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DEUS E O HOMEM EM FEUERBACH

VISÃO HISTÓRICA: Ludwig Feuerbach, sofreu influências de Bacon,Spinoza e principalmente de Hegel; sendo de certa forma considerado discípulo do último. Afastado da cátedra pela reação prussiana, começa sua brilhante criação filosófico-religiosa. Seu afastamento da carreira acadêmica se deu devido a oposição à direita hegeliana, com o ensaio Pensamentos sobre a morte e a imortalidade; onde a imortalidade é negada ao indivíduo em particular e apenas admitida para a humanidade.

VISÃO FILOSÓFICA: Sua filosofia é um estudo sobre a origem da idéia de Deus e dos seus atributos, tendo como principal função uma união do divino com o homem (hipostatização). O ser humano projeta-se em Deus. Para ele, Deus é produzido pelo homem e não o inverso , como era até então, proclamado.A idéia de Deus,ter-se feito homem, exprime a primazia do amor pelos outros, no entanto, a idéia de um ser perfeitissímo(Jesus Cristo), nasceu para denotar aos homens aquilo que eles deveriam ser, mas que jamais conseguirão ser " O segredo da Teologia é a Antropologia" . Uma dos temas mais interessantes de seu pensamento é o da alienação. O homem aliena-se projetando ideais no além, sonhos de modos de ser que ele não consegue realizar efetivamente,isso faz com o homem separe-se, aliene-se de si mesmo e dos outros homens. Justiça,Amor , Sabedoria, são atributos do saber humano ,representando o ideal humano,projetando-se de modo imaginário em Deus, ou seja, em um ser para o qual nada é impossível."Os deuses são os desejos do homem realizado".Desse modo, para ele Deus é uma representação imaginária do homem que se encontra privado de algo que lhe pertence em proveito de uma realidade puramente ilusória.
CRÍTICA: É errôneo afirmar que Feuerbach pretendesse acabar com a religião,ele a considera necessária através da antropologia, tendo em vista a presença imanente no homem de ideais, todavia, esses ideais têm que ser levados a ação, isto é, ao real.

MAX WEBER E A AÇÃO SOCIAL

INTRODUÇÃO: Max Weber delimita o campo de investigação da Sociologia, através do conceito de ação social, elaborando uma teoria geral da sociedade fundada na noção de ação social, para ele: “ação social será reservado à ação cuja intenção fomentada pelos indivíduos envolvidos se refere à conduta de outros, orientando-se de acordo com ela” (WEBER, M; Conceitos Básicos de Sociologia, p.11). De acordo com Weber, somente há ação social quando ela está ligada a um significado atribuído pelos indivíduos envolvidos, sendo orientada pelas ações da conduta de outros. Desse modo, nem toda ação é considerada uma ação social, apenas é considerada social uma ação que seja: intencional, inter-relacionada e com sentido, são ações que levam os outros em consideração, é atuar juntos com os outros intencionalmente, envolvendo-se reciprocamente.
Na verdade, para entendermos se uma ação é social, devemos observar o contexto em que ela ocorre, ou seja, uma mesma ação pode ora, ser classificada como social, ora não. A ação só será considerada social, enquanto envolver outra pessoa. Ela deixará de ser considerada ação social, a partir do momento que for considerada puramente individual. “Atitudes subjetivas devem ser consideradas ação social apenas se orientadas à ação de outros” (Id. Ibidem. p.37)



TIPOS DE AÇÃO SOCIAL: A partir do conceito de ação social, Weber afirma que há basicamente quatro tipos delas: tradicional, afetiva, racional com relação a valores e racional com relação a fins, onde ele as associa de acordo com o modo pelo qual os diversos indivíduos orientam suas ações, agindo na sociedade.
1) AÇÃO ESTRITAMENTE TRADICIONAL: Esse tipo de ação é fundado na moralidade dos costumes, são executadas sempre do mesmo modo através dos séculos, sendo desta forma, ações
muito limitadas, equivalendo quase ao habitual comportamento das pessoas. Nas palavras de Weber: “Freqüentemente é simplesmente uma reação amortecida - quase automática - a estímulos costumeiros que têm conduzido a ação, repetidamente, ao longo de um curso rotineiro.” (Id. Ibidem. p.41/42)
Como exemplos desse tipo: Comemorar aniversários, festas tradicionais, seguir os mandamentos de uma religião, seguir a moda, etc.
2) AÇÃO ESTRITAMENTE AFETIVA: Essa ação é a expressão de uma emoção, ou seja, ela é
fundada em sentimentos, afetos e na emotividade dos indivíduos É a ação, onde o agente segue um impulso inspirado pelas emoções imediatas, não existindo, portanto, uma elaboração racional de suas conseqüências. Desde que fiel aos valores, o comportamento é válido por si só. Nas palavras de Weber:
“A ação estritamente afetiva também fica na linha do que pode ser considerada uma ação consciente de sentido e, com freqüência, ultrapassa também a linha; por exemplo, pode ser uma reação desinibida a algum estímulo extraordinário” (Id. Ibidem. p.42)
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“A ação afetiva determinada é a que exige a satisfação imediata de um impulso, não importando quão sublime ou sórdido possa ser, de modo a obter vingança, gratificação sensual, dedicação completa a uma pessoa ou ideal, contemplação feliz, ou finalmente, para liberar tensões emocionais” (Id. Ibidem. p.42)
Como exemplos desse tipo: Se vingar de alguém, Amar uma pessoa, Torcer por um time esportivo.
3) AÇÃO EM RELAÇÃO A VALORES: Essa ação é orientada por princípios éticos, estéticos, religiosos e morais, não havendo um cálculo prévio com relação aos resultados, ela está intrinsecamente relacionada aos seus sentidos em si mesmos, independentes, portanto, das conseqüências. A ação é orientada pela fidelidade aos valores que inspiram a conduta, desde que fiel aos valores, o comportamento é válido por si só.
Nas palavras de Weber:
“Exemplos de ação pura em relação a valores estariam na ação de pessoas que independente das conseqüências, conduzem-se de tal maneira a pôr em pratica suas convicções e o que lhes parece ser exigido pelo dever, honra, beleza, religiosidade, piedade ou pela importância de uma “causa”, não importando qual o seu fim.” (Id. Ibidem. p.42).
Como exemplos desse tipo: Cuidar de alguém enfermo, Trabalhar voluntariamente para
uma instituição filantrópica, etc.
(4) AÇÃO SOCIAL ORIENTADA A FINS: Essa ação é definida de acordo com as metas ou objetivos esperados. A previsão através do planejamento e do cálculo é fundamental
para conduzir esse tipo de ação. De acordo com este tipo, o sentido racional da ação se encontra na escolha dos meios mais adequados para a realização de um fim. Nas palavras de Weber:
“A ação racional é da espécie orientada a fins quando envolve a devida consideração de fins, meios e efeitos secundários; tal ação também deve considerar atentamente as escolhas alternadas, bem como as relações do fim com outros possíveis do meio e, finalmente, a importância relativa de diferentes fins possíveis. Assim, a classificação da ação em termos afetivos ou tradicionais é incompatível com este tipo.” (Id. Ibidem. p.43)
Como exemplo desse tipo: Construção de um imóvel, fazer um empreendimento,
fazer um protesto visando melhores condições para melhoria de vida para uma cidade, um estado, uma nação. etc.
Todos esses tipos de ações mostram-se diferentemente nas diversas sociedades humanas, nas sociedades antigas havia a preponderância da ação tradicional e afetiva. Com o advento da modernidade as ações passaram a ser cada vez mais racionais, havendo com a crise dos valores e do “desencantamento do mundo”, uma tendência para a ação racional orientada unicamente por fins, onde a própria ação não seria relevante, valendo mais os resultados, isso, em detrimento da ação com relação a valores. Weber vê a utilidade estreita e mesquinha do mundo capitalista visando, através da racionalidade instrumental, cada vez mais e mais lucros e a conseqüente dominação social de um modo vil.
REFERÊNCIAS:
1) Conceitos Básicos de Sociologia. Ed. Centauro,São Paulo(SP).4ª edição
2) Dicionário de Sociologia. Jorge Zahar. R. de Janeiro(RJ),1997.
3) Dicionário de Filosofia. José Ferrater Mora. Ed. Loyola. 2000.