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NOSSA ALEGRIA

Ter nossa identidade na

essência da consciência,

Nos conduz a um santuário

em nossos corações.

Encontrando: paz, amor e foco.

Transcendendo espaço, tempo

e causalidade.

Indo "além de nós mesmos".

Para despertar, encontrando

a fonte de toda alegria

Dentro de nós.

Iluminando-nos, cada vez mais!

UMA IMPORTANTE INDAGAÇÃO DE A. EINSTEIN

 "A pergunta mais importante que todos nós temos de responder é: se o universo é um lugar amistoso ou não para nós."

GAIA CIÊNCIA - AFORISMO 370 - Pessimismo dionisíaco, pessimismo da força.

O filósofo e genealogista Nietzsche percebe no pessimismo filosófico do séc. XIX uma forma superior de pensar e vislumbra que toda arte e filosofia esteve ligada ao Romantismo ou seja " a remédios e auxílio ao serviço da vida em crescimento e em luta" supondo sempre "sofrimento e sofredores" fazendo-se mister saber se foi " a carência ou abundância" que criaram os valores estéticos, como também, saber se esses valores querem a "eternidade, fixidez" ou preferem o " desejo de destruição, de mudança, de novidade, de futuro" que contrapõem-se entre si e gera problemas de avaliação, haja vista sua ambiguidade.Tanto na vontade de eternizar, quanto na vontade de destruir, Nietzsche baliza a possibilidade de ambas serem sinônimos de fraqueza ou de força, pois, sutilmente há o desejo de destruição que quer se vingar da existência tanto no modo de destruir como no modo de eternização, tal é o caso da filosofia pessimista romântica de Schopenhauer que lança sobre o mundo um olhar onde vê apenas sofrimento, devido a força sobrepujante da vontade má e cega que reina acima de todas as coisas.Em contraposição ao Romantismo e ao pessimismo da fraqueza que apenas destrói, Nietzsche propõe uma nova visão de avaliar, valorar e transmutar, através da aceitação da condição trágica do mundo, através do Amor Fati, concebendo ao ser do devir, uma eterna criação inocente, que ele chama de "inocência do devir", redimindo todo sentimento de culpa, propagado pelo cristianismo.

ESCUTE À DISTÂNCIA

Hoje quero lembrar

a palavra que desejo

lhe dizer.

Agora é o tempo

que está por vir.

Então, não esqueças

da alegria de viver!


Entre nós, não há fronteiras.

A música nos convida à distância,

além de nós, o puro: Rock’n’Roll!

O mundo caminha em nós,

além do alcance.


E de repente, lembro-me

da palavra à distância.

Em alguma parte,

ela fala dentro de você,

à distância.

SELLARS E O MITO DO DADO

O mito do dado foi usado por Wilfrid Sellars para atacar o Fundacionalismo, quer dizer, qualquer teoria do conhecimento fundamentada em crenças básicas, ou dados para a edificação do conhecimento. Para ele, na experiência sensível não existem conteúdos capazes de fundamentar o conhecimento. Para tal tarefa, ele faz uma distinção entre o ato de termos uma sensação e seu respectivo objeto que ele denomina “conteúdo sensorial”, conteúdo esse que seria um fato e não um dado, pois é percebido não inferencialmente pelos sentidos. Não percebemos os objetos exatamente como eles são, mas construímos um mundo de objetos fenomênicos cujo comportamentos apresenta alguma forma de coesão com os comportamentos dos objetos do mundo. As teorias epistêmicas baseadas em dados partem do pressuposto que a apreensão sensível de um determinado conteúdo sensorial pode contribuir para uma forma de conhecimento sem envolver o uso de conceitos, e isso, para Sellars, é um mito.

ILUSÕES DA MODERNIDADE

Uma das grandes ilusões da modernidade é de se utilizar da ciência com pressupostos anteriores a ela, como ela fosse "moderna". Outra ilusão, seria acreditar objetivamente na ciência em um sentido nomológico, ela não passa de um cálculo de probabilidades, sendo considerada por Nietzsche como uma "crença forte". As principais questões filosóficas não estão no rigor da comprovação científica, elas estão na multifacetada existência do mundo da vida, podendo apenas serem vivenciadas.

SUPERAÇÃO DE VIVÊNCIAS

Vemos e não vemos

Nada é igual ao

que já passou

Apenas, o Véu do mesmo

Reino de Maya!

 

Aprendamos a ver

Olhos de Vidente

Olhos de Águia!

Transpassando

Quaisquer obstáculos!

Transpondo: limites,

dogmas e convenções

Vãs ilusões!

 

Para enfim, encontrar

o Jardim da Liberdade

que habita nossos corações.

Desmistificando ilusões

perdidas em outras vãs

Vivências superficiais.

NOSSA "RAZÃO"

Nossa razão é arbitrária e deseja conhecer de imediato (a priori) as coisas, carregamos preconcepções o tempo todo. Diante de um determinado caso, equacionamos inúmeras possibilidades, pelas quais, pela investigação(ceticismo), chegaremos a uma conclusão momentânea, sobre o que desejamos conhecer. Através de nossas ações, poderemos encurtar o caminho para nossos impasses, e atingirmos nossa "liberdade", em um eterno movimento de autocompreensão e superação.

EXALTAÇÃO À POESIA

Oh! Dimensão

sombrejante do Ser.

Nunca real, sempre obnubilada.

O não Ser flui

no rio Heraclítico.

O Ser sempre se esconde.

Em vão, toda filosofia

tenta desvelá-lo!

Em um mundo de sombras

Só a poesia irá desvelar

o Ser tão procurado. 

CONFLITOS INÚTEIS

Na maioria das vezes, mesmo que estejamos com razão, é sempre bom evitar discussões. A verdadeira sabedoria ri de toda presunção e diz: "apenas permanece sábio aquele que sabe se calar!". Afinal, é perda de energia e de tempo dialogar com espíritos dogmáticos! Schopenhauer dizia que se quiséssemos retirar da mente humana os absurdos que ela crê, chegaríamos a idade de Matusalém e não conseguiríamos!

AS INCERTEZAS CONTINUAM!

No final do século dezenove, ainda havia a arrogância científica que pensava deter todas as chaves do conhecimento com a finalidade de decifrar os mistérios da natureza. Desde o início do século vinte até agora, as incertezas continuam cada vez mais propagadas, principalmente, através da física quântica e da matemática do caos. No mundo dos átomos, dos núcleos atômicos, das partículas subnucleares etc., há eventos físicos que não podemos determinar suas causas de modo preciso, o que contraria, totalmente, a tradicional noção de causa e efeito. O racionalismo foi novamente abalado diante da incomensurabilidade da existência em contraposição com a "gaiola" da finitude. Apesar de todas as coisas que existem serem percebidas através de nossos sentidos no espaço e no tempo, que correspondem a uma dimensão e tem uma duração; o espaço e o tempo não pertencem a natureza das coisas, na realidade não existe um objeto real chamado "tempo" , como também, não existe um objeto real chamado "espaço", eles são considerados apenas como modos das nossas percepções. O que existe na realidade é uma Eternidade Una, onde todas as coisas estão acontecendo simultaneamente, tudo é presente, tudo aqui e agora. A mente humana é, também, analítica e assim, divide o que muitas vezes não pode ser dividido.


ETERNO RETORNO

Estamos nos reencontrando

Novamente

Mas não somos

os mesmos!


A eterna recorrência cósmica

Nos atrai e nos afasta.

Para vivermos o eterno jogo existencial.

Celebremos!

Vida é celebração, aventura

Criação de destinos

Culpa nenhuma há

Total inocência do devir


Aniquilando todo espírito de vingança.

Abrimos caminhos

Para novas possibilidades

Um arco-íris nos espera

Sinalizando a ultrapassagem.

KANT E A CRÍTICA DA RAZÃO PURA

Kant é amplamente conhecido como uma das figuras fundamentais de um movimento intelectual chamado Iluminismo. Esse movimento encorajou as pessoas a abraçar o pensamento crítico, a racionalidade e o individualismo, em vez de simplesmente obedecer a tradições e figuras de autoridade. Embora seja frequentemente visto como um movimento que ocorreu nos séculos XVII e XVIII, ele também pode ser visto como um projeto em andamento que continua até hoje. Nesse extenso livro Kant indaga: Qual é a natureza do espaço e do tempo? O mundo é governado pela lei da causa e do efeito – e se assim for, por quê? Estas são apenas duas das perguntas que Kant levanta na Crítica da Razão Pura. Para a época suas respostas foram provocativas e revolucionárias. Infelizmente, trata-se de um longo texto com mais de 800 páginas, escrito em uma linguagem técnica, sendo considerado um dos textos mais impenetráveis, até então, escritos. O próprio Kant descreveu-o como "árido, obscuro, oposto a todas as noções do senso  comum" .Mesmo os mais profundos estudiosos de Kant não têm certeza de como entender os argumentos incrivelmente complicados da Crítica da Razão Pura, e eles apresentaram muitas interpretações entre elas estão a de Deleuze, Lebrun, Ferry e Otfried Höffee.À luz desses fatos, para sermos maximamente objetivos e concisos, só podemos apresentar uma interpretação de algumas das principais ideias de Kant, haja vista que há muitos detalhes técnicos. Felizmente, a maioria desses detalhes são de interesse apenas para os especialistas de seu pensamento. Para entendermos o básico para aprendermos a pensar com Kant, a essência de suas ideias pode nos fornecer esclarecimento mais do que suficiente para entendermos, pelo menos um pouco o seu pensamento, tais como: a natureza surpreendente do espaço e do tempo; a verdade por trás da lei da causalidade, que é o mundo numênico, e uma lição sobre o quê a razão pode aprender sobre suas próprias limitações. Kant, foi despertado do "sono dogmático" quanto leu David Hume, e nos alertou para que possamos, antes de construir um sistema metafísico, avaliar a origem e a natureza dos conteúdos de nossas mentes, para constatar uma possível validade deles. A Metafísica é a parte da filosofia que tenta elevar nosso conhecimento do mundo para os reinos mais elevados da investigação humana. Usando os conceitos abstratos e princípios lógicos da razão, tenta ir além da evidência empírica das ciências naturais e compreender a natureza final da realidade, e isso é, justamente, que Kant irá tentar verificar a possibilidade da Metafísica ser uma ciência. Consideremos o tempo, por exemplo. Ele tem um começo? Ou se estende de volta à eternidade? O universo sempre existiu¿ ou ele teve um começo¿ Deus existe ¿ Estes são exemplos de questões metafísicas. Desde os tempos da Grécia antiga, muitos filósofos tentaram construir vários sistemas metafísicos. Mais antes da Crítica da Razão Pura, a maioria deles tentou fazê-lo sem antes perguntar sobre as origens e a natureza dos conteúdos mentais de nossas mentes. Eles apenas pegaram os conceitos e princípios lógicos que tinham à mão e começaram a construir conhecimentos que para Kant são antinômicos, porque esses conteúdos não são realmente adequados para a tarefa de construir um sistema metafísico. Antes de Kant, foi possível responder a essas questões em um corpo coerente de pensamento, e construir um sistema metafísico. Desse modo, para evitar o perigo do dogmatismo metafísico, os filósofos devem conduzir uma crítica à razão pura, com a finalidade de evitar uma abordagem não filosófica que na verdade, para sermos coerentes, seria o oposto da filosofia crítica que Kant propõe, que é o criticismo, quer dizer, fazer uma crítica a todas as possibilidades de conhecimento, submetendo nossas crenças ao escrutínio crítico da razão. Digamos que você acredita que tem livre arbítrio. Por que acredita nisso? Talvez seja porque você acha que as pessoas precisam ter livre arbítrio para serem moralmente responsáveis. Tudo bem, mas por que você acredita nisso? Quanto mais descobrimos as premissas subjacentes de nossas crenças e os desafiamos para ver se resistem ao escrutínio crítico da razão, mais estamos fazendo filosofia, segundo Kant. Em contraste, quanto mais tomamos nossas premissas como garantidas, mais estamos nos engajando no dogmatismo que é considerado por Kant como sendo o arqui-inimigo da filosofia. Existe uma tendência natural do ser humano, para irmos direto para a construção de um sistema metafísico sem primeiro examinar os materiais mentais que vamos construí-lo, estamos tomando como certo a premissa de que nossos conteúdos estão aptos para tal. Agindo desse modo estamos sendo dogmáticos sobre nossa capacidade de fazer metafísica. Para evitar o dogmatismo, precisamos examinar criticamente nossa habilidade de conhecer as coisas a priori. Nós, realmente podemos? Levando em consideração que não podem vir de nossos sentidos, porque esses só podem nos fornecer conhecimento empírico sobre o mundo físico, e não um   conhecimento metafísico, que vai além dos domínios empíricos da ciência. Assim, para evitar o dogmatismo, devemos submeter nossa capacidade por pura razão ao escrutínio crítico. Somos capazes ter conhecimento metafísico? Se sim, como e até que ponto? Podemos chamar esse tipo de projeto crítico de crítica. E poderíamos, portanto, dizer que precisamos nos envolver em uma crítica da razão pura. Para filosofarmos, o dogmatismo é uma das piores acusações imagináveis que podem ocorrer. O problema é que o dogmatismo pode empoderar outro inimigo da filosofia: o ceticismo. E este não apenas coloca em risco a filosofia, mas todo o conhecimento humano em geral. É fácil se sentir cético sobre metafísica. Afinal, não parece progredir como outras disciplinas fazem. Com as ciências empíricas, podemos ver uma clara evolução dos gregos antigos aos tempos modernos. Enquanto isso, os filósofos ainda discutem sobre muitas das mesmas coisas que Platão e Aristóteles discutiram há milhares de anos. Em retrospectiva, é fácil ver por que tem havido tanto espaço para desentendimentos. Sem ter se envolvido em uma crítica à razão pura, os filósofos eram livres para avançar dogmaticamente sobre qualquer argumento que quisessem fazer. E isso teve como resultado uma batalha interminável de reivindicações contraditórias. Para Kant, a metafísica é o domínio da razão pura, porque todas as outras disciplinas de conhecimento dependem das evidências empíricas fornecidas pelos sentidos. Se for alcançável, o conhecimento metafísico só poderia ser acessado através da razão pura. Tanto a religião quanto a ciência dependem de conceitos metafísicos, tornando o ceticismo um perigo para ambos Na Europa do século XVIII, quando Kant estava escrevendo, também parecia um perigo, mas por razões diferentes. A ciência estava em ascensão, e o crescente ceticismo sobre a metafísica também significava crescente ceticismo sobre a religião. Mas esse ceticismo cortou para os dois lados, e estava começando a minar a base da ciência também. Tanto a religião quanto a ciência dependem de conceitos metafísicos, tornando o ceticismo um perigo para ambos. Vamos começar com a religião. Muitas crenças religiosas dependem de ideias metafísicas, coisas como Deus e a alma, que deveriam existir em algum tipo de reino imaterial, além do físico – ou, em outras palavras, metafísico – do ser. Por definição, esse reino está além do alcance dos sentidos. Nunca veremos Deus em um telescópio, uma alma em um microscópio, ou qualquer outra entidade metafísica por qualquer outro meio de observação empírica. Mas se a razão não pode saber nada sobre eles também, todas essas crenças estariam infundadas e inutéis. No que diz respeito ao conhecimento, isso parece nos deixar apenas com os fatos frios e duros da ciência e as leis que estabelecem sobre o mundo físico – sobretudo, a lei da causalidade. Esta lei está no centro da ciência. Ele dita que para cada evento, deve haver outro evento que faça acontecer. Todos os fenômenos são, portanto, apenas uma questão de causa e efeito, e a tarefa da ciência é descobrir os detalhes dos vários mecanismos causais da natureza. Gravidade, conservação da matéria etc. – todas essas leis particulares da ciência pressupõem a lei geral da causalidade própria noção de causalidade é em si um conceito metafísico. É uma ideia sobre um aspecto da realidade que nunca podemos observar diretamente. No entanto, assumimos que ele desempenha um papel essencial na estruturação de como o universo funciona. Aqui, no entanto, o filósofo escocês David Hume fez um ponto que influenciou muito o pensamento de Kant. É assim: se nos concentrarmos apenas nas evidências fornecidas por nossos sentidos, tudo o que vemos são várias coisas que acontecem em conjunto entre si. Por exemplo, você aperta um botão então liga uma lâmpada. Se você observar isso acontecendo muitas vezes, você pode dizer que uma coisa tende a seguir outra, o que estabelece um padrão descrevendo esses eventos. Mas isso não é o mesmo que dizer uma coisa deve seguir outra, que estabelece uma lei que rege esses eventos. Você pode assumir que o padrão continuará a ser verdadeiro e agir como uma lei. Mas baseado apenas nas evidências dos sentidos, essa é uma suposição injustificada. Se a razão não pode nos fornecer um conhecimento a priori, então ele não pode garantir nosso conhecimento da matemática também. Desde a ideia de Deus até a noção de causalidade, todos os conceitos metafísicos da religião e da ciência estão agora em cheque. Mas isso não é tudo. O mesmo argumento básico que se aplica aos conceitos metafísicos também se aplica a algo chamado conhecimento a priori. O conhecimento matemático para ser verdadeiro deve ser a priori. Se dissermos que sabemos algo a priori, é uma maneira latina de dizer que sabemos que é verdade independentemente da nossa experiência. Por exemplo, considere a equação 7 + 5 = 12. Este simples pedaço de aritmética é um exemplo de conhecimento a priori. Em outras palavras, a equação é necessariamente e universalmente verdadeira. Mas como vimos com a causalidade, a experiência nunca nos fornece conhecimento de que uma coisa deve seguir outra. Só nos mostra exemplos de uma coisa que tende a seguir outra. A partir dessas tendências, só podemos deduzir apenas padrões, e não leis. Como regra geral, então, podemos dizer que se sabemos que algo é necessariamente e universalmente verdadeiro, nosso conhecimento não pode derivar da experiência. Por definição, isso significa que deve ser a priori. E se não vem da experiência, então isso nos deixa com duas opções: ou vem da nossa capacidade de raciocinar que Kant chama Entendimento, nesse caso pode ser seguro. Ou é apenas uma invenção da nossa imaginação, nesse caso não seria conhecimento algum, devido a impossibilidade de constatação empírica. Mas como o conhecimento poderia vir da razão? Essa é a questão que Kant coloca. Conhecimento a priori é diferente de conhecimento inato; a priori é o conhecimento que a mente produz através de seus próprios mecanismos internos. Vamos voltar a equação que Kant usa como exemplo:  7 + 5 = 12. Em algum momento de nossas vidas, nos ensinaram esta equação, e desenvolvemos nosso conhecimento de matemática ao longo de muitos anos de educação, quer dizer, adquirimos nosso conhecimento no contexto de algum tipo de experiência, como estar na escola. Neste e em todos os outros casos, podemos, portanto, dizer que nossa experiência precede cronologicamente nosso conhecimento. Mas isso não significa necessariamente que nosso conhecimento surge da experiência em um sentido causal. Para ver o porquê, pense na consciência como o resultado de forças se encontrando de duas direções. De um lado, temos os dados de sentido que recebemos de nossos órgãos o sentido – sons, cheiros, imagens e coisas assim. Por outro lado, temos os mecanismos internos através dos quais nossa mente processa esses dados – produzindo nossas percepções, conceitos, julgamentos etc. Faça os dois lados interagirem, e você tem o que Kant chama de consciência. A nossa mente pode ser dividida em três faculdades principais – sensibilidade, entendimento e razão. Como o próprio nome sugere, a sensibilidade é nossa capacidade de ter sensações – coisas como sabor, olfato, visão, textura etc. Digamos que você está olhando para uma casa. Sua imagem visual consiste em várias sensações de cor e forma. Essas sensações, por sua vez, são o resultado de seus sentidos serem afetados por objetos externos. No entanto, sensações isoladas das coisas não são úteis em si mesmas, precisamos ser capazes de transformar esses dados brutos em informações significativas que possamos agir. E isso nos leva à nossa próxima faculdade mental: o Entendimento. Esta é a capacidade de nossas mentes de formar conceitos a partir dos dados dos sentidos, que nos permitem fazer julgamentos sobre o mundo. Por exemplo, através de várias experiências, você pode eventualmente formar diversos conceitos sobre objetos empíricos. Você pode então combinar esses conceitos para formar um julgamento, que afirma uma relação lógica entre duas ou mais coisas. Por exemplo, "se um cão está balançando a cauda, ele está feliz." Este julgamento afirma uma relação lógica entre os conceitos em questão. Finalmente, se você vincular vários julgamentos proposicionais juntos, você tem um silogismo lógico – uma cadeia de raciocínio. Aqui é onde a faculdade da razão entra em cena. Para continuar com o exemplo anterior, você poderia argumentar na seguinte linha: "Se um cão está balançando a cauda, ele está feliz. Este cachorro está balançando a cauda. Portanto, é feliz. Para organizar dados de sentido em informações significativas, a mente precisa de formas predefinidas de estruturá-los. Em si mesmos, nossos dados de sentido são apenas uma confusão caótica de cores, formas, sons, cheiros, texturas, e assim por diante. Mas nós nunca experimentamos dessa forma; quando nos tornamos conscientes deles, eles já estão organizados para nós. E há uma razão para isso: nossas mentes já as estruturaram. No entanto, isso requer que a mente tenha certos modelos ou procedimentos predefinidos para colocar esses dados em ordem. Essas relações espaciais pegam o conteúdo sensorial de sua experiência e dão-lhe uma forma. Em outras palavras, eles descrevem a estrutura desse conteúdo – a forma como os diversos componentes dele são organizados em relação uns aos outros. Se as janelas estivessem em cima do telhado, bem, você teria uma casa muito estranha – e a forma do conteúdo sensorial da sua experiência seria bem diferente. Agora, todas essas posições espaciais e relacionamentos pressupõem uma coisa óbvia: o próprio espaço. Para estar acima, abaixo, ao lado, atrás, na frente, ou qualquer outra coisa em relação umas às outras, as coisas precisam ser colocadas juntas em uma estrutura compartilhada de espaço. E assim, para ser capaz de perceber qualquer objeto como estando em qualquer posição espacial ou relação, a mente já deve ter uma estrutura de espaço para colocá-lo, antes de encontrar o objeto, portanto, Tempo e espaço são formas puras de sensibilidade, que fornecem à mente modelos para organizar dados dos sentidos. O espaço é o que permite que essas sensações sejam simultaneamente parte do mesmo campo de visão. Dado o quão fundamental é o espaço para a capacidade de nossas mentes de organizar nossos dados de sentido, podemos chamá-lo de uma forma pura de sensibilidade. Essa é uma maneira abreviada de dizer que, como uma estrutura para organizar nossas sensações, o espaço existe na mente em uma base "pura", a priori. Em outras palavras, a mente já tem isso pronto, antes da experiência. É como um modelo pré-programado que a mente pode usar para estruturar seus dados. Ao lado do espaço, há apenas uma outra forma pura de sensibilidade: o tempo, relações temporais são aspectos essenciais da forma como sua experiência de realidade é estruturada. Mas para que suas sensações tenham várias relações temporais entre si, precisa haver um contínuo de tempo em que eles possam ocorrer. O tempo é, portanto, o quadro geral que os torna possíveis. E para aplicar essa estrutura às suas sensações, sua mente precisa tê-la pronta, antes da experiência. Como o espaço, o tempo é, portanto, outra forma pura de sensibilidade. É um aspecto fundamental da estrutura de nossa experiência sensorial. Tudo o que experimentamos acontece dentro do espaço e do tempo, e assim os pressupõe. Portanto, não apenas precedem a experiência; eles tornam nossa experiência possível. Nossas mentes também contêm modelos para compreensão e raciocínio sobre o mundo. Ao olhar para os elementos formais do conteúdo sensorial de nossas mentes, fomos capazes de identificar o espaço e o tempo como as formas puras de sensibilidade. Mas a sensibilidade é apenas um componente da mente; e quanto ao entendimento e razão? Essas são as faculdades mentais que nos permitem organizar ainda mais nossos dados de sentido em conceitos, julgamentos e silogismos lógicos. Se nos concentrarmos em seus elementos formais, seremos capazes de identificar as formas puras do entendimento e da razão também. Vamos começar com um exemplo de um julgamento: "se algo for deixado à luz do sol, ele acabará se aquecendo" Agora, se ignorarmos o conteúdo deste julgamento e apenas focarmos em sua estrutura formal, acabamos com algo que poderíamos simbolizar da seguinte forma: "se X, então YE Em um nível formal, não importa o que colocamos nesta fórmula; sejam átomos ou unicórnios, a mesma relação lógica básica se aplica a todos eles. "Se X, então Y" fornece à sua mente um modelo básico formal a seguir que nossas mentes, conectam as coisas. Em linguagem mais sofisticada, podemos chamar isso de uma função lógica de compreensão. "Se X, então Y" é chamado de função hipotética, uma vez que afirma uma hipótese sobre X. Aqui está outro exemplo: "X é Y ou Z." Isso é chamado de função disjuntiva, uma vez que afirma uma disjunção – uma ou outra possibilidade entre X ser Y ou Z. Com essas funções lógicas na mão, podemos então formar silogismos lógicos. Estes também têm formas subjacentes, que podemos chamar de princípios de raciocínio. Por exemplo, considere o seguinte silogismo: "Um animal está vivo ou morto. Este animal não está vivo. Portanto, está morto. Isso toma a forma de: "X é Y ou Z. X não é Y. Portanto, é Z."Essas funções lógicas e princípios de raciocínio são algumas das maneiras mais básicas pelas quais a mente pode unir ideias. E por serem tão básicos, a mente deve vir pré-equipada com eles. Caso contrário, como poderia começar a conectar ideias? Teria que começar a conectá-los antes que tivesse qualquer maneira de conectá-los, o que é impossível. Para começar, ele precisa de algum tipo de modelos predefinidos a seguir. A mente pode usar seus modelos para adquirir conhecimentos e conceitos a priori. Kant identifica 12 funções lógicas e três princípios de razão no total. Como é possível um conhecimento a priori? Vamos começar com espaço e tempo. Analisando essas formas puras de sensibilidade, podemos obter um conhecimento de matemática. Por exemplo, considere geometria. O que é uma figura geométrica, como um círculo? É basicamente uma forma de um possível objeto no espaço. Ele expressa uma propriedade desse espaço – ou seja, o que acontece quando você pega uma linha e move-a em torno de um ponto fixo. Estudando o espaço cuidadosamente, aprenderemos as verdades da geometria, mas não é preciso confiar na experiência para fazer isso, porque o espaço é uma forma pura da sensibilidade que existe dentro de nossas mentes, antes da experiência. Ao estudá-la, nossas mentes estão, essencialmente, estudando a si mesmas – adquirindo conhecimento sobre uma das formas como estrutura sua experiência do mundo. Esse conhecimento é, portanto, a priori. Agora, vamos mudar as engrenagens para a faculdade do entendimento e voltar para uma de nossas formas de julgamento: a função lógica hipotética "se X, então Y." Aqui está outra maneira de dizer isso: se uma coisa acontece, outra coisa deve acontecer, isto é, o conceito de causalidade. Pensando em suas próprias funções lógicas, nossas mentes podem formar muitos dos conceitos tradicionais de metafísica. Podemos chamar esses conceitos de categorias de entendimento, e há 12 deles no total, correspondendo às 12 funções lógicas. Além da causalidade, incluem os conceitos de unidade, pluralidade, existência e possibilidade. Como tal, são conceitos a priori puros. Não precisamos de experiência para formá-los. As categorias do entendimento refletem apenas nossa experiência da realidade dos fenômenos, mas não da realidade em si, que Kant chamou de númeno. Não só não precisamos de experiência para formar os conceitos que compõem as categorias do entendimento; esses conceitos ajudam a tornar nossa experiência possível em primeiro lugar. Isso porque a experiência consciente não é apenas um monte de sensações no tempo e no espaço. É uma combinação dessas sensações e dos pensamentos que temos sobre elas. Esses pensamentos, por sua vez, são uma questão de fazer conexões entre as várias sensações e conceitos em nossas mentes. Por exemplo, você não vê apenas um objeto redondo; você vê isso como uma bola de boliche. Sua mente faz uma conexão entre a imagem – objeto redondo e o conceito – bola de boliche.As categorias do entendimento são a forma mais fundamental de fazer tais conexões. Não poderíamos fazer nenhuma conexão e, portanto, não poderíamos ter qualquer experiência sem elas. Imagine que você está olhando para uma bola de boliche deitada em um travesseiro, criando uma depressão debaixo dela. Usando a categoria de causalidade, sua mente conecta esses dois fenômenos em termos de uma relação causal: a bola de boliche causa a depressão. Mas note as palavras que estamos usando aqui: sua mente conecta as duas coisas juntas. Em outras palavras, causalidade é algo que sua mente constrói; é algo que sua mente insere em sua experiência de realidade. É a maneira de sua mente entender o mundo. As coisas não fazem sentido até que as coloque em algum tipo de ordem causal e isso significa que há uma razão óbvia para sua mente ver a causalidade em todos os lugares, está sempre interpretando as coisas dessa maneira. Na verdade, deve interpretá-los dessa forma; é uma das maneiras básicas em que foi programado para entender o mundo. O fato de que a mente deve interpretar as coisas dessa forma explica por que a causalidade nos parece uma lei. É uma lei – uma lei da forma como nossas mentes vivenciam a realidade. Para vivenciar a realidade, a mente deve ser capaz de conectar as coisas de várias maneiras – integrando-as em uma experiência unificada e coerente. Ligar as coisas em termos de causa e efeito é uma das maneiras básicas de fazer isso. Podemos, assim, dizer com certeza que a realidade, realmente, segundo Kant, mostra uma lei de causalidade, apenas na medida em que a experimentamos. Quanto à realidade em si, não podemos construir conhecimento, não podemos saber nada sobre a realidade em si – mesmo existindo no espaço e no tempo. Em outras palavras, mesmo que exista realidade externa no espaço tridimensional, nossas mentes ainda teriam que colocar suas sensações em uma estrutura espacial tridimensional para percebê-las como tal. E para fazer isso, eles precisariam ter essa estrutura pronta antes que qualquer sensação fosse filtrada através dela. Se nossas mentes tivessem uma estrutura diferente, elas seriam filtradas de forma diferente, e, portanto, as perceberíamos de forma diferente também. A razão não deve se aventurar na especulação metafísica sobre a natureza da realidade em si. Onde quer que olhemos, sempre veremos as coisas em termos das estruturas do tempo, do espaço e da causalidade que nossas mentes já impuseram aos nossos dados dos nossos sentidos. Graças às formas de sensibilidade e às categorias do entendimento, podemos saber muito sobre o mundo à medida que o experimentamos. Por exemplo, as verdades da geometria realmente descrevem a natureza do espaço naquele mundo. A lei da causalidade realmente descreve a forma como os eventos se desenrolam naquele mundo. E a mesma coisa vale para todas as sub variedades dessa lei, como as leis de movimento. Eles também descrevem como as coisas acontecem nesse mundo. Mas as palavras-chave aqui são "nesse mundo". Até onde sabemos, essas verdades e leis só se aplicam ao mundo à medida que o experimentamos – o mundo dos fenômenos, como Kant o chama. Quanto à realidade em si mesma – o mundo numênico, nunca podemos ter conhecimento. Afinal, só podemos conhecer a realidade na medida em que a experimentamos. E quando experimentamos isso, nossas mentes já moldaram os materiais mentais de nossa sensibilidade e compreensão de tantas maneiras fundamentais que não estamos mais em posição de dizer nada sobre a realidade em si mesma. Mas esses materiais são tudo o que a razão tem para trabalhar. E isso deixa a razão incapaz de saber a natureza última da realidade em si. Pode nos ajudar a pensar sobre o mundo físico dos fenômenos, mas só pode especular sobre a natureza metafísica do mundo numênico. Se tentarmos ir além desses limites e tentar conhecermos o mundo como é em si mesmo, só podemos gerar argumentos antinômicos; onde não podemos obter conhecimento objetivo, apenas conjecturas. A mente humana desempenha um papel ativo na formação de sua própria experiência e compreensão da realidade. Para desempenhar esse papel, ele precisa de modelos para estruturar dados, conceitos e julgamentos de sentido em uma imagem coerente do mundo. Como esses modelos são internos para a mente, e porque nunca podemos perceber ou entender a realidade sem eles, não podemos saber se refletem a natureza da realidade como ela existe em si mesma, independentemente de nossas mentes. Isso deixa em aberto a possibilidade de que a realidade em si é muito diferente da nossa experiência dela. Também faz das teorias metafísicas dessa realidade uma questão de pura especulação. Devemos, portanto, manter a compreensão cientificamente do reino empírico, deixando o reino metafísico para a religião.

NIETZSCHE E O DEVER

Nas três dissertações da Genealogia da Moral, Nietzsche executou uma crítica genealógica da oposição " bem/mal, bom/ruim", "da culpa e dá má consciência", e na terceira, "dos ideais ascéticos", faltando uma genealogia de um conceito muito importante da ética moderna, o conceito de dever, que apenas nos fragmentos póstumos foi colocado segundo a citação:

" O problema "tu deves”: uma inclinação, que não sabe se fundamentar, de modo semelhante ao que acontece com o impulso sexual, não deve cair sob a condenação dos impulsos; ao contrário, ela deve ser seu medidor de valor e seu juiz!"(F.P.1885-1887, p.232, Forense,2013).

Seguindo o fio condutor de seu mestre Schopenhauer, que já havia criticado o conceito de dever em Kant em seu livro "Sobre o fundamento da moral", Nietzsche ratifica sua crítica, identificando a origem teológica e o desmascara igualando-o ao Decálogo, porque o conceito de dever não é livre, quer dizer, ele é heterônomo, disfarçado por Kant em autonomia da vontade. Para Nietzsche o "tu deves" deve ser designado a partir de nós mesmos, para assim, criarmos o nosso destino.


INFORMAÇÕES DISTORCIDAS

Diante das distorções da imensa quantidade de informações, é melhor suspendermos o juízo, e investigar quais delas são, realmente importantes, para as nossas vidas. Vejamos duas citações referentes a importância do conhecimento para a vida: "Não se possui o que não se compreende" (J.W. Goethe, Máximas e Reflexões, II,3). (...) "O ato de entender é vida" (Aristóteles, Metafísica, XII,7).

CAMINHOS NOVOS SOBRE A NOSSA ORIGEM

Se a cultura humana surgiu na África há cerca de 50 mil anos com a formação do gênero humano, expandindo-se depois para a Ásia e a Europa como foi exposto em uma pesquisa de antropólogos e paleontólogos a partir da descoberta de fósseis, como também de vários instrumentos rústicos, pinturas em cavernas etc. Tudo ao contrário da história com o despertar da cultura, que indicava a Europa como sendo o berço das primeiras expressões artísticas. Como fica a veracidade de nossa história Cultural? Caminhos novos e abertos para mais investigações!


PREJUÍZO DO PENSAMENTO A PRIORI

Estamos fazendo preconcepções o tempo todo, pensando de forma equivocada, sempre desejando saber das coisas a priori, sem a ajuda da experiência. Isso nos leva a fazer pré-julgamentos. Esse modo a priori de pensar está prejudicando nossas relações com o mundo, porque estamos pensando erradamente e, na maioria das vezes, não nos damos conta.


BEM-AVENTURADOS

Temos amor,

sorte e felicidade.

Os ventos do Norte

sopram em nossa direção

O tempo está do nosso lado.

A beleza e o vigor 

andam conosco.

A vida está ansiosa

pelo nosso encontro.

A primavera chegou!

As flores estão nos aguardando

para nos adornar e comemorarmos...

Nosso momento descomunal. 

SILENTES MENSAGENS

No silêncio de nossas mensagens

Uma voz dentro de nós

não quer calar.

Andas por teu jardim

E algo, eu sei que nos falta

É aquele final de tarde que nos

sorri docilmente em

 nossas memórias.

 

Desperta e segue o ritmo!

O que agora ocorre

antes já aconteceu!

A sincronicidade reina

Invisível e silente!


Nossos destinos se cruzam

E a cada momento estamos mais

próximos para a sagrada

comunhão!

  

SOBRE A FILOSOFIA EM NOSSAS VIDAS

Podemos afirmar categoricamente que a filosofia está presente em tudo, porque todos nós sempre nos deparamos com perguntas sobre o porquê da existência das coisas, o sentido de nossas vidas, o valor das coisas, o que podemos saber, o que devemos ou não fazer, o que é o Belo. etc. Enfim, ela aborda questões :Ontológicas, Gnosiológicas, Existenciais, Teológicas, Éticas, Estéticas, Biológicas e muitas outras. O grande problema é que somos conduzidos a pensar como pensa a maioria, de maneira acrítica, dogmática e não questionamos o porquê disto. Pensar diferente pode causar intrigas e sermos afastados, execrados, porque já há muito tempo impera uma "moral de animal de rebanho", como escreveu Nietzsche há mais de 100 anos:" Nenhum pastor e um só rebanho! todos querem mesmo, todos são iguais; e quem sente nenhum outro modo vai, voluntário, para o manicômio" (Zaratustra, Prólogo ,5). Podemos afirmar que pensar diferente é enriquecedor e temos que fazê-lo, principalmente atualmente, porque se faz necessário uma transvaloração dos valores vigentes, com a finalidade de verificar se as nossas vidas são engrandecidas ou denegridas.

DIFERENÇA E HIERARQUIA

A vida tem múltiplos sentidos e caminhos a serem percorridos e ultrapassados. Um dos mais importantes é perceber que o engrandecimento humano há de ser executado, através de uma crescente tomada de consciência da diferença entre tudo que existe, somente assim, poderá ser estabelecida uma hierarquia transvalorativa, usando um termo de Nietzsche.


SOBRE A MENTIRA COMO OBSTÁCULO À VERDADE E À LIBERDADE

Em seu livro: O quarto caminho, 2º Cap. Ouspensky, faz uma análise muito clara e objetiva sobre a mentira no que diz respeito ao homem em sua relação com ele e com os outros, dizendo que nós não podemos definir o que é a verdade de modo objetivo e absoluto; mas se considerarmos que a mentira é o oposto da verdade, podemos definir a mentira. Segundo sua análise:

"a mentira maior ocorre quando nos damos conta que sabemos muito bem que não conhecemos nem podemos conhecer a verdade sobre as coisas e, contudo, jamais agimos de acordo com isso. Sempre pensamos e agimos como se conhecêssemos a verdade. Isso é mentir".

 Tal fato ocorre todos os dias, há milênios, principalmente por líderes religiosos de todos os tipos, que usam as pessoas, manipulando-as de forma vil e utilitária,  venalizando a fé, tornando-as dependentes, porque utilizam o conceito de livre-arbítrio, de modo errado e fraudulento, para enganarem e  tornarem as pessoas mais dependentes, o livre-arbítrio que eles desejam e pregam, é em verdade um servo-arbítrio, porque   não tornam as pessoas mais livres e responsáveis ,ao contrário as torna com mais sentimento de culpa, mais dependentes, mais servas, acorrentadas nas artimanhas de péssimos teólogos. Enfim, "fingir conhecer a verdade é mentir".


ENTRE DIAS E NOITES

Resta apenas nos prepararmos

Até dormirmos, juntos,

aquecendo nossos

corpos e corações,

no frio e nas noites

que se repetirão.


Todas as noites, silenciosamente,

minha voz caminha em tua direção.

E na impossibilidade da palavra,

fica o não dito.


Até o nosso Encontro,

os dias nos seguirão

rumo ao momento em que

as horas retornarão ao começo,

na distância que sobrevive

na Solidão.


Recomecemos como se fosse a

última vez!

Pois não há mais tempo.

E é o fim do tempo, o momento

de recomeçarmos!

EXPERIÊNCIA HUMANA EM REDE

Hodiernamente, no mundo digital, a experiência humana não ocorre sobre o que acontece com a maioria levando em consideração a qualidade de vida, mas sobre o que acontece com cada um de nós, o tempo todo. Em vez de utilizar uma abordagem qualitativa do geral ao particular, faz-se uma abordagem quantitativa utilizando diversos casos particulares, onde tem havido um grande interesse com o pensamento e com o comportamento das massas, que é observada com objetivos lucrativos, através de manipulações para o consumo. Diante disso, precisamos prestar mais atenção em nossas relações com o mundo digital, haja vista que nenhum banco de dados poderá ser capaz de nos proporcionar qualidade de vida e nos trazer sabedoria. Todo esse jogo global e digital é um jogo de esperteza que torna as pessoas roboticamente estúpidas, na maioria das vezes.

BANALIZAÇÃO DA ARTE

Segundo Bourdieu, a arte em vez de unificar a sociedade humana devido ao seu imenso poder de comunicação, divide-a, porque de um lado há amadores privilegiados da "grande arte" e do outro, as massas cegas que seguem os ditames das classes dominantes , que se impõem através das mídias a tirania do gosto visando apenas o lucro e havendo como consequência uma banalização da arte. 

RENOVAÇÃO/SUPERAÇÃO

A cada dia

a vida nos renova.

A amizade, o amor,

ressurge de modo inusitado,

Superando tentativas vis...

A atração nos renova

para novos encontros.

Livres estaremos

para novos anseios.

Sem empecilhos,

brotaremos renovados

Para mais uma comunhão.

Celebrando novos momentos

descomunais. 

ACORDAR PARA A DIFERENÇA E MULTIPLICIDADE

Vamos acordar! Acordar para ver as coisas de modo diversificado, múltiplo, onde a diferença exerça uma força que transvalore e vá além do que está sendo percebido! Todas as coisas estão cobertas pelo Véu de Maya, quer dizer, as coisas são de certo modo máscaras. As religiões ortodoxas são máscaras, o grande problema é que a grande maioria das pessoas não quer ou não podem perceber esse aspecto e ficam presas, deixando de adquirirem uma nova maneira de pensar, não somente referente aos dogmas impostos pelas diversas religiões, como também, a todas as outras coisas que visaram dominar o pensamento humano, impondo limites, regras etc.

DESEJO DE AMAR

Desejamos amar para não nos perdermos na subjetividade, no oceano do conhecimento e na aridez da vida. Desejamos amar para objetivarmos uma das forças mais poderosas da existência.


EDUCAÇÃO OBSOLETA

A nossa Educação tradicional puramente teórica, muito formal, está totalmente obsoleta e ultrapassada porque raramente inclui instruções sobre como aprender novos modos de aprendizado, como melhorar efetivamente a memória, como aumentar a criatividade etc.


CORPO E RAZÃO – CONTRASENSO

A filosofia ocidental tradicional, tem sido a " história de uma má compreensão sobre o corpo", por haver colocado: alma, mente, espírito, razão etc. em oposição ao corpo, excluindo toda nossa sensibilidade, de modo que pudéssemos ser capazes de pensar sem a sua influência. Desde Platão, existe a concepção do corpo como "prisão da alma". Para Nietzsche, o corpo é um grande todo onde atuam forças, onde não existe uma luta entre o corpo e algo "fora" dele, quer seja, intelecto, alma, razão etc. A luta existe no interior do próprio corpo, pois, não há nada fora dele. "O corpo é uma grande razão, uma multiplicidade com um único sentido, uma guerra e uma paz, um rebanho e um pastor" (Zaratustra, dos desprezadores do corpo). A razão, o espírito, é apenas um instrumento, uma "pequena razão fundada através da linguagem". " Instrumento de teu corpo é, também, a tua pequena razão, meu irmão, à qual chamas "espírito, pequeno instrumento e brinquedo da tua grande razão"(Zaratustra, dos desprezadores do corpo) Podemos concluir que com o desprezo pelo corpo houve uma demasiada valorização do espírito e um desprezo pela vida: " E, por isso, agora, vos assanhais contra a vida e a terra. Há uma inconsciente inveja no vesgo olhar do vosso desprezo"(Idem, Ibid.).


HISTÓRIA AUTÊNTICA

É muito mais importante conhecer a nossa história pessoal do que a história que os livros contam. Um dos motivos é que a história dos livros é contada pelos vencedores, na maioria das vezes uma falsa história! Enquanto a nossa própria história é autêntica, no entanto, precisamos de um outro para haver o seu conhecimento, porque o autoconhecimento por si, é praticamente impossível!