TRANSLATE TO YOUR LANGUAGE, RIGHT NOW

AMBIGUIDADES DA MODERNIDADE

Se por um lado no mundo moderno encontramos um espaço que nos promete grandes possiblidades de alegria, autonomia, aventuras, crescimento e transformações, ao mesmo tempo, ocorrem ameaças de se destruir tudo o que construímos; os ambientes e as nossas experiências cruzam todas as fronteiras étnicas, geográficas, sociais, religiosas. É certo afirmar que há uma certa união, todavia, essa união é paradoxal, porque existe nessa união uma desunião, devido as constantes renovações, mudanças, guerras, gerando ambiguidade e angústia. No poema, A Segunda Vinda, Yeats mostra essa fragmentação: “Tudo esboroa; o centro não se sustém. A pura anarquia avança sobre o mundo.”(Poemas, Cia das Letras.p.92.).

Para Baudelaire: “A modernidade é o transitório, o efêmero, o contingente, é a metade da arte, sendo a outra metade o eterno e o imutável”(A Modernidade, Ed. Nova Aguilar, p.859). Podemos concluir que a vida moderna é pela ambivalência, pelo fugidio, pelo efêmero, e ser moderno é tomar parte de um mundo onde, como disse Marx, “tudo que é sólido se desmancha no ar”. A transitoriedade moderna, não apenas envolve uma ruptura com as épocas anteriores, ela também, envolve rupturas e fragmentações internas tornando-se um conflito crônico que se intensificou de maneira aguda, ao ponto de abarcar toda a extensão da existência, se estendendo até a contemporaneidade e isso, sem dúvida, nos impele à criação de novas formas onde um problema é suprimido por outro novo, e um conflito por outro, havendo a incorporação do elemento trágico como luta em um sentido absoluto, abrangendo as oposições entre luta e paz de modo relativo, em um movimento que nunca para.

Nenhum comentário: