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O QUE É SER NIETZSCHEANO?


Em várias obras, Nietzsche deixa claro sua proposta: a partir de sua crítica radical a tradição filosófica ocidental, desde o Platonismo, convidar-nos a pensar com ele e desmontar a partir dele toda essa tradição logocentrista. Não desejando discípulos ortodoxos, ou pelo menos desejando discípulos insidiosos, espíritos livres, que seguissem a si mesmos e a mais ninguém! Karl Jaspers, em seu livro: Introdução à filosofia de Nietzsche , escreveu que ser nietzscheano implicaria em "afirmar-se sempre "contra" ele". Ser nietzscheano implica em criar sempre valores novos, transmutando-os em um jogo incessante, criando novas possibilidades de vida. Todavia, sempre incorporando sua "luta",quer dizer, usar o "martelo e a dinamite", para quebrar e implodir todo e qualquer edifício moral transcendente.

LIBERDADE DE PENSAMENTO/LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Considerando o pensamento como um "diálogo interior" que podemos exercer livremente, então, podemos dizer que ele é o nosso inviolável santuário da nossa liberdade interior, porque sempre está protegido através do silêncio, da solidão. De um modo geral, apenas caracterizamos o pensamento pela sua interioridade, contrapondo-o à sua expressão linguística, todavia, esta é apenas uma das suas determinações, por isso na 2ª Meditação, Descartes nos diz em que consiste o pensar: "duvidar, conceber, afirmar, negar, querer, não querer, imaginar e sentir” (Cf. 2ª Med. p.130, Ed. Bertrand Brasil). Pelo fato de não podermos manter vivos, fora da liberdade de expressão, essas dimensões do pensamento citadas, podemos dizer que não há verdadeira liberdade de pensar sem a liberdade de expressão, contudo, não devemos confundi-la com a libertinagem total de exprimir qualquer coisa que fere a lógica do bem pensar, como no caso do o argumento ad Hominem que é uma falácia, onde ataca a pessoa para fugir do conteúdo da argumentação. Cito como exemplo, um debate que aconteceu comigo onde falei que para Nietzsche "o homem é a doença de pele da terra, o homem deve ser superado" e ouvi ,como resposta, a seguinte falácia de um Canadense, com pós doutorado em filosofia da linguagem: "ele não tinha sífilis, sífilis não é uma doença de pele”. Assim, a nossa liberdade de expressão não pode de modo algum ser confundida com a “libertinagem” de expressão, que é tão comum em todos os lugares, principalmente no meio midiático.