Considerando o pensamento como um
"diálogo interior" que podemos exercer livremente, então,
podemos dizer que ele é o nosso inviolável santuário da nossa liberdade
interior, porque sempre está protegido através do silêncio, da solidão. De um
modo geral, apenas caracterizamos o pensamento pela sua interioridade,
contrapondo-o à sua expressão linguística, todavia, esta é apenas uma das suas determinações,
por isso na 2ª Meditação, Descartes nos diz em que consiste o pensar: "duvidar,
conceber, afirmar, negar, querer, não querer, imaginar e sentir” (Cf.
2ª Med. p.130, Ed. Bertrand Brasil). Pelo fato de não podermos manter vivos,
fora da liberdade de expressão, essas dimensões do pensamento citadas, podemos
dizer que não há verdadeira liberdade de pensar sem a liberdade de expressão,
contudo, não devemos confundi-la com a libertinagem total de exprimir qualquer
coisa que fere a lógica do bem pensar, como no caso do o argumento ad Hominem
que é uma falácia, onde ataca a pessoa para fugir do conteúdo da argumentação.
Cito como exemplo, um debate que aconteceu comigo onde falei que para Nietzsche
"o homem é a doença de pele da terra, o homem deve ser
superado" e ouvi ,como resposta, a seguinte falácia de um Canadense, com
pós doutorado em filosofia da linguagem: "ele não tinha sífilis,
sífilis não é uma doença de pele”. Assim, a nossa liberdade de expressão
não pode de modo algum ser confundida com a “libertinagem” de expressão, que é
tão comum em todos os lugares, principalmente no meio midiático.
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