDO NOSSAS CRENÇAS SOBRE A INTELIGÊNCIA E DONS NATURAIS

Prática com objetivo, foco, concentração, e ter uma mentalidade de constante crescimento progressivo irá nos ajudar a ter sucesso em todas as áreas, principalmente no mundo acadêmico. A conclusão que os experts em cognição chegaram é que se faz necessário muita prática para se tornar um mestre numa habilidade qualquer. Para qualquer habilidade, nós precisamos de prática deliberada, quer dizer, prática estruturada em que nós iremos trabalhar duro para melhorar nossas áreas mais fracas. Doutores, mestres, professores e treinadores são particularmente úteis para esse fim. Estudos realizados no aperfeiçoamento da cognição, descobriram que quem pratica constantemente, tinha uma melhor performance, é a prática deliberada, e não o talento, que faz toda diferença. Ter uma mentalidade de crescimento também nos empurra para conseguir mais. Muitas pessoas com uma mentalidade fixa acreditam que todos nascem com habilidades em níveis fixos. Se alguém falhar em um teste específico, elas irão tomá-lo como um sinal de que ela não tem o Dom. As crianças irão desenvolver uma mentalidade fixa, se disserem regularmente que ela faz as coisas bem-feitas, porque elas são talentosas. Por outro lado, estudantes com uma mentalidade de crescimento acreditam que eles podem melhorar suas capacidades e habilidades. Acima de tudo, uma mentalidade de crescimento leva a um melhor desempenho. O tradicional QI não pode prever um aspecto muito importante da superdotação: criatividade. A criatividade é uma coisa extraordinária. Realmente não conseguimos explicar o que é ou como surge, mas sabemos que é muito poderosa. Ela tem a ver com o desenvolvimento de ideias novas e favoráveis, sendo uma parte essencial para haver uma efetiva solução de problemas. Testes de QI apenas medem nossa capacidade de pensar logicamente sobre problemas simples, que é certamente uma parte importante da inteligência. No entanto, testes de QI não medem criatividade, porque a criatividade não é algo simples. A criatividade tem a ver com a consideração de múltiplas abordagens para um determinado problema complexo, sem dispensar nenhum deles. Todos os investigadores cognitivos que usaram métodos para medir a criatividade das crianças, na tentativa de provar que ter uma alta pontuação de QI correlaciona-se com o gênio criativo, falharam! Não existem quaisquer medidas fixas, universais da inteligência que determinam o sucesso de uma pessoa. Pesquisadores sugeriram que as pessoas precisam de dez anos de intensa prática para se destacar em um determinado campo, mas mesmo isso é apenas uma média. Nenhuma regra   pode prever o sucesso, pesquisadores chegaram à conclusão de que toda a Educação deve ser reformada para corresponder as novas compreensões que temos da inteligência, pesquisam indicam que a maioria das crianças concordaria que os métodos de ensino precisam mudar. Os alunos devem ser treinados para desenvolver seus próprios objetivos, todos concordam que a tecnologia, também, pode melhorar a educação. Se queremos realmente transformar a educação, temos que parar de medir o sucesso com notas e pontuações de QI, e começar a medi-lo de modo diferente porque o atual sistema de ensino tradicional não é eficaz o suficiente para crianças altamente inteligentes! Então em vez de conceber a inteligência como uma pontuação em um teste de QI precisamos começar a atentar para o conceito de inteligência dinâmica e múltipla. As crianças merecem ter uma palavra a dizer como está a sua educação escolar. A maneira mais simples para começar a descobrir o que elas estão interessadas no que aprender é perguntar a elas.