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AS TRÊS GRANDES HUMILHAÇÕES FEITAS AO HOMEM

Freud detectou três principais humilhações feitas ao ser humano na cultura ocidental: a primeira foi através de Copérnico, quando constatou que o sol não girava ao redor da terra; a segunda foi através de Darwin, quando ele descobriu que o Homem descendia de um ancestral comum; a terceira foi executada pelo próprio Freud,quando da "descoberta" do inconsciente, onde o próprio Homem não era mais senhor em sua própria casa, porque a consciência era apenas uma pequena parte, de um todo que repousava na inconsciência.

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A TAREFA DO FILÓSOFO SEGUNDO NIETZSCHE


" Que deve fazer o filósofo? No meio do formigar, acentuar o problema da existência, sobretudo problemas eternos.O filósofo deve reconhecer o que é necessário e o artista deve criá-lo. O filósofo deve simpatizar o mais profundamente possível com a dor universal: cada um dos velhos filósofos gregos exprime uma miséria: aí, nessa lacuna, insere o seu sistema. Constrói o seu mundo sobre essa lacuna". (NIETZSCHE, O livro do filósofo, §27, p. 25, Ed. Rés).
Nietzsche, nesse aforismo exprime umas das tarefas dos filósofos-artistas ,   ou seja, ele enfatiza que há um problema fundamental na existência , que é justamente a bipartição do mundo em sensível e inteligível  criada pelo Platonismo , como também , distinguir a necessidade de separar o contingente do necessário.Assim, faz-se necessário dar peso ontológico ao mundo, pela    aceitação da dor existencial, que é o aspecto trágico/dionisíaco , através do "Eterno retorno de todas as coisas". 


PENSAMENTO E VIDA

A filosofia de Nietzsche é interpretativa por excelência. Para ele, o conhecimento é perspectivista , quer dizer,  nunca devemos absolutizar ou categorizar os conceitos usados por ele ao longo de sua obra. A sintonia direta com a vida representa ,segundo ele, o início da "verdadeira" filosofia" ,  porque o autêntico filósofo é aquele que faz experiências com a vida, não separando ,portanto, pensamento e vida.Todo o academicismo representa um sintoma que a vida declinou e colapsou com a vida prática separando-se dela, tornando-se puramente teórica.

NIETZSCHE E A REDENÇÃO


Tendo em vista a impossibilidade de separar o real em dois planos ontologicamente distintos, ou seja, mundo sensível e mundo inteligível, Nietzsche faz um esforço de reinscrever a experiência do sagrado propondo o “Eterno Retorno de todas as coisas” como realização da “Morte de Deus”, onde o mundo apresenta-se ausente de uma instância metaempírica, quer dizer, o mundo passa a vigorar inteiramente na superfície dos fenômenos que são uma expressão da Vontade de Potência, sendo compreendida como o “caráter inteligível do mundo” (Cf.ABM§36). A redenção acontece na elevação da vontade de potência criadora e do tempo como “Eterno Retorno”: “ Tudo o que “foi” é fragmento e enigma e espantoso acaso, até que o querer criador declare: “Mas eu o quis assim”. Até que o querer criador declare: “ Mas é assim que eu quero, e hei de querer assim”.(Cf. Zaratustra 2ªparte,Da redenção,). Podemos afirmar que o que move Nietzsche é a possibilidade da “salvação” não mais em um além mundo, sua proposta é dotar o real com um total peso ontológico, onde a “Redenção” se consumaria com o ideal do além-do-homem, que faz do tempo a casa do sagrado, da redenção do tempo no aqui e agora, com a afirmação incondicional dos instantes.

CAUTELA PARA COM QUEM NOS REPRESENTA


Com a finalidade de se identificar com qualquer grupo, associação, etc. dizendo:“eu sou o grupo”, “eu represento essa associação”,"eu sou o povo" etc. os representantes se anulam em nome do grupo, da associação ,etc. Contudo, há uma "usurpação" com ares de modéstia, de família , próprios de todos os líderes. Eles se apropriam da autoridade do grupo, da associação,do povo, ao reduzir-se a esses que o autorizam. Por esse motivo, devemos ter muito cuidado com todos os tipos de líderes: religiosos, políticos, sociais, etc. com a finalidade de evitar uma espécie de má-fé inerente a sua sutil “usurpação”.

REALIZAÇÕES


Realizar nossos sonhos
de liberdade e felicidade.
Ter lazer, diversão,
vivendo os sonhos
em uma nova Aurora.

E ao entardecer
celebrar novamente
com júbilo e histórias
pra contar.

Adentrar a noite,
iluminados e fazer
a sagrada comunhão,
sorrindo de felicidade
em estado de puro
êxtase.

Um estado mais elevado,
libertando das profundezas
os nossos amorosos corações.
Tão celestiais quanto às estrelas
cintilantes que há no âmago
de quem deseja o bem,
e ama de todo coração.


NIETZSCHE E A HISTÓRIA


Na Segunda Consideração Intempestiva, Nietzsche faz uma crítica ao excesso de conhecimento histórico na sua relação com a vida. Apesar do Homem não poder viver sem história, faz-se necessário e salutar um modo de vida em que o Homem possa viver a-historicamente, porque a própria vida depende do esquecimento. A história apenas faz sentido se tiver uma relação relacionada com a vida. Existe uma relação entre: Esquecimento, Vontade, Instante, Passado e Força histórica. Tanto a vida histórica quanto a não histórica estão demarcadas pelo Tempo, através da História ocorre a fixação do Homem diante do Devirá proposta de Nietzsche é a de criar um novo modo de ser do homem diante da História através da Força Plástica ativa, quer dizer, o poder de crescer em si e a partir de si mesmo e de cicatrizar feridas; ela dá a medida com relação a consideração ou o desprezo pela história onde se faz necessário dar o salto (Abstrung) percebendo que a história não tem finalidade. A "filosofia" é um percurso de Platão até Hegel, inicia-se com a ideia de Bem de Platão e termina com o "conceito que pensa a si mesmo”, com a concepção de Absoluto de Hegel. A crítica de Nietzsche é ao historicismo e não a história em si mesma, porque ele a considera como reino do "acaso" onde existe uma Tragicidade e não uma Teleologia. Por isso, Nietzsche tenta resgatar a sabedoria dos filósofos antes de Sócrates, onde o tempo era considerado como Eternidade (Aión) e também não havia uma esfera transcendente porque a (Natureza) Physis abrangia tudo.


DISCÓRDIAS INÚTEIS


Quanto mais discordância entre as pessoas mais longe ficarão da "verdade". Discórdias, na maioria das vezes, geram apenas discórdias. Temos que perceber que há uma deturpação das informações a nível global. Quanto mais fraca educacionalmente é uma sociedade mais prolifera os valores de rebanho, gerando uma cultura de massa. Isso é, justamente, o que acontece a nível global e, principalmente, aqui no Brasil.

VONTADE DE CRESCIMENTO


Meu coração pulsa fortemente
Por nosso crescimento
Torcendo, imensamente, 
pelo sucesso.
Esqueçamos o passado 
e apenas olhemos
Para frente e para o alto.

Caso alguma má
lembrança apareça.
Enxotemo-la para bem longe
dizendo: Ilusão, Ilusão!
Porque, efetivamente,
só o presente existe.
E o futuro como projeção!




RELIGIÃO CÓSMICA


Derivando do latim: religare,  religião é em sua concepção tradicional uma tentativa de ligar as pessoas a Deus, através de uma moral dogmática. Todavia, “precisamos de sangue novo em nossas  veias", quer dizer, precisamos de uma nova concepção da religião, tal como escreveu Einstein, que era um leitor de Spinoza: “A religião do futuro será cósmica e transcenderá os dogmas e a Teologia”. De acordo com Spinoza, "todas as coisas existem e estão em Deus”, o amor é uma alegria e fonte de alegria:"Todas as coisas que dão alegria são boas” (Ética, IV, prop. 30). Desse modo, podemos dizer que a religião é considerada uma coisa odiosa, apenas quando  dissemina: venalidade, ódio, violência, hipocrisia, etc., sendo que nesse caso não pode mais ser considerada religião, e sim puro fanatismo.


PARADOXO SOCIAL


Quanto mais enfraquecida se torna uma sociedade, tanto maior será o número de leis. Quanto mais coesa e forte, menor será o número de leis para regê-la.

NIETZSCHE E A RACIONALIDADE

Qualquer hipótese de uma autonomia da Razão é para Nietzsche, uma ilusão. A concepção tradicional, usada pela racionalidade, através do  conceito de consciência, do cogito ou do eu-penso é uma manifestação superficial e algo de secundário. Nietzsche segue o fio condutor de Leibniz, afirmando: “a consciência é tão-só um accidens (acidente) da representação, não o seu atributo necessário e essencial; que, portanto, isso que denominamos consciência constitui apenas um estado de nosso mundo espiritual e psíquico e de modo algum ele próprio” (Gaia Ciência-357). As nossas representações, feitas através do pensamento consciente, são manifestações de uma raiz mais profunda de forças denominada por ele de "Vontade de Potência", ficando impossível de delimitar as fronteiras da consciência, não sendo, portanto, atributos do ser que pensa, são atributos das forças que agem à  revelia do nosso querer consciente, atuando através de suas "razões" inconscientes de maneira necessária.

LEMBREMOS SEMPRE!


Que sempre nos
 lembremos!
O ser que se compraz 
em Amar
Nunca esquece!

O esquecido é
tormentoso e
inautêntico.

As horas, os dias...
enfim: a Vida.
Só ganham autenticidade
com Amor .

E através do Amor
ela se constrói
Autêntica e Bela!

FELICIDADE - Alegria e tristeza


Na concepção de felicidade avaliada por Nietzsche devemos evitar qualquer ligação que possua algum objetivo utilitarista e finalista. Para ele felicidade é: “O sentimento que o poder (potência) cresce, de que uma resistência é superada" (Cf. AC §2).
Felicidade é, também, o compartilhamento da alegria usado no prólogo do Zaratustra referindo-se a parábola do Sol:"Grande Astro! o que seria de tua felicidade se te faltassem aqueles que iluminas? "(Nietzsche, Z: p.13, Ed. Vozes).
Enfim, para Nietzsche, felicidade está relacionada tanto à alegria quanto à tristeza tendo em vista a total adesão ao mundo da vida relacionada ao: Trágico, Eterno retorno, Amor fati e a Transvaloração de todos os valores.


SCHOPENHAUER E A EUDAIMONIA (FELICIDADE)


Vamos obter através do livro de Arthur Schopenhauer: Aforismos para Sabedoria da vida, uma perspectiva admiravelmente atual sobre o que é preciso para ser feliz. A questão da felicidade realmente tem incomodado a humanidade desde os tempos mais remotos. Afinal, foi um dos primeiros problemas que os primeiros filósofos gregos colocaram. Eles chamavam de Eudaimonia, ipsis litteris: (um demônio bom). Um termo que engloba a prosperidade e boa fortuna, bem como a felicidade. A questão incomodou Arthur Schopenhauer, também, porque ele foi infeliz durante sua toda sua juventude e ao se tornar maduro escreveu esse ensaio, onde apresenta seus pensamentos sobre o assunto. Ele tenta definir o que é felicidade e verificar como a vida deve ser vivida a fim de alcançá-la, dizendo que as bênçãos da vida podem ser divididas em três categorias, já antes vistas por Aristóteles, que pensava que elas podem ser classificadas em três categorias: as bênçãos exteriores, as bênçãos da alma e as bênçãos do corpo. Para Schopenhauer, Aristóteles estava no caminho certo. Primeiro e acima de tudo, há personalidade, ou "que homem é”. Personalidade não é apenas seu personagem; abrange também sua saúde, força, beleza, temperamento, perspectiva moral, inteligência e educação. Esses atributos são geralmente determinados pela natureza, e como tal, eles são muito significativos para reger a felicidade humana. Mais importante ainda, a Constituição interna da pessoa, ou "o que ela é feita," desempenha o papel maior na formação de seu bem-estar. Pensemos na saúde: é axiomático dizer que um mendigo saudável é mais feliz do que um príncipe doente. Para Schopenhauer, os maiores prazeres são aqueles da mente. Em suas palavras, "um homem intelectual em completa solidão tem excelente entretenimento em seus próprios pensamentos e fantasias, enquanto nenhuma quantidade ou diversidade de prazer social [...] pode afastar o tédio os homens comuns.” 
A segunda categoria é a Propriedade, ou “o que um homem tem, ou seja, propriedades e posses em todos os sentidos a Riqueza material pode satisfazer as necessidades reais e básicas, mas isso não vai nos dar nada além-mais do que isso”. Nunca vai realmente nos completar ou compensar a falta de riqueza interna, é justamente por isso, que pessoas ricas, embora materialmente bem por fora, não são particularmente felizes internamente. Finalmente, há o que representamos, quer dizer, como nós somos vistos pelos outros. Uma pessoa interiormente rica, ao contrário de um tolo, vai prestar pouca atenção as opiniões dos outros, ela apenas vai viver sua vida. Agora vamos olhar para cada bênção mais detalhadamente. A Felicidade humana depende da saúde física, dos dons e dos prazeres da mente. Vamos começar com a primeira das três categorias distintas que compõem as bênçãos da vida: A personalidade. Nós sempre iremos carregá-la conosco, não importa aonde iremos ou o que fazemos. Portanto, quem somos nós, é realmente muito importante. Uma parte crítica da personalidade é a saúde, se somos saudáveis, é mais provável encontrar prazer nas coisas. Se não somos saudáveis, quase nada nos agrada.
Aristóteles colocou a questão muito bem, quando ele disse, "a vida está no movimento". Ou seja, se queremos permanecer saudáveis, temos que fazer um pouco de exercício todos os dias, além de ter uma mente ativa, que também é um requisito principal. Além de saúde, os dons do espírito são importantes para determinar a felicidade humana. Uma famosa frase do velho testamento – "a vida de um tolo é pior que a morte" – Se alguém teve a sorte suficiente para ter sido dotado de uma boa capacidade intelectual, então, esse alguém deve levar uma vida intelectual. Dessa forma, sua mente será mantida ocupada e isso, já um bom motivo para não se preocupar com o tédio, haja vista que uma mente fértil e rica vai enxergar a beleza mais longe, enquanto um tolo é preso com o que está na frente dele. Schopenhauer faz uma consideração sobre Goethe e Lorde Byron, dizendo que a fertilidade de suas mentes lhes fornecia riqueza interna e a feliz autossuficiência para agirem criativamente felizes. Por outro lado, se nossa mente está vazia, então é mais provável que iremos procurar diversões vazias e muitas vezes dispendiosas para afastarmos o tédio. Schopenhauer é bastante incisivo. Para ele, "um homem é sociável somente no grau em que ele é intelectualmente pobre e geralmente vulgar”. Sua riqueza determinará o que você espera da vida, e talvez ela vá trazer liberdade também, dependendo do grau de discernimento. Agora examinaremos a segunda categoria, Propriedade, ou seja, "o que um homem tem”. Mais uma vez, Schopenhauer segue o caminho dos Gregos e diz que Epicuro dividiu as necessidades humanas em três partes. Especificamente, estas são as posses que devemos saciar ou reprimir certos sentimentos. Primeiro, existem necessidades naturais e necessárias. Estes incluem comida, abrigo e roupas. Sem eles, estaríamos em um estado de sofrimento. Em segundo lugar, há as necessidades naturais, mas desnecessárias – ou seja, todas as coisas que gratificam os sentidos. Estas podem ser difíceis de satisfazer. Finalmente, existem as luxurias que não são nem naturais nem necessárias. E como elas não existem por si, é as mais difíceis de satisfazer. Naturalmente, há um pouco de sobreposição entre as três categorias, porque somos todos diferentes. O que uma pessoa considera um luxo, por exemplo, pode ser considerada uma necessidade natural, mas desnecessária por outra pessoa. Uma vez que estamos bem alimentados, vestidos e em estado de segurança, todos nós temos diferentes ideias do que é e do que não é "necessário". Além disso, temos a tendência para não esperar mais do que pensamos do que é possível obter. Por exemplo, nós não iremos notar a perda de uma roupa luxuosa se nunca tivemos uma. Mas se nós estamos acostumados com a elegância, então nós poderemos ficar atormentados por sua falta. Isto explica por que alguém que nasce com uma grande fortuna, geralmente tende a cuidar melhor do que alguém que adquiriu riqueza. Se você é rico desde o nascimento, você verá as riquezas como uma necessidade que você não pode perder. Mas se você viveu sua vida sem elas, nó não iremos nos preocupar em perdê-las. Se nós tivermos sorte de termos nascidos em estado de riqueza, que Schopenhauer chama de um "destino favorável”, então, provavelmente, iremos ser mais livres e nos sentiremos mais responsáveis pelo nosso tempo. Em última análise, isso vai resultar em ter uma mentalidade mais independente, também. Preocupar-se com a reputação é inútil e impede o nosso caminho para a felicidade. O que representamos é a terceira categoria de bênçãos da vida. É tudo sobre como nós aparecemos para os outros. De um modo geral, preocupamo-nos muito sobre a estimativa que as outras pessoas têm de nós. Não conseguimos evitar, embora essa nossa preocupação é completamente desnecessária. Schopenhauer conta que a história de um homem chamado Lecomte ilustra bem o ponto. Depois de conspirar para assassinar o rei francês, ele foi condenado à morte em 1846. Em seu julgamento, ele parecia mais preocupado com sua aparência do que o seu destino. Ele queixou-se que ele não estava usando suas melhores roupas. Mesmo no dia da sua execução, ele estava mais perturbado sobre não ser permitida a barba do que sua morte iminente. Em vez de se dedicar a encontrar algum sentido de paz em suas últimas horas, ele se preocupava com as opiniões de estranhos.
Excessiva atenção para atitudes de outras pessoas é uma loucura, que todos nós estamos suscetíveis. Chamamos de vaidade. Mais do que ser uma característica indesejável, a vaidade é um real impedimento para a felicidade. As opiniões dos outros irão nos desviar de encontrar a paz de espírito e contentamento interior, que são cruciais para uma existência feliz. Segundo o autor, aproximadamente quase metade das ansiedades das nossas vidas podem estar ligadas sobre opiniões das outras pessoas. É uma tarefa muito importante, reduzir esse impulso natural e devemos dizer a nós mesmos para não ouvir ou pensar sobre as opiniões dos outros, para vermos que é uma completa insensatez, assim, nós estaremos um passo mais perto de nos livrarmos dessa perda de tempo. O Orgulho, a vaidade, são pontos fracos comuns, são absurdos. O Orgulho na verdade opera de forma semelhante à vaidade. Mas enquanto o orgulho é uma opinião interiorizada, a vaidade age externamente para o self. A Vaidade adora elogios, e o indivíduo vaidoso só ganha um senso de autoestima ao vencer a boa opinião que os outros têm dele. Em contraste, as pessoas excessivamente orgulhosas têm uma visão inflada de si mesmas, independentemente do que os outros pensam. A forma mais básica e mais improdutiva de orgulho é o orgulho nacional cego, acrítico. Se nós estamos restringidos a celebrar o nosso país, provavelmente nós temos algumas qualidades admiráveis de nós mesmos. A trombeta da superioridade de nossa nação é bobagem, na melhor das hipóteses, e só é feita por pessoas para compensar sua própria inferioridade. Afinal, nem toda nação pode ser superior a todas as outras, embora cada uma tenda a acreditar na superioridade de sua nação. Agora vamos dar uma olhada no status social, que é tão ruim quanto orgulho. O "ranking social" é uma arma do Estado. Ele falsamente informa as opiniões das pessoas em geral para mantê-las em seus lugares. Como tal, a instituição através do ranking social ampara o Estado com uma grande quantia. Isso, talvez, significa que os funcionários públicos recebem muito menos do que lhe que são devidos, porque eles estão supostamente também "compensados" pelo posto que ocupem. O Ranking social é realmente uma fraude, porque seu valor depende de uma convenção arbitrária, artificial. Devemos respeitar uma pessoa por causa de quem ela é, e não por causa do teórico ranking social que ela detém. A noção de honra decorre de uma característica humana primitiva. Todos nós gostamos de imaginar que somos membros úteis da sociedade. Com efeito, se algum intrometido indelicado marchou até nós e disse que éramos inúteis, provavelmente pensaríamos que nossa honra foi atacada. Há dois lados para homenagear: um é o objetivo; o outro, subjetivo. Honra objetiva é a opinião que os outros têm de nós, por outro lado, a honra subjetiva é nossa própria estimativa. Como nós sem dúvida sabemos, a sociedade tende a julgar as pessoas dependendo como são como úteis para a sociedade. A opinião de um cada um conta muito pouco. Então aprendemos a focar nas opiniões dos outros e, portanto, favorecer a honra objetiva sobre honra subjetiva. Além dessas duas categorias de honra que Schopenhauer menciona, existem quatro subcategorias de honra. A primeira é honra cívica. Homenagem cívica é universalmente aplicável. A ideia é que devemos respeitar incondicionalmente os direitos das outras pessoas. Então não há honra oficial que está associada a pessoas no serviço público, tais como médicos, advogados, professores, soldados, etc. Especificamente, é a noção que as pessoas no serviço público devem ser adequadas para o trabalho, porque geralmente acredita-se que a pessoa em um escritório é verdadeiramente qualificada para o cargo e capaz de gerir as suas responsabilidades, então essa pessoa tem uma honra oficial.
Em terceiro lugar, há honra sexual. Isso depende da divisão dos sexos. A honrar dita que uma mulher deve se dar a um homem só em casamento. Por outro lado, a honra masculina requer que ele cuide do casamento em si, conduzindo-o. Finalmente, há honra cavalheiresco, que depende da opinião expressa. Embora pareça ter alguma utilidade para a sociedade como um todo, é apenas um elemento da natureza humana primitiva e não contribui para a felicidade. A coisa sobre a fama de verdade é que você tem que trabalhar para isso. Ao contrário da honra, a fama deve ser vencida. "a fama é algo que deve ser vencida; a honra, apenas algo que não deve ser perdida". O que é interessante sobre fama é que ela quase não tem qualquer conexão para nossa realização pessoal. Pelo contrário, é mais como um eco ou um reflexo de uma grande personalidade. Este é o ponto crítico. Portanto, não é a fama em si que faz você feliz. Em vez disso, é o mérito subjacente que nos faz feliz. Fama é apenas uma articulação dessas qualidades pessoais mais profundas. Da mesma forma, as pessoas não nos admiram por nossa fama sozinha, mas por causa desses atributos que nos fez famoso. Schopenhauer nos consola dizendo, que não devemos nos preocupar se nós nunca alcançarmos a fama, nós ainda possuímos atributos que podem contribuir para nossa felicidade. Além disso, se alguém tem como principal objetivo alcançar a fama, então realmente não há muito nela que vale a pena admirar. Então, devemos nos concentrar nas nossas vidas interiores. Caso tenhamos habilidades intelectuais, devemos o quanto possível superar o convívio com as massas ignorantes. E se já formos dotados com habilidades mentais mais altas, então nossos estudos podem conceder um dom maior e nos colocar entre os poetas ou filósofos. Resumindo, há três aspectos da felicidade: personalidade, propriedade e posição. Personalidade, ou o que está contido em nós mesmos e o que nos dá prazeres da mente, é o mais importante dos três. Propriedade é de menor importância. Ele determina quanta felicidade esperamos na vida e até pode dar-nos algum grau de liberdade. Posição, ou como os outros nos veem, impede a felicidade. Ele coloca muito peso sobre a opinião dos outros. Também é uma perda de tempo se preocupar com isso.




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APRIMORANDO A NOSSA CAPACIDADE DE APRENDIZADO


Antes de tudo, devemos nos preparar para nos sentir vulneráveis durante o processo de aprendizagem, essa é a principal dica que os experts no assunto nos aconselha. Temos que estar prontos e dispostos a aprender, enfrentando nossas próprias vulnerabilidades e falhas durante o processo. Isto pode ser um pouco estranho, mas é uma parte natural do processo de aprendizagem. Quando estamos em uma fase de aprendizagem, sentimos muitas vezes fracos, esgotados ou sem esperanças, perdendo, inclusive o foco. Todos nós aprendemos através da tentativa e erro, desse modo, a melhoria é lenta é difícil. Devemos ser cuidadosos para não duvidar de nós mesmos. Isso pode levar rapidamente a uma espiral descendente, onde nos repreendemos por cada erro, e a possibilidade de alcançar nossos objetivos parece desaparecer em cada turno. Felizmente, é simples de evitar este círculo vicioso; tudo se resume em dar um passo para trás cada vez que nós cometemos um erro. Podemos fazer algumas respirações profundas, jogar água gelada em nossos rostos, ou qualquer coisa que funcione para nós, é vital ter várias técnicas na mão, assim poderá manter nosso fluxo de energia positiva. Fora todas as talentosas e motivadas pessoas no mundo, apenas alguns realmente fazem grandemente. Por quê? Infelizmente, todas as demais pessoas desviam de seus caminhos do êxito depois de um erro. Quando vemos a nossa inteligência, habilidade ou talento como uma entidade fixa: sucesso ou fracasso, isto nos torna muito mais relutantes e paralizados quando confrontados com desafios difíceis, como que acreditássemos que não pudéssemos superá-los, nós simplesmente pensamos que não temos a capacidade de superá-los. A prática é a solução! A prática transforma em intuitivas as técnicas aprendidas. Para a maioria de nós, a incrível velocidade e agilidade de um mestre de xadrez parece completamente inatingível. Mas é realmente? Estes mestres simplesmente têm treinado tanto que chegaram o ponto de jogar intuitivamente. Nós também podemos obter esta habilidade através da prática constante. “A prática faz a perfeição”. Quaisquer informações técnicas, de padrões estratégicos, podem nos fazer sentir com uma inteligência natural, instintiva, se nós praticamos e aplicamos o suficiente. Por exemplo, todos os principiantes de xadrez descobrem que as peças têm equivalentes numéricos – Uma Torre vale mais em torno de cinco peões. No início, os jogadores contarão os equivalentes em suas cabeças, mas essa evaluação tende a parar, uma vez que eles conseguem melhorar o seu nível de habilidade. O que acontece? Bem, algo que uma vez foi visto matematicamente é agora sentido intuitivamente. E uma vez que determinados padrões se tornam intuitivos é quando, realmente, a diversão começa. Jogadores de xadrez qualificados são capazes de jogar com padrões, fazendo pequenos ajustes para confundir seus adversários e obter vantagens. Um padrão fundamental ou princípio no xadrez é controle do centro, no qual um jogador que domina no meio de um tabuleiro de xadrez tem a vantagem estratégica. O maior benefício do treinamento para a intuição, no entanto, é ser capaz de libertar a sua mente consciente. Quando não temos que se lembrar de como funcionam certos padrões, podemos ampliar diferentes detalhes. Imaginemos que estejamos num estado de concentração perfeita – e de repente, um barulho ou quaisquer tipos de distrações. Não deveríamos levar essas coisas em consideração. Os maiores treinadores e professores tem a certeza de que quando reagimos a interrupções com a irritação, stress ou raiva, significa que estamos em uma zona difícil. Nestas situações, nós precisamos que o mundo deva cooperar conosco e o nosso estado de espírito atual. Mas o mundo simplesmente não funciona dessa maneira! Nós devemos ser capazes de funcionar mesmo em circunstâncias adversas. Devemos cultivar nossa resistência mental, colocando-nos deliberadamente em situações que desafiam nossa concentração. Ao desafiarmos nosso seu cérebro, podemos apenas torná-lo mais hábil. Devemos aprender técnicas de recuperação eficiente para melhorar nosso desempenho.Todos nós sabemos que realizamos nosso melhor após uma boa noite de sono. Apesar disso, muitas vezes é muito tentador para sacrificar um pouco e estudar noite adentro, em vez disso. Resistamos! Está mais do que provado que descanso insuficiente conduz ao pensamento repetitivo, ineficaz e impreciso. Por quê? Porque nossa mente só é capaz de se concentrar em uma coisa por um tempo limitado. Depois de descansar, nossas mentes são mais capazes de um estado de concentração poderoso. Quanto mais capaz de limpar sua mente dentro de um intervalo, o melhor será seu desempenho ao retornar. Grandes Mestres podem realmente fazer recuperações mentais em pouco período de tempo, tão curto como um minuto intervalos entre xadrez corresponde rodadas. Psicólogos Cogotivos descobriram que a capacidade de relaxar, momentos de inatividade é um factor decisivo no progresso em direção a se tornar um expert. Desse modo, como nós poderemos praticar nossas recuperações? Consideremos fazer um treinamento intervalado, executando uma série de exercícios curtos, de alta intensidade com descansos regulares distribuídos. Pesquisadores descobriram que há uma conexão fisiológica entre treinamento intervalado cardiovascular e a capacidade de rapidamente liberar o estresse e recuperararmos de um esgotamento mental. Com treinamento intensivo terá melhor resistência, ajudando você a relaxar mais eficazmente quando você mais precisa. Devemos criar uma rotina podemos conseguir nosso melhor desempenho. Pensemos por um momento, em uma situação ou atividade, durante o qual nós tivermos o foco completo e sereno – momentos que nos fazem sentir como nada mais no mundo existe. Se repetirmos essa rotina todos os dias, iremos cria uma poderosa conexão fisiológica entre a rotina e o desempenho. Para concluir, com uma prática constante, os mestres desta técnica de alcançar um estado onde, só pensando em uma parte da rotina, dizem que já acionamos nosso estado de pique emocional, para atuarmos em alta.








O QUE É SER RADICAL?


Ao contrário do que pensa o senso comum, ser radical não é ser extremado. Ser radical é tentar conhecer as coisas pela raiz, e através da natureza profunda das coisas, tentar aprofundar ainda mais para conhecer melhor. Ser radical é tentar saber conceitualmente o que está "enraizado", e assim, proceder de modo não extremado, porque busca aprofundar para conhecer melhor através do debate, da crítica, etc. Para tal, podemos usar vários procedimentos metodológicos para tentar uma melhor compreensão do que está "enraizado"  e em processo de investigação.Eis a meta: desenraizar para  enfim, não ser "radical". Um método eficaz é o método genealógico que foi utilizado por Nietzsche aos valores estabelecidos, que foram refundamentados para serem melhor compreendidos.

NECESSIDADE DE SILENCIAR A MENTE


O excesso de dúvidas em nossa mente, coisa muito comum em nosso mundo, perturba nossos relacionamentos como um todo. Temos que minimizar ao máximo essas dúvidas e permitir que a magia natural que existe em nós possa fluir naturalmente e, assim, atingirmos uma maior união, permitindo a possibilidade de bons relacionamentos.

IMERSÃO EM SI


À medida que vamos amadurecendo, devemos aprender a economizar energia, para podermos ter acesso a um elevado estado de consciência e assim, conseguirmos uma visão mais acurada do que está acontecendo.

SILENTE CONHECIMENTO

Existe uma forma de conhecimento de ultrapassa todas as formas de linguagem, esse conhecimento habita silenciosamente em nós, mas para alcançar esse conhecimento temos que fazer um trabalho sobre si, e esse trabalho pode levar muito tempo. Uma coisa é certa: temos que fazê-lo para nos tornamos despertos e fluirmos como espíritos livres.

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TRABALHO SOBRE SI MESMO


O trabalho sobre si envolve, principalmente, um aumento da nossa consciência. Desde a fenomenologia, sabe-se que consciência é sempre consciência de alguma coisa. A autoconsciência pode ser percebida abstratamente como consciência de uma instância interna que pertence ao nosso imo. O trabalho sobre si é um trabalho sério no sentido de evitar que nós nos enganemos, através de mentiras, hipocrisias, má-fé, etc. É sério ,também ,por temos que evitar a mentira, porque , quando mentimos ou enganamos alguém, estamos mentindo e nos enganando. Isso é um obstáculo para o trabalho sobre si, devido ao fato de não haver um aumento da nossa consciência como, também, da nossa autoconsciência.

SABEDORIA INVESTIGATIVA


Existe um consenso  em que "a sabedoria não se deixa ensinar", porque quem afirma ser sábio, está totalmente equivocado. Ela é um caminho, uma busca, um estilo, um modo de ser em constante mudança em várias perspectivas. O sábio não é amigo da sabedoria, porque já a possui. Todavia, quem confessa possuir uma "Douta Ignorância" ,quer dizer, alguém que alcançou um nível tão elevado de reflexão que é capaz de reconhecer os limites e a imperfeição do próprio conhecimento, possuindo uma atitude cética, quer dizer, investigativa, é muito mais sensato!

RECONCILIAÇÃO COM O TEMPO


No Zaratustra, com o anúncio do além-do-homem concebido como superação de si mesmo, Nietzsche proclama a transcendência no nível existencial individual, diante da impossibilidade de defini-lo através de conceitos. Portanto, é através da vontade criadora que o homem deve se libertar e se redimir do tempo. Diante a impossibilidade da reversão do tempo, ele nos ensina a fazer as pazes com a temporalidade , quando nos convida a afirmar e transformar o "Assim foi” (Passado) em "Assim eu o quis" (Afirmação do tempo passado) e, desse modo, superar a distinção entre Tempo (Cronos) e Eternidade (Aión), através do "Eterno Retorno".

VALORES DE REBANHO, MORAL SERVIL


Podemos afirmar que o cultivo  do  Consumismo exagerado, Fanatismo Religioso, Culto narcísico à beleza física, Individualismo exarcebado, Idolatria a artistas de TV, Jogadores de futebol, etc. Enfim, todos os valores que desembocam em uma Cultura de Massa; conduz os seres humanos não acordados, alertas, a estarem sujeitos às diversas armadilhas da perversa mídia que está por trás desses valores, tal como, dizerem "Sim" sem questionar e assim, aceitarem passivamente a eles. Há muito tempo Nietzsche nos mostrou essa aceitação passiva com muito bom humor no seu livro: Assim, falava Zaratustra, onde em alemão a palavra "sim" se diz "ya" que é igual ao som emitido pelo animal burro, fazendo uma analogia com aqueles que aceitam esses valores de modo servil. Na política atual estão chamando de burros todos aqueles que aceitam todo esse jogo sujo de poder. Vamos dizer um NÃO do Leão para podermos sair dessa situação ,e com um outro SIM, o da Criança que incorpora o não do Leão a criar um SIM ativo , quer dizer, uma afirmação que visa a transformação efetiva dos valores estabelecidos em direção a criação de novos valores.

O IDEAL DA AUTO-REALIZAÇÃO


O caminho para a nossa auto-realização tem que envolver: educação, crescimento e auto-aperfeiçoamento. Todos nós, provavelmente, já ouvimos a máxima: "Se você não está crescendo, você está morrendo." Se vivermos com essa máxima em mente, iremos constantemente, nos aprimorar enquanto seres humanos. A ética da auto-realização começa com auto-cuidado: se queremos cuidar dos outros, primeiro teremos que ser capazes de cuidarmos de nós mesmos.

FALTA DE DIÁLOGO - FECHAMENTO SOBRE SI


Qual é a causa da falta, da incapacidade para fluir um diálogo vivo com o outro, apontado já há muito tempo por Hans Georg Gadamer ? Vejamos um trecho de Verdade e MétodoII,p.244,Ed.Vozes" A questão da incapacidade para o diálogo refere-se,antes,à possibilidade de alguém abrir-se para o outro e encontrar nesse outro uma abertura para que o fio da conversa possa fluir livremente ". Podemos dizer que a falta de abertura e por conseguinte, a falta de calor humano causa uma esterilidade em nossas conversações ,havendo um empobrecimento em nossa capacidade de se comunicar efetivamente,porque a linguagem sendo um atributo natural do homem,fica obstaculizada diante da falta de abertura para o diálogo que ocorre em nosso mundo hodierno.As consequências da falta de diálogo são a falta de entendimento entre as pessoas e de um fechamento sobre si, que levam ao isolamento social e a uma sociedade individualizada.

O ANTIMATERIALISMO DE NIETZSCHE


Os livros: História do Materialismo de A. Lange e Filosofia Natural de R. Boscovich foram fundamentais para o desenvolvimento da crítica de Nietzsche ao materialismo. Segundo Lange, o materialismo é incapaz de justificar seus pressupostos, tendo apenas uma utilidade metodológica. Nietzsche adota essa metodologia  com a finalidade de justificar o sensualismo de sua filosofia ,e ao mesmo tempo utiliza, também, a crítica de Boscovich ao materialismo do tipo atomista, devido a sua oposição a concepção corpuscular da matéria, por adotar uma noção dinâmica das forças e dos fenômenos, onde entende o mundo como sendo um conjunto de pontos de força ubiquamente inextensos. Apoiado por esses autores, Nietzsche irá se contrapor radicalmente ao materialismo, aderindo  uma concepção dinâmica do mundo enquanto "Vontade de Potência", fundamentado na concepção de força e não de matéria. Ao não aderir ao materialismo, ele afirma um caráter dinâmico do mundo e desse modo, um antimaterialismo, " Não há substâncias que duram eternamente; a matéria é um erro tal como o deus dos eleatas"( Gaia Ciência,§109,Cia das Letras).

ABRINDO CAMINHOS


Estamos
Abrindo caminhos
em busca do Sol!

É essa a nossa saudade:
Estarmos juntos apesar das
circunstâncias,
E das vãs particulares opiniões,
que erguem muros.
Contudo, nos murmúrios das pedras,
rolaremos e destruiremos
nossos tristes passados.

Assim, recomeçaremos!
Tornando-nos uma unidade,
na dualidade de nossos corpos,
aniquilando fronteiras.
Quebrando meras e hipócritas
Convenções sociais.

COMPARAÇÃO - UMA IMPOSSIBILIDADE OBJETIVA

No mundo "nada há igual a nada", portanto , quanto fazemos comparações entre coisas que envolvem as ciências  humanas,cometemos erros , haja vista a impossibilidade objetiva de formarmos conceitos e chegarmos a uma compreensão objetiva.

O CONHECIMENTO QUE REALMENTE IMPORTA

Uma das coisas mais importantes é conhecermos a nossa história pessoal, e nos libertarmos dos "grilhões que forjaram as nossas mentes " como escreveu William Blake .A história que conhecemos através das mídias é um "grilhão" a mais, uma inautenticidade a ser deposta, para efetivamente nos libertarmos e criarmos nossas vidas com autenticidade.

NIETZSCHE E A HONESTIDADE


Nietzsche constata que a honestidade não está entre as virtudes cardeais cristãs, que são: a sabedoria,  a coragem, a temperança e a justiça. Para ele, a honestidade deveria ser  a nossa principal virtude,  sendo considerada a “nossa virtude, da qual não podemos escapar, nós, espíritos livres" (ABM,§227). Ela, também, é concebida paralelamente ao conceito de "amor à verdade, amor à sabedoria, sacrifício pelo conhecimento, heroísmo do que é veraz” (ABM, §230). Por isso, entre outros motivos, ele fez uma crítica ferrenha ao cristianismo, justamente, por não haver adotado a honestidade como sendo uma virtude cardeal.

A FALÁCIA DO SISTEMA


Já faz algum tempo que ouvimos como resposta a várias situações: "o problema é com o sistema", "deu erro no sistema". "o sistema está inoperante". Acusar essas situações de erro, servem como resposta negativa para tudo. Parece que esquecem que são pessoas (técnicos) que fazem o sistema, então," O problema é com o sistema" é uma tentativa de escamotear os verdadeiros problemas que existem, e ainda nos chamar de imbecis, por aceitarmos passivamente a esse falso argumento.

NIETZSCHE E A PEDAGOGIA


Podemos afirmar que há em Nietzsche uma pedagogia, no entanto, uma pedagogia anti-intelectualista, porque para ele não é suficiente apenas uma educação intelectual, faz-se necessário,principalmente,  educar o corpo. Nesse sentido, a educação dos Gregos mostrou-se superior à educação socrática, cristã e racionalista.
Para ele, a educação grega foi um acontecimento essencial na história da humanidade,porque havia uma valorização do corpo e da mente juntos. O grande objetivo de sua pedagogia é criar seres humanos autônomos, com integridade e não alienados aos problemas estruturais do mundo.


ETERNO DEVIR


A eterna mudança do Mundo,alternando-se entre dias e noites ,renova nossas energias e nos faz seguir em frente!A nossa meta é ir cada vez mais Alto ,em um jogo que nunca para." Não se volta, se a meta são as estrelas!" ,escreveu Da Vinci.

SABEDORIA ORIENTAL E SOFRIMENTO


Atualmente, todos nós sabemos da importância do legado da sabedoria oriental.Os grandes sábios chegaram à conclusão que em vez de tentarmos fugir do sofrimento, é melhor diagnostica-lo. Para tal, eles enumeraram alguns motivos principais que se relacionam com o sofrimento e a infelicidade causada por ele. Vejamos: A identificação com o Ego; o foco mental na permanência em mundo que é impermanente; o medo excessivo da morte; o não procurar se conhecer; a alienação mental induzida pelos modismos de nossa sociedade onde prevalece uma cultura de massa, etc.

NIETZSCHE E A DECADÊNCIA DA HISTÓRIA


Podemos afirmar que Nietzsche detecta que houve uma sucessão de civilizações que surgem, desenvolvem-se e depois entram em declínio. Segundo ele, há um movimento universal para a decadência. Nietzsche analisou que na Grécia Antiga, a moral pré-socrática foi destruída pela moral socrática, no entanto, o maior inimigo do ideal aristocrático foi, posteriormente, a moral judaico-cristã. O declínio continua na modernidade até hoje. Um sintoma desse declínio é a cultura universitária porque ela confunde cultura com ciência. A ciência é segundo ele um instrumento de investigação, como técnica de laboratório, como indiferença diante dos grandes problemas essenciais para a vida.

A NOÇÃO DE PARADIGMA AVANÇADO DE THOMAS KUHN


O paradigma Kuhniano é uma teoria ou sistema dominante durante algum tempo numa área científica determinada, como por exemplo, sistemas ptolomaico e copernicano, as mecânicas newtonianas e einsteinianas, etc. Incluem regras metodológicas, elementos axiológicos e metafísicos. Os aspectos ou ingredientes principais do paradigma Kuhniano são os seguintes: 1)Lógico Formal: generalizações simbólicas, As quais funcionam em parte como leis em parte como definições de alguns símbolos que elas empregam.) Metafísico: modelos os quais fornecem a uma comunidade científica as analogias ou metáforas 3) Axiológico: valores, tais como: coerência interna e externa, simplicidade e plausibilidade das teorias. 4)Técnico: exemplares ou soluções concretas de problemas que os pesquisadores encontram desde o início de sua pesquisa nos laboratórios e exames. 5) Sociológico: todos os aspectos anteriores são partilhados por uma comunidade científica. A aplicação estável de um paradigma constitui a “ciência normal”; a descoberta de “anomalias”, fenômenos que o paradigma tradicional não consegue explicar, inicia uma nova revolução científica, isto é, a busca de um novo paradigma. Quando este é adotado por uma comunidade, fala-se de progresso científico.

A CONCEPÇÃO DE CAUSALIDADE DE DAVID HUME

O predicado causa não entra na noção de o que começa a ser. O princípio não goza, portanto, de evidência analítica. É um juízo sintético. Como a simples experiência não pode formular um juízo universal e necessário, Hume deu uma interpretação psicológica, segundo ele, é por hábito que unimos necessariamente dois fenômenos que se sucedem e chamamos ao primeiro de causa e ao segundo de efeito. Todavia não há uma conexão causal necessária e sim uma conjunção constante. As proposições sobre relações causais são proposições sobre fatos e não do tipo de relação entre ideias como as da lógica e da matemática. A relação de causalidade é uma crença, baseada no hábito; crença, mas não ficção, pois, ambas se produzem pela imaginação, e, no entanto, as ideias em que acreditamos são mais vivas e fortes do que as da ficção. A crença é mais viva quando apoiada na experiência repetida de fatos semelhantes que, pelo hábito, produz a sensação de eles ocorram com regularidade, no entanto, não existe qualquer contradição em supor que o curso da natureza possa mudar e que um evento semelhante a um já experimentado possa ser acompanhado de eventos diferentes ou contrários àqueles que, no passado, acompanharam o primeiro evento.

SABER TRÁGICO VERSUS SABER TEÓRICO


Para Nietzsche foi à incompreensão da tragédia grega antes de Eurípides que levou Sócrates a desprezá-la “Também Eurípedes foi, em certo sentido, apenas máscara: a divindade, que falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio recentíssimo nascimento, chamado Sócrates” (NT-12-p. 79 Cia das Letras) e de propor um saber racional e teórico como superior a sabedoria trágica” basta reconhecer nele o tipo de uma forma de existência antes dele inaudita, o tipo de homem teórico " (NT-15.p.92 Idem) onde o homem teórico seria o oposto do homem trágico, Sócrates seria dessa forma o idealizador do conhecimento racional tendo como apoio uma hiper valorização do Saber consciente em detrimento do saber trágico. desta forma vemos que foi Sócrates que fez com que todo conhecimento trágico fosse cada vez mais perdendo espaço para um saber puramente racional onde "tudo deve ser inteligível para ser Belo" (...) “Só o sabedor é virtuoso” (NT-12.p.81, Idem). É bem sabido que na ótica de Nietzsche, a primazia de um saber teórico em detrimento de um saber trágico é um agente de adoecimento e decadência por que para ele o Saber trágico corresponde à verdadeira natureza do mundo que se mostrava nas tragédias através de Apolo e Dionísio, chamado de "impulsos artísticos da natureza onde nesse emparelhamento tanto a obra de arte dionisíaca quanto a apolínea geraram a tragédia ática"(NT-1.p.27, Idem). Para Nietzsche, os gregos da época trágica sabiam da condição horrenda da existência e criaram a tragédia como forma de aceitação, aprendizado e justificação da  vida por ela mesma sem recorrer a nada transcendente "a tragédia precisamente é a prova de que os gregos não foram pessimistas "(EH-p. 61 Cia das Letras). A tragédia ática, é segundo Nietzsche, um dizer afirmador à Vida, uma aceitação da vida , coragem diante do destino e uma exaltação os valores vitais em contraposição a sabedoria após Sócrates onde havia hiper valorização da razão como princípio constitutivo do ser,  quer dizer, havia uma identidade intrínseca entre a racionalidade e realidade. Portanto, a sabedoria trágica que se manifesta no dizer sim à vida mesmo nos seus mais estranhos e mais duros problemas tem um valor maior do que o saber teórico conceitual, porque se enraíza na verdade profunda do homem.


ACORDAR PARA A DIFERENÇA E MULTIPLICIDADE


Vamos acordar! Acordar para ver as coisas de modo diversificado, múltiplo, onde a diferença exerça uma força que transvalore e vá além do que está sendo percebido! Todas as coisas estão cobertas pelo Véu de Maya, quer dizer, as coisas são de certo modo máscaras. As religiões ortodoxas são máscaras, o grande problema é que a grande maioria das pessoas não quer ou não podem perceber esse aspecto e ficam presas, deixando de adquirirem uma nova maneira de pensar, não somente referente aos dogmas impostos pelas diversas religiões, como também, todas as outras coisas que visaram dominar o pensamento humano, impondo limites, regras etc..

EPICURO : Hedonista ou Epicurista ?


O hedonismo é uma doutrina moral que faz do prazer o soberano bem do homem, e apesar de estar associado à Epicuro, nada tem a ver com a atual concepção dos hedonistas, nem dos atuais epicuristas. Em verdade, para Epicuro é necessário escolher na medida em que os prazeres seguem os desejos: há prazeres naturais e necessários: como se alimentar com equilíbrio, matar a sede, viver uma vida simples... Há outros naturais, mas não necessários: será necessária uma mesa abundante? Uma adega repleta de vinhos caros? Há ainda os desejos que não são nem naturais nem necessários: ser escravo do dinheiro, não conseguir pôr termo à ambição e outras vaidades. Segundo Epicuro, o que realmente é necessário é alcançar um estado de tranquilidade da alma, por meio da ausência de dor e de ansiedade, que ele denominou de ataraxia. Enfim, para realmente ser um epicurista devemos não precisar de muito para nos regozijar, manter-se à parte: para vivermos felizes, vivamos escondidos - eis a máxima epicurista.

O QUE AINDA PODEMOS APRENDER COM PLATÃO


Por desmesura e leis em excesso, nossa sociedade moderna tem pouco ou nada em comum com a da Grécia antiga. Onde temos a cidadania universal, os atenienses tinham escravos e apenas os homens  poderiam ser cidadãos e ter direito ao voto. Apesar de tudo, vivemos em uma época completamente diferente daquela do  "berço da democracia". Apesar dessa distancia, a filosofia em geral e os pensamentos de Platão em particular, continuam a viver e influenciar nossas vidas. As atemporais ideias de Platão nos dão uma ideia de como ele  poderia lidar com alguns dos principais dilemas de nossa sociedade. A filosofia de Platão pode nos ajudar a pensar melhor e agir por nós mesmos e ganharmos um controle mais profundo e mais forte das nossas emoções, tais como:como não agir como um cavalo indisciplinado,por que a pessoa mais sábia do mundo afirma saber o mínimo,por que nós não podemos ter em mãos as respostas para todos os problemas da vida , agir por instinto pode nos matar.etc.As ideias de Platão  sobrevivem até os dias atuais  e ainda afetam nossas vidas .A relevância de Platão, que viveu há 2.400 anos atrás, mantém-se em nossas vidas e  podemos aprender muito com seu legado.Embora muitos dos fatos de sua época ,sem dúvida alguma, parecem bárbaros para nossa perspectiva moderna – tais como a posse de escravos e atitudes sexistas – os insights filosóficos encontrados em seus diálogos , no entanto, levantam questões fundamentais sobre quem somos e como devemos viver.Seus diálogos abordam muitas perguntas que não têm respostas fáceis e ainda são tão abertos à interpretação como eram há milhares de anos.O Simpósio, por exemplo, inclui diálogos sobre o significado do amor e as responsabilidades que vêm com ele. Em a República, também, encontramos discussões sobre que tipo de organização política seria a melhor. Estas perguntas não têm respostas simples. Na verdade, lutamos com elas até hoje! Platão também definiu as bases para explorar o significado da vida, examinando nossas próprias vidas e as vidas daqueles que estão ao nosso redor.
Em Platão, Apologia significa "defesa", em grego antigo – a personagem de Sócrates, que, na vida real, tinha sido acusado de impiedade, de corromper a juventude e de trazer falsos deuses para a cidade, proclama que "a vida não examinada não  vale a pena ser vivida." Em essência, nós devemos nos esforçar para aprender com os erros e ter novas experiências a fim de encontrar uma melhor maneira de viver. Mas não precisamos ler todas as obras de Platão para apreciar a sua relevância. Na verdade, nossos métodos contemporâneos de tentar entender o mundo que nos rodeia deve em si completamente a sua filosofia. Platão é grande não porque ele estava certo, mas porque ele estava sem medo de questionar nossas suposições. Em primeiro lugar, Platão nos ajuda a ensinar por fazer perguntas que permitem às pessoas chegar a respostas por conta própria. Também chamado de método socrático,  envolve fazer perguntas a um parceiro de conversa para aprender mais sobre o assunto em questão e, simultaneamente, solicitar do parceiro de conversação para desenvolver suas próprias conclusões, simplesmente por fazer as perguntas certas conduzindo o diálogo de modo dialético. Na verdade, esta forma de ensino ainda é usada em escolas de direito hoje. Professores pedem os alunos que analisem um caso, questionando os argumentos utilizados, a precedência histórica, etc. Depois de receber uma resposta, ele então pedirá para mais esclarecimentos a fim de ajudar os alunos a descobrir mais sobre a natureza dos próprios argumentos e, assim, tornar-se um advogado mais eficaz. Platão não apenas usou perguntas para chegar às respostas; ele também questionou aqueles que alegou ter conhecimento em um determinado assunto. Em seus diálogos, os personagens que afirmavam ter conhecimento fornecem um relato para que outros possam aprender com eles. Mas se eles não podiam fornecer uma explicação, eles terminariam provando a sua ignorância. Por exemplo, quando Sócrates foi acusado de impiedade no diálogo: Apologia de Sócrates, ele primeiro pede uma explicação de "impiedade" de um especialista antes de começar a defender-se. Na verdade, Socrates foi ainda nomeado nas desculpas como "a pessoa mais sábia do mundo" porque ele sempre se absteve de reivindicar qualquer conhecimento e em vez disso, optou por depender de verdadeiros especialistas. A Filosofia de Platão levou a uma transformação dos antigos valores atenienses  para o mundo moderno.Nós estamos todos afetados por nossos contextos históricos e culturais específicos e Platão não foi excepção à regra. No entanto, ele simplesmente não aceita os valores e formas de sua sociedade; em vez disso, ele escolheu questionar e transformar as coisas que ele não concordava. Em seus diálogos, Platão tentou entender, problematizar e transformar os antigos valores atenienses que ele via como problemáticos. Por exemplo, naquele tempo, os atenienses colocavam valor na força bruta e emulava os deuses. Eles olharam a figuras como Aquiles, o grande guerreiro da Ilíada, para inspiração Homero: sua ferocidade, força e agilidade na batalha encarnavam os deuses que eles adoravam. Platão, no entanto, pensava que uma vida extraordinária foi criada por continuamente melhorar nosso raciocínio e ser sensível para aqueles que nos rodeiam. Para ele, Excelência não requer quaisquer deuses ou proezas de força e em vez disso foi baseada em um diálogo contínuo através do questionamento e contemplação do motivo de  aceitarem crenças. Platão acreditava que a verdade, a beleza e a bondade foram  importantes valores,  ele mostrou a importância de cada um para se tornar uma pessoa virtuosa. Na verdade, esses valores continuam a sobreviver até hoje. Podemos ver isso nas diferentes instituições que se reúnem e exercerem sabedoria: Ciências Matemáticas e as que lidam com questões da verdade e do conhecimento; nossos tribunais e legisladores lutam pela justiça e o bem moral. E depois há todos os artistas, museus e galerias que os confrontam com perguntas sobre o que a beleza significa hoje. Platão provavelmente iria colocar esta questão decisiva e perspicaz: É melhor pedir um treinador de cavalos sobre questões relacionadas com cavalos ou apelar à informação das massas?Para Platão, uma educação completa significa obter uma base sólida e então implementar seus próprios interesses individuais. De acordo com Platão, a educação deve ser rigorosa e disciplinada, destacando a matemática, música, esporte e filosofia. No entanto, esta disciplina deve tomar em consideração, nossas necessidades individuais e, portanto, não pode ser aplicada universalmente.
Platão torna isso bastante explícito na República, que explora o que pareceria o Estado melhor e mais justo. Nele, Sócrates afirma que, uma vez que cada criança não é a mesma, educação não pode ser a mesma para cada criança também. Segundo ele,enquanto determinadas disciplinas de fato devem ser estudadas por todos, não devemos continuar com assuntos que não nos interessam. Em vez disso, o nosso desenvolvimento educacional deve corresponder aos nossos próprios interesses e pontos fortes. Além disso, elaborar uma boa educação baseia-se na identificação precoce dos talentos e interesses do aluno. Não há dois indivíduos iguais e nem todos têm as mesmas faculdades e interesses, então, depois de fornecer as habilidades necessárias, comuns para todos, a educação deve atender às forças individuais a fim de permitir que cada indivíduo tenha sucesso para beneficiar a Comunidade. A Educação, portanto, deve proporcionar a todos a mesma fundação educacional ao também ser suficientemente flexível para acomodar nossas necessidades individuais, interesses e pontos fortes.Platão oferece uma noção do amor que incorpora todos os tipos de relacionamentos. Por exemplo, você provavelmente já ouviu o termo amor platônico em algum momento, tradicionalmente entendido para descrever o amor não sexual entre amigos. A intenção de Platão, no entanto, foi na verdade a expandir a noção de amor, ao invés de dividi-lo em categorias, mostrando como amor, amizade e sexo estão intimamente interligados. Em seu diálogo, Simpósio, vários oradores entregam discursos sobre o que é amor, variando de amor entre amigos de amor romântico para o amor pela sabedoria, ou seja, filosofia. A posição de Sócrates incorpora todos estes diferentes pontos de vista sobre amor, sugerindo que o amor realmente se desenvolve em várias etapas. De acordo com Sócrates, o nosso amor pelos outros começa com nossos sentidos, avançando mais tarde para nossas faculdades racionais. Por exemplo, nossas relações amorosas podem começar com a excitação dos sentidos, ou seja, nossa atração física por alguém. Então, como podemos conhecer essa pessoa, se tornar atraídos a e eventualmente adoramos esses traços que não podemos ver fisicamente, ou seja, sua personalidade. Desta forma, nossa atração sensual inicial pode nos levar para compartilhar-nos com os outros através de discussões de ideias.Platão passa a explicar que o amor não é apenas uma relação entre duas pessoas, mas uma força de ligação necessária para estabelecer uma comunidade, quer seja uma comunidade familiar, educacional ou política. Enquanto pode começar com um indivíduo, o amor deve eventualmente estender aos outros e estabelecer um amor para a Comunidade. Na verdade, o Simpósio mostra-nos que o amor é a força de atração entre as pessoas e o requisito necessário para todas as relações. Todas as várias expressões do amor não importam qual o seu grau de intimidade, nos levam a eventualmente estabelecer uma comunidade onde nossa racionalidade é crucial para melhorar nossas vidas. Qual é a melhor maneira de vivermos nossas vidas? Quais valores devemos  viver por? Não importa como nós respondemos a estas perguntas, Platão discutiria que essa é a razão pela qual deve ser o nosso princípio orientador. Para Platão, uma vida que não fosse examinada não é uma vida que valer a pena, e é a razão que torna possível este exame.Na apologia a Sócrates, ele escreve, novamente através da voz de Sócrates, que só podemos justificar nossas vidas quando compreendermos quem somos e por que nos comportamos como nós.
Para ganhar este valioso entendimento, Sócrates questiona as crenças dos outros e ações, exigindo que eles dar razões para o seu comportamento. Ele acreditava que, refletindo sobre nossos pensamentos, ações e interações, podemos ganhar a introspecção do quem somos e para onde queremos ir. Sem isso, nós simplesmente viveriamos sem rumo. Por outro lado, sendo governado por nossas emoções e ambições pessoais pode cegar-nos de como devemos agir.Platão usa o personagem Alcibiades – cujas paixões e emoções ele governou de uma forma que o fez agir egoisticamente e eventualmente ele tem executado – para demonstrar os perigos de seguir seus instintos.Como Alcibíades, quando reagimos sobre o impulso das nossas emoções, podemos perder nossa razão e assim se comportar como um cavalo feroz. No entanto, quando consideramos as nossas acções racionalmente sem responder imediatamente, estamos mais propensos a tomar a decisão certa que tem um objectivo claro.Imagine, por exemplo, que você ouvir sobre erro estúpido de um colegade trabalho que pode custar sua empresa negócio valioso. Sua reação pode ser para expressar raiva, mas isso poderia facilmente piorar uma situação ruim.
No entanto, se você reflete sobre o que aconteceu e considera cuidadosamente como agir, você tem a chance de realmente melhorar a sua situação: Noções básicas sobre o erro do seu colega pode ajudá-lo a impedir que isso aconteça novamente no futuro, que irá criar uma mais ambiente de trabalho construtivo. As perguntas de Platão, de livre vontade e identidade pessoal continuam a ser de vital importância hoje.Na verdade, alguns neurocientistas afirmam que reações químicas de nossos vários órgãos – com a ajuda de nosso ambiente – determinam completamente o nosso comportamento e, portanto, concluem que a identidade pessoal e livre arbítrio são meras ilusões.Mas o caso não está encerrado ainda!Caso Platão estivesse vivo hoje, ele teria, sem dúvida, que expor aos pressupostos inquestionáveis subjacentes pesquisa dos neurocientistas e examinar seu papel como cientistas, concluindo que as questões de identidade pessoal e livre arbítrio são pontos cegos em seus estudos. Por exemplo, Platão iria observar que os neurocientistas não fornecem uma conta para o que os fez estudar o cérebro ou como tiram suas conclusões: se é verdade que somos nada mais do que um feixe de neurônios, completamente controlado pelo nosso ambiente, como podemos explicar a curiosidade científica que iniciou a escolha para realizar pesquisas em primeiro lugar?No diálogo Fédon, Sócrates explica como nossa natureza e do ambiente permitem agir de certa forma, mas isso não quer dizer que eles nos causam a agir dessa forma. Em outras palavras, enquanto nós podemos ser condicionados por fatores externos, estamos na verdade nunca determinados se comportar de certa maneira. Além disso, embora nós somos compostos de material físico – neste caso feixes de neurônios – isto não abrange a totalidade de quem somos. É errado assumir que somos nada mais do que os nervos se simplesmente porque não encontramos uma personalidade por trás de uma pilha de nervos. Para Platão, seria preciso mais do que simplesmente analisar os fatos biológicos ou químicos para refutar a presença de uma identidade pessoal ou livre arbítrio. Devemos, no entanto, usar esses fatos para informar nossa compreensão de nós mesmos. A filosofia de Platão  não é apenas relevante para os antigos atenienses e estudiosos em suas "torres de marfim". Todos nós podemos nos beneficiar da aprendizagem filosófica sobre a sabedoria legada por ele, no entanto, temos sempre que fazer perguntas quando não sabemos, porque não há nenhum conhecimento fora de nosso alcance se fizermos as perguntas certas.


OPOSIÇÃO ENTRE SABER RACIONAL E SABER ARTÍSTICO

A história da determinação da verdade como adequação ou identidade entre pensamento e Ser é para Nietzsche a história de sua dissolução como verdade, porque a partir de uma ausência de um fundamento metafísico para o mundo, ele chegou a conclusão que Arte tem uma força de produção de aparências que é superior a compreensão conceitual da filosofia " O homem de propensão filosófica tem mesmo a premonição de que também sob essa realidade, na qual vivemos e somos, se encontra uma outra,inteiramente diversa, que portanto também é uma aparência "(N.T §1 - Cia das Letras). Sendo a vida aparência, a Arte é para ele uma interpretação da vida e é na sua concepção de sua  " Metafísica de Artista" que a arte é concebida como atividade própria do homem, que ele vai encontrar uma alternativa que está em contra-posição com a Metafísica Clássica, onde o pensamento racional, consciente se sobrepõe ao pensamento artístico-poético, gerando uma hiper valorização do saber conceitual, teórico ,em detrimento de um saber artístico.De modo que , ao ser estabelecida a oposição entre a atividade racional e a atividade artística, a estratégia de Nietzsche será justamente em afirmar a superioridade da atividade artística em relação à necessidade da verdade a todo custo.

A BIOTIPOLOGIA PSICOLÓGICA DE NIETZSCHE

De acordo com Nietzsche, a doença é mais instrutiva do que a saúde , porque a ela nos permite apreender afinidades profundas entre nossos estados biológicos e nossos juízos de valor. O corpo sadio e o corpo doente podem ser vistos como a base de uma tábua de valores que expressam  uma vida ascendente ou uma vida decadente.Neste sentido, ele se proclama como axiólogo , quer dizer , como um "médico da civilização" que faz a crítica dos valores .Fazendo seu diagnóstico a partir de um critério biológico,ele criou uma tipologia: o tipo decadente que se identifica com aqueles que professam os valores judaico-cristãos,porque o cristianismo, tomado como paradigma, foi uma ética da valorização do utilitarismo e portanto, do nivelamento por baixo da sociedade, do tipo medíocre ou o homem massa, que é cegamente otimista,acredita na felicidade e no mesquinho bem estar e segurança,correspondendo  ao homem do rebanho , da mentalidade igualitária e exageradamente pacifista. O tipo aristocrático é o solitário , "aquele que sabe ser diferente da massa", cujas virtudes procedem de uma força , plástica criadora que ele denominou: Vontade de Potência.
A tipologia feita por Nietzsche remete para a distinção entre dois tipos básicos de moral, a moral dos senhores e a moral dos escravos cuja coexistência  sempre deverá existir, porque o nivelamento implica no declínio.

UMA MORTE MUITO TRISTE - In memoriam de minha nobre mãe

A prática médica hodierna , extremamente materialista e utilitarista que está relacionada, principalmente, com os pacientes terminais, conduz  todos eles, infelizmente, a uma morte muito triste ,haja vista que a permanência em um estado vegetativo após o sentido à vida, do direito à vida ascendente haver se perdido, os priva totalmente de uma despedida real, à qual possa assistir ainda aquele que se despede, ou seja,  conceder o direito de morrer livremente através da Eutanásia , uma morte realizada a tempo com lucidez  e alegria, entre familiares e amigos, de modo que se possa fazer uma feliz ,corajosa e efetiva despedida. A morte "natural" é um conceito falso, nem sempre se morre por uma causa externa, morre-se sempre por causa de si mesmo, herdamos geneticamente genes "bons" e "ruins”. Por isso, uma morte nas condições mais desprezíveis é uma morte não livre , uma morte muito triste. Se a ciência médica não pode curar esses pacientes, por que não os ajudar a morrer  sem sofrimento? Pergunta-se ???

NIETZSCHE E SEU PROJETO PARA RENOVAÇÃO DA CULTURA


Apesar de aceitar e ser influenciado pelo pessimismo de Schopenhauer que faz da dor uma medida da lucidez ,um pessimismo da inteligência que descobre o irracional e um pessimismo moral que reconhece o imoralismo de todos os impulsos vitais , Nietzsche em sua obra o Nascimento da Tragédia tem como projeto de fundar uma nova cultura sobre esse pessimismo Schopenhaueriano  transformando-o totalmente.Simultaneamente pretende , assegurar o triunfo da vida , ultrapassando a negação da vontade de viver que corresponde ao niilismo passivo , transformando-a  em vontade de potência, com a total adesão ao mundo da vida.

CAMINHO PARA ELEVAÇÃO

A compreensão para onde desejamos seguir para atingirmos cada vez mais elevação, dar-se-á em um projeto existencial que , primeiramente, tem um caráter de ação elaborada. No entanto, é preciso uma colaboração mútua para haver uma transcendência, quer dizer, uma ultrapassagem  das banalidades do cotidiano, com a finalidade de adquirir um caráter de autenticidade.

A REPÚBLICA DE PLATÃO - UMA UTOPIA ÚTIL

Apesar de ser uma utopia, a República de Platão pode servir como reflexão para a questão da Justiça, onde as respostas é o que Sócrates, o provocador de Atenas, pretende descobrir ao longo da obra. Platão escreveu esse diálogo há mais de 2000 anos e ainda continua sendo uma das peças centrais da filosofia e da teoria política. De acordo com Alfred North Whitehead, toda filosofia ocidental se resume a "uma nota de rodapé a Platão". Logo no início do diálogo, Sócrates questiona e desmonta as definições da justiça que seus parceiros de diálogo propõem. Como você define justiça? Não importa o quão bem considerada poderá ser sua resposta, Sócrates provavelmente seria capaz de desmontar a sua definição. Durante todo o diálogo entre ele e os seus interlocutores, ele examina e pergunta sobre várias definições da justiça. A primeira definição vem de Polemarco, que afirma que justiça é dar a cada pessoa o que lhe é devido. Em resposta, Sócrates tenta minar esta definição por encontrar exceções a ela. E se as armas são devidas? Embora devemos retornar o que se deve, não se devem oferecer armas para alguém que é louco e ameaçador para prejudicar alguém. Então, a definição da justiça como "dar o que é devido" não é suficiente. Polemarco, em seguida, fornece outra resposta: ser justo significa "ajudar amigos e prejudicar os inimigos". Para isso, Sócrates consulta se há circunstâncias sob a qual é  moral se fazer o mal. Ele acha que não . Treinadores de animais, ele diz, não beneficiam animais, os prejudicam; da mesma forma, as pessoas se tornam menos morais se prejudicando. Além disso, um pode confundir amigos com os inimigos e inimigos com amigos e, portanto, acabam beneficiando aqueles que queriam machucar. Então, prejudicar alguém não é benéfico e nossos juízos não podem ser absolutamente precisos, esta segunda definição também cai por terra. A terceira definição, proposta por Trasímaco, é que a justiça "é tudo o que é vantajoso para o governante". Sócrates questiona se esta definição , também ,se aplica a aqueles em outras posições – tais como, digamos, um médico. A saúde do paciente, ao invés de benefício do médico, deve ser a principal preocupação do médico. Uma regra que visa beneficiar-se, em vez de seu povo, não é um só governante. Como o médico, o governante deve procurar fazer o bem para o seu "paciente", ou seja, a cidade. Essa terceira definição também é inadequada, e então as primeiras tentativas de definir a justiça vem a uma aporia, um impasse no diálogo, porque a Justiça não pode ser analisada independentemente do indivíduo e da cidade.Na verdade todas as respostas dadas são contingentes!. Após este impasse, Sócrates propõe sua própria definição de Justiça: cuidar da própria vida. Isso, diz ele, tem um aspecto privado e um aspecto público. O Cuidado com nosso próprio negócio é responsavelmente desempenhar o nosso papel adequadamente e, assim, beneficiar a nós mesmos e nossa cidade. Os cidadãos de uma cidade que funcionam de uma forma bem organizada têm o seu papel, perfeitamente adequado para eles. Devido a isso, ninguém tem de tomar conta de tudo por si só. Sócrates especifica que uma cidade deve incluir os trabalhadores de embarcações, médicos, comerciantes, governantes e soldados e que cada pessoa deve reconhecer seu papel individual e em seguida habilmente cumpri-la. Conhecimento do papel de cada um depende da cidade tendo apenas instituições que irão educar seus habitantes em suas funções apropriadas. Uma vez que eles sabem quais são suas funções, os indivíduos irão cuidar das próprias vidas realizando seu papel de forma justa e apropriada. Este, por sua vez, reverbera pela cidade, tornando-se ou justo ou injusto. Sócrates explica que nem todos são apropriados para cada função, por exemplo, alguém que é adequado para ser um general não necessariamente fará melhor do que um treinador de cavalos. O trabalho de cada pessoa deve beneficiar a Comunidade em geral – que é o seu papel social. Tomemos o exemplo da régua: uma regra só pode ser valida para uma cidade.Um tirano fará regras para seu próprio ganho. Então, as ações de um tirano refletem uma sociedade corrupta que ele controla, enquanto as ações do governante só refletem a cidade que somente ele governa. Justiça para cada pessoa, portanto, não pode ser vista independentemente de justiça para a cidade. Determinar o seu papel é decisão do indivíduo, mas é moldando as necessidades da cidade e com as habilidades do indivíduo.
Para haver uma situação ideal, as necessidades da cidade e do indivíduo precisam trabalhar simbioticamente, beneficiando o seu povo e seu povo, beneficiando a cidade. Pessoas e cidades têm de ser uma só coisa, um todo. Para Platão, parecer ser justo sozinho é o pior tipo de injustiça. Há uma linha que atravessa os diálogos sobre a justiça – a diferença entre essência e aparência. Ou seja, como algo aparece em oposição o que realmente é.
Irmão de Platão, Glauco,  se junta ao diálogo. Ambos Glauco e Sócrates tentam compreender a justiça e apresentar a ideia de que uma vida justa é mais desejável do que uma vida injusta. Glauco, fazendo o papel de advogado do diabo, faz uma afirmação que ele quer que Sócrates refute. Sua reivindicação é que a maioria da população considera que a mera aparência de levar uma vida justa é melhor do que na verdade ser justo. Sócrates, não só refuta isso e ainda salienta que tal vida é extremamente injusta. É comparável a alguém que parece ser um hábil fabricante de armas, quando eles são realmente incompetentes, ele diz. Tais falsas alegações provocariam escudos de aparência robusta que se desintegram em batalha. O ponto, aqui, é que o verdadeiro caráter não tem nada a ver com as aparências.
Finalmente, Sócrates afirma que é possível discernir se alguém é justo ou injusto ao estudar seu ambiente – a cidade – e as relações que eles têm com os outros. Portanto, para um indivíduo ser justo, a cidade deve ser justa também e não meramente parecer justa. Em seguida, Sócrates diz que, sem uma cidade justa, indivíduos justos não podem existir. Para indivíduos que vivem em cidades cujas leis beneficiam  poucos e não muitos, vivem em cidades injustas, mesmo que parecem serem justas. Essas cidades muitas vezes são governadas por tiranos, cujos atos injustos são usados para construir uma reputação de justiça. As leis do tirano sempre favorecem e desqualificam tudo que vá contra ele. Ao invés de agir em prol de um bem comum, o tirano visa apenas satisfazer seus objetivos pessoais.
Educação e uma "nobre mentira" são necessárias para justiça.
Sócrates postula que a educação deve instruir indivíduos para serem justos. Portanto, uma boa educação é aquela que permite aos indivíduos ter uma mente sã e corpo que podem proteger e fortalecer a cidade. Por exemplo, educação musical abre o caminho para uma mente saudável, e ginástica leva a um corpo saudável. A música ajuda a educar a mente e a alma através do ritmo e harmonia, esta ordem equilibrada também é necessária para uma variedade de artes e ofícios. Ginástica, por outro lado, promove a força física e solidifica a cooperação do grupo. Em particular, Esportes Olímpicos promovem tanto a força individual e a mentalidade de grupo. O benefício da música e da ginástica é que fazem os cidadãos saudáveis na mente e no corpo porque eles permitem que o progresso e o fortalecimento da cultura da cidade . Enquanto uma mente sã e corpo são, são vantajosos para o indivíduo, outra coisa é necessária a fim de promover a justiça , fazer com que o indivíduo se sinta envolvido no futuro de sua cidade: uma nobre mentira que liga os indivíduos a sua cidade e sua Comunidade. A “nobre mentira” ensina os cidadãos que a terra é sua mãe e enfermeira, e que todos os cidadãos levantaram-se debaixo da cidade. Como a Fundação da cidade é a terra, então os cidadãos também dependem da terra. De acordo com Sócrates, indivíduos devem ser informados desta mentira – ou um mito equivalente – por seus responsáveis. É o que os faz sentirem-se conectados a sua cidade. A "nobre mentira" garante que as pessoas vão proteger a cidade em tempos de conflito e reforçá-lo em tempos de paz.
Sócrates compara a cidade ao indivíduo desenhando-se uma analogia entre a cidade  e a alma.
É impossível para alguém estudar sem examinar também a sua cidade, Sócrates diz. Não só faz uma cidade criar seus cidadãos, mas os cidadãos também formam e desenvolvem sua cidade. As pessoas e a cidade  precisam um do outro.
Uma cidade forma seus cidadãos em conformidade com suas leis e instituições. Então, como cidadãos maduros assumem diferentes escritórios, podem alterar as leis e conceber novos, ajudando a cidade ao progresso juntamente com eles.
Você não pode, portanto, ter uma só pessoa em uma comunidade injusta, ou uma pessoa injusta em uma comunidade só.
Para demonstrar seu ponto, Sócrates desenha uma analogia entre a cidade e a alma humana. Quando Glauco solicita que Sócrates examine alma de uma pessoa justa, ele diz que a alma é como um discurso, porque tem razão e lógica. A alma de uma pessoa pode ser revelada através de conversa com essa pessoa e suas explicações sobre o comportamento dela. A cidade justa é como uma pessoa justa, apenas em uma escala maior. Portanto, os discursos, diálogos e as leis em que se funda a cidade só devem ser examinados por meio de discussão. Uma vez que se pode entender como uma pessoa pensa por conversar com essa pessoa, pode-se entender uma cidade por falar sobre isso com os outros. Se a cidade é justa, isso dará origem a indivíduos só quem pode oferecer uma conta de suas ações e debate o que constitui sua justeza. A compreensão de uma pessoa justa, então, também é uma questão de analisar a cidade apenas através de discursos e diálogos, tais como aqueles entre Sócrates e seus interlocutores. Sócrates usa a mentira nobre para demonstrar como a cidade é particionada, e como a alma humana também é dividida em partes mesmas como a cidade.
A primeira parte da alma e a cidade são governadas de acordo com a razão.
Governantes da cidade têm, de acordo com a mentira nobre, almas de ouro que pertencem aos guardiões que criam as leis e estão equipados para governar. Como governantes fiscalizam a cidade, a parte racional da alma, informada pela razão e pela lógica, deve supervisionar as outras partes da alma, mantendo a ordem e, portanto, a justiça. Nesta primeira parte também planeja várias tarefas e maneiras de realizá-los.
A segunda parte da cidade é o exército, que corresponde à parte mais fogosa, "espirituosa" da alma.
O exército é composto por aqueles que têm as almas de prata, e defende a cidade durante as batalhas e defende as leis durante tempos de paz. Esta parte de prata "espirituosa" atua como um mediador, sempre que houver um conflito, entre a alma racional e desejosas peças. Ele mantém a ordem entre razão e emoção, um equilíbrio entre cálculo árduo e decisões precipitadas.
A parte mais baixa da cidade é composta por agricultores e trabalhadores de ofício e corresponde com a parte mais baixa da alma – a parte de bronze – que é a parte regida pelo desejo.
Aqueles com almas de bronze são agricultores, artesãos e aqueles que produzem bens. Esta parte é controlada por  desejos e necessidades, tais como o apetite sexual, que imploram por gratificação instantânea. Também nos permite saber quando precisamos comer, dormir ou procriar.
Embora os governantes, soldados, agricultores e trabalhadores de ofício representam as peças de ouro, prata e bronze da alma, respectivamente, as suas almas individuais também são particionadas em ouro, prata e bronze. Portanto, os agricultores e trabalhadores de ofício, também tenham uma parte espirituosa e uma parte racional para suas almas, assim como os governantes têm uma parte desejosa para o deles.
Na cidade justa, os filósofos devem ser reis, ou reis devem ser filósofos.
Se você tivesse que escolher, quem você gostaria de ser governado por? Sócrates postula que os filósofos devem ser feitos os governantes da cidade. Isso, diz ele, é a única maneira que as leis da cidade serão apenas e sua supervisão racional. Para o rei-filósofo, filosofia e autoridade devem andar de mãos dadas. Para um filósofo ser rei, ou um rei ser um filósofo, suas almas devem ser governadas pela razão e sua cidade deve ser governada de forma racional. O filósofo-rei deseja a sabedoria; sua alma é equilibrada e harmoniosa. Isso significa que ele não deve ser um escravo da paixão. Quando a alma está equilibrada, a vida também é equilibrada. Filósofo-reis são saudáveis no corpo e na mente e sintetizam os valores transmitidos a eles ao longo de sua educação. Sede do rei-filósofo de conhecimento também se refletirão na Comunidade, influenciando-os para determinar como a cidade deve ser executada e os seus cidadãos educados. Além disso, eles devem decidir sobre a educação do povo – quais funções se encaixam cada indivíduo melhor e o que as pessoas devem aprender. Filósofo-Reis também devem determinar as leis da cidade, os quais devem ser escritos para espelhar a justiça e o bem comum. As leis não são criadas em benefício dos governantes, mas em benefício de todos.
Por último, só os filósofo-reis podem determinar o bem comum. Ou seja, o bem compartilhado dos indivíduos e da cidade. Isso garante que a cidade não prospera em detrimento de seus cidadãos e que os cidadãos não prosperam em detrimento da cidade.
Os filósofos encontrarão muitas dificuldades em tomar decisões e educar os outros.
Só porque algo é racional, não quer dizer que é popular. Às vezes pode ser o oposto. Argumentos racionais muitas vezes lutam contra nossos hábitos bem arraigados e preconceitos. Por exemplo, pode ser quase impossível tentar convencer alguém exercitar-se regularmente. Da mesma forma, os filósofos racionais tentando organizar uma cidade frequentemente resultarão com resistência irracional.
Sócrates demonstra este ponto com o mito da caverna. A tentativa dos filósofos para educar os outros, diz ele, é como arrastar as pessoas fora de uma caverna.
Sócrates diz Glauco que imagine uma caverna. Os prisioneiros estão acorrentados assentos, seu olhar forçado em direção ao muro. Eles vivem assim a vida toda. Dos movimentos das pessoas passando na frente da caverna são sombras na parede pela luz do sol por trás deles. Porque é tudo que sei, os prisioneiros na caverna percebem as sombras e vozes projetadas na parede como realidade, ao invés de uma mera sombra do mesmo.
Um filósofo é alguém que entra na caverna para libertar os prisioneiros e levá-los para a luz. Sócrates afirma que as maiorias das pessoas são como as da caverna, preferindo tratar meras sombras como se fosse realidade.
Então, o filósofo esforça-se para revelar a verdade, ou essência, por trás dessas sombras, essas aparições.
Na analogia da caverna, a luz do sol significa o bem – embora um não possa olhar diretamente para o sol, nos ajuda a ver a realidade.
Sócrates chama a atenção para o fato de que, enquanto toda a gente nasce numa caverna, é os filósofos que são capazes de sair e depois voltar para libertar os outros.
Existem cinco tipos de governo, sendo a forma ideal a aristocracia.
A maioria de nós no Ocidente será apenas já experimentaram uma forma de governo: democracia. Mas quais são as outras formas de governo? E qual é o melhor? Agora Sócrates põe adiante sua própria análise.
Os cinco governos são ordenados assim, da melhor para a pior: aristocracia, timocracia, oligarquia, democracia e tirania.
A forma ideal de governo, diz Sócrates, é uma aristocracia, que significa 'regra dos melhores'. O melhor governante é o rei-filósofo.
O próximo governo melhor é uma Timocracia, que é executada de acordo com honra. Este sistema é governado por aqueles que não se pode argumentar bem e são, portanto, não é possível executar uma aristocracia. Eles ganham com a retórica e discursos apaixonados sobre honra, em oposição as racionais palestras dadas pelos filósofos, e quando um governante timocrático derruba um filósofo-rei, a aristocracia é derrubada, também.
Em seguida é uma oligarquia, onde o dinheiro governa a cidade. Aqueles com almas de prata e bronze são contra outro em uma tentativa de governar a cidade e o controle de dinheiro. Em uma oligarquia, quem tem mais dinheiro pode comprar sua entrada no escritório.
O quarto melhor governo é uma democracia, onde misturado regras de liberdade. Isto começa quando os cidadãos mais pobres protestarem contra a desigualdade da oligarquia. Eles governam suas cidades, oferecendo liberdade, incluindo a liberdade de expressão, a todos. Em uma democracia, todos podem fazer como quiserem, um estado de coisas que Sócrates compara com um manto multicolorido sem equilíbrio ou ordem entre suas cores.
O pior governo é uma tirania. A liberdade permissiva da democracia proporciona o tirano uma oportunidade para avançar e começar a decisão para seu próprio benefício, em vez de em benefício de todos. Embora seja um Utopia esse diálogo foi usado para se debater a questão da justiça ao longo dos séculos.