Émile Durkheim se fundamentou em
muitos dados estatísticos para fazer um estudo sociológico do suicídio, mostrando
a relação entre anomia, ou seja, a ausência de normas e o índice de suicídio
como forte indicador deste, principalmente, em uma sociedade ou em grupo social
na era industrial. Por anomia ele compreendia o desregramento (hybris) moral da
sociedade, pois os indivíduos não sabiam que normas ou regras seguir. Para ele,
o índice de suicídio em determinada sociedade é inversamente proporcional ao
grau de integração, quer dizer, das relações dos indivíduos nas estruturas
familiares, religiosas e políticas dessa sociedade. As crises sociais carregam
em si grande risco de anomias e, portanto, têm grande risco de haver altos
índices de suicídio, muito embora, progridam financeira e economicamente.
Durkheim ficou bastante
impressionado com os altos índices de suicídio ocorridos na época industrial,
concluindo que nas sociedades tradicionais, onde a estabilidade era muito mais
coesa, havia uma certa imunidade com relação ao suicídio.
Enfim, Durkheim concluiu que o
suicídio é um fato social normal, no entanto, o alto índice de sua taxa é que o
torna patológico. Desse modo, o fato social normal é aquele que favorece a
integração social e o fato social patológico é excepcional, pondo em risco a
integração social. Para ele, havia quatro tipos básicos de suicídio: o egoístico,
o altruístico, anômico e o fatalista. Os dois primeiros eram consequências,
respectivamente, da subintegração e da superintegração entre o indivíduo e a
sociedade. O anômico deve-se a um desregramento moral, e o fatalista a um
hiper-regulação moral da sociedade, oprimindo o indivíduo.
1) Sociologia - A. Giddens, Ed. Artmed, R.G. do Sul,4ª ed.,2005.
2) Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Lisboa/Paulo, s/d
3) Dicionário de Sociologia, JZE, R.de janeiro,1997.
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