Qualquer hipótese de uma autonomia da Razão é para
Nietzsche, uma ilusão. A concepção tradicional, usada pela racionalidade,
através do conceito de consciência, do cogito ou do eu-penso é
uma manifestação superficial e algo de secundário. Nietzsche segue o fio
condutor de Leibniz, afirmando: “a consciência é tão-só um accidens (acidente)
da representação, não o seu atributo necessário e essencial; que, portanto,
isso que denominamos consciência constitui apenas um estado de nosso mundo
espiritual e psíquico e de modo algum ele próprio” (Gaia Ciência-357). As
nossas representações, feitas através do pensamento consciente, são
manifestações de uma raiz mais profunda de forças denominada por ele de
"Vontade de Potência", ficando impossível de delimitar as fronteiras
da consciência, não sendo, portanto, atributos do ser que pensa, são atributos
das forças que agem à revelia do nosso querer consciente, atuando
através de suas "razões" inconscientes de maneira necessária.
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