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MOMENTO PARA MUDANÇAS!

 Agora, chegou o momento de unir forças.

 Ouvir: Avisos, alertas e chamados.

 Tempo de novas visões, construções e ações.

 A transvaloração nos convida

 Para que o futuro esteja em nossas mãos!

 E não o FIM do futuro.

PLEONEXIA

Quem não está indignado depois de tomar conhecimento da falta de generosidade, equidade, amor e outras virtudes que podem libertar a "vontade da terra", da ganância desmesurada, da arrogância do controle da natureza, da loucura pelo poder, que colocam em risco o destino de vários países e de suas necessidades? Estamos tristes em saber que nosso futuro está acorrentado dentro dos grilhões da avareza, daqueles que se consideram donos do mundo!

CIÊNCIA SEM IDEOLOGIA

Vejamos uma citação de um livro muito importante, principalmente, para o momento que estamos passando, onde está havendo um cientificismo, quer dizer, a tendência de somente considerar a ciência como o único modelo de verdade, onde "fora da ciência não há salvação", sendo considerado por A. Comte-Sponville "a ciência como religião", quer dizer, "erigir a ciência em dogma, e o dogma em imperativo" (Cf.) Dicionário Filosófico, p.102, Ed. Martins Fontes,2003).

"O teórico que afirma que a ciência é tudo o que há — e que o que não estiver nos livros de ciência não tem valor — é um ideólogo com uma doutrina própria, distorcida e peculiar. Para ele, a ciência não é mais um setor da iniciativa cognitiva, mas uma visão de mundo que inclui tudo. Essa não é uma doutrina de ciência, e sim, de cientificismo. Adotar essa instância não é celebrar a ciência, e sim, distorcê-la". (Nicholas Rescher, in The Limits of Science).


AMANHÃ: UM DIA A MAIS OU A MENOS?

Imediatamente após nascermos, já começamos a morrer. Portanto, biologicamente, amanhã será um dia a menos. No entanto, os seres humanos têm, na existência, uma outra possibilidade para superar e transcender os dias a menos, através do uso criativo de sua subjetividade. Segundo Heidegger, “a essência do homem está na sua existência”, quer dizer, no seu ser-no-mundo, onde a existência não é mais sinônimo de ser, mas de subjetividade e, portanto, de construção contínua para superar os dias de vazio existencial perdidos nas "banalidades do cotidiano".

CONSTRUINDO, TOMANDO POSSE DE NOSSAS VIDAS , MELHORANDO-A.

Construindo uma rotina diária, sob uma nova perspectiva de vida, com um potencial de transformar tudo para    melhor através de uma solidão criativa, com a mente focada; iremos, muito provavelmente, frequentar a elite do pensamento, fugindo da mediocridade para alcançar  " grandeza" ,quer dizer, promover nossa  criatividade,  nossa energia ,  e  produtividade. Grandes gênios ao longo da história entenderam    que o retraimento que vem de levantar-se cedo de manhã ou de estar em um ambiente em total silêncio, tem um efeito multiplicador. Biologicamente, todos nós temos uma capacidade mental limitada e, ao longo do dia, nossa atenção é acionada a muitas coisas:  notícias, mídias sociais. etc. O problema é que isso pode se tornar um hábito ruim e tirar nosso foco, fazendo com que não possamos nos concentrar em praticamente quase   nada, mudando constantemente    nosso foco de uma coisa para outra, a ponto de não darmos    atenção suficiente as coisas necessárias. Segundo Heidegger, perdemo-nos nas “banalidades contingenciais do cotidiano”.   Mas se       levantarmos logo cedo ou ficarmos em um ambiente silencioso, teremos uma oportunidade de ouro para nos concentrarmos sem que nosso cérebro se distraia. Esse foco é ainda mais aprimorado pelo conceito de hipofrontalidade transitória, o   que significa, em poucas palavras, que de manhã logo cedo, estamos   bem posicionados para alcançar um estado  de “Flow”,ou seja de um fluxo  criativo em nossas mentes, captando as “ideias que estão no ar”. Estudos mostram que o córtex pré-frontal, quer dizer, aquela parte do cérebro que lida com o pensamento racional, desliga-se temporariamente. Assim, nossas tendências    a analisar estresse e preocupação com as coisas é minimizada. Ao    mesmo tempo, a paz do amanhecer e do silêncio, também, estimulam a produção dos neurotransmissores dopamina e    serotonina e como resultado, entramos naturalmente em um estado de “Flow", quer dizer, um estado totalmente energizado, focado e  criativo. "Flow" é uma mentalidade de elite que os melhores artistas, cientistas, habitam em seus melhores momentos. Então, iremos descobrir que se nós nos levantarmos logo cedo, estaremos    mais focados e mais produtivos ao longo do dia. A grande maioria das pessoas não está disposta a se submeter a um silêncio total. Então, se o fizermos, obtemos uma enorme vantagem, não para apenas alcançar grandes coisas, mas  se  tornar  um  verdadeiro  “Historymaker”,quer dizer, uma  pessoa  cujas  conquistas  mudam  o  mundo. Os grandes gênios não são definidos apenas pelo seu talento natural, mas pela medida em que tiram proveito de um constante trabalho sobre si mesmo para manter o foco, autodisciplina e   perseverança.  Livrar-se das   distrações é fundamental.  A grande maioria das pessoas    perdem horas com tecnologia viciante, vazia e mídias sociais. Enquanto os “Historymakers” capitalizam    seus talentos, evitam distrações, e assumem o autocontrole. Isso significa segundo Schopenhauer, praticar um tipo de ascese, quer dizer, um exercício espiritual, concentrando-se e selecionando   projetos focado na qualidade ao invés da quantidade, tirando tudo o que nos distrai para termos um foco implacável, no que nos é mais importante. Para tal, temos que nos desligar   do mundo, e de tudo o que está nos afastando    de atividades que realmente nos agregam valor. Tentemos ganhar, no mínimo, duas horas livre das distrações todos os dias   para se concentrar no que é importante. No final de cada ano estaremos à frente quase setecentas horas! Assim, são nas primeiras horas do    dia e também no silêncio total que os “Historymakers” são construídos. Se queremos dominar nossas vidas, comecemos por possuir a nós mesmos, sempre que pudermos todas as manhãs. A ausência de distração nas manhãs, nos permitirá construir nossa criatividade, e protejamos nossa serenidade em uma era de complexidade cibernética.

 

 

 


AMIZADE - A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE

Aristóteles, em sua maturidade intelectual, escreveu: " Amigos, não há amigos!", não devemos levar ipis litteris isso, contudo, a verdadeira amizade é uma coisa quase impossível de se encontrar, e se nós a encontrarmos, ela se concretizará entre os "iguais". Os Antigos consideravam a amizade superior ao amor, eles sabiam que só poderia existir  amor se houvesse amizade, números não dizem nada; inclusive, Schopenhauer escreveu que: "Ao contrário do que o senso comum pensa, o valor de uma pessoa não consiste no número de amigos que ela possui, e sim na qualidade". Afirmando, desse modo, que quem tem poucos amigos, muitas vezes tem mais valor do que aqueles que têm muitos. É a sabedoria seletiva e aristocrática que deve se impor, cada vez mais, em um mundo vulgar ,plebeizado e imbecilizado.

DE VOLTA PRA CASA (UM NOVO RITMO)

Quando você sentir que

tudo está desmoronando.

Quando sentir que está sozinha

e todos  seus amigos lhe traíram.

É chegada a hora de acordar

Eu te levarei de volta

Eu te levarei para um ponto mais alto!


Agora ,você pensa que

o que está passando é tudo,

e não há mais nada.

Então, venha comigo de volta à estrada.

Que eu te levarei para um ponto mais alto.

Pegue minha mão.

E farei com se sinta livre e segura.

Eu te levarei de volta pra casa.

Garanto que há algo nos esperando.


Quando abrir a porta,

encontrará um novo ritmo.

Um ritmo pra viver,

um ritmo de esperança.

De volta pra casa,

um novo ritmo nos espera.

ESCUTE À DISTÂNCIA

Quero me lembrar

a palavra que desejo

lhe dizer

Agora é o tempo

que está porvir

Então, não esqueças

a alegria de viver!

 Não há distância entre nós

A música nos convida aproximação

além de nós, o puro: Rock'n'roll.

O mundo caminha em nós,

além do alcance

E de repente, lembro-me

da palavra amor à distância

Em alguma parte,

ela fala dentro de você,

à distância.

CONFRONTAÇÃO ENTRE O DISCURSO DO MÉTODO E AS MEDITAÇÕES METAFÍSICAS

Nas Meditações Metafísicas, o fundamento da dúvida metódica tomará muito maior  destaque onde  verificar-se-á  a formulação  radicalizada  por intermédio  do Gênio maligno  ou do Deus enganador, ao ponto da dúvida metódica tornasse dúvida cética. Na validade de uma dúvida metódica impelida até esse ponto, a interpretação cartesiana é um pouco discordante. Todavia,  se se pode  reportá-la  à interpretação que demos à formulação do   Discurso  sobre o método, consideramos que seja um procedimento muito valioso. Ao contrário se a dúvida tornasse uma autêntica dúvida positiva  e não apenas  uma negativa Universal, ela necessariamente conduziria ao ceticismo constituindo, portanto , um procedimento sem validez.

Descartes fundiu e confundiu o fato de no gnosiológico  com fato ontológico, modificando o  Cogito e  substituindo-o por uma proposição verdadeira “ eu sou o ato da minha consciência”. Nas meditações metafísicas, ele evitará  repetir esse paralogismo, onde desenvolverá um tratamento à parte para demonstrar a teoria do dualismo entre espírito  e matéria.

De todo modo, o dualismo entre espírito e matéria, Isto é, entre a Res cogitans e a Rés Extensa  é insubstituível não apenas do ponto de vista ontológico onde  alma e corpo, formam uma unidade substancial; como também, do ponto de vista psicológico, pois a alma não conhece diretamente a si mesmo sem o uso  do corpo, que  Descartes   tentou abstrair ao extremo para se livrar de qualquer conhecimento que não seja diretamente do eu pensante para o mundo  físico  através de uma intuição puramente intelectual.

CONSEQUÊNCIAS DA DECADÊNCIA A PARTIR DO SÉCULO XX

Nietzsche anteviu uma grande crise para o  século XX e XXI, " Conheço a minha sina. Um dia, meu nome será ligado à lembrança de algo tremendo -- de uma crise como jamais houve sobre a Terra"(Ecce Homo, Por que sou um destino, §1, p. 109,Cia das Letras).São inúmeras as consequências do declínio, entre as quais podemos citar as principais: Ausência do senso de pecado (falta) levando ao crescimento da irresponsabilidade devido a infantil crença no progresso; afloramento de várias ditaduras devido ao fraco crescimento moral não proporcionado pelo Iluminismo; popularidade dos meios de comunicação de massa com a finalidade de "lavar a mente" dos incautos; o excessivo culto aos esportes que leva ao entusiasmo infantil alienado por competições; surgimento de seitas religiosas nunca antes vistas, levando as pessoas ao fanatismo; etc.etc. Hodiernamente, como nunca, paira um perigo sem paralelos na história, onde cada vez mais formas de repressão sobre a sociedade são utilizadas, com a intenção de fazê-la pensar como "animais de rebanho", suprimindo as diferenças criadoras de novos valores. Enfim, a meta é a restrição progressiva, onde todos nós somos considerados apenas números.

NIETZSCHE E A FELICIDADE

Na concepção de felicidade avaliada por Nietzsche, devemos evitar qualquer ligação que tenha alguma finalidade utilitarista, para ele felicidade é um "sentimento de que a potência cresce, de que um obstáculo é superado" (Anticristo §2) . Felicidade é o compartilhamento da alegria " O que seria tua felicidade se não tivesses aqueles que tu iluminas" (Zaratustra I – Prólogo. Felicidade para ele , também, está ligada tanto a alegria quanto à tristeza , tendo em vista a total adesão à vida com a concepção do Eterno Retorno e do Trágico. 

FORÇAS ATIVAS/POSITIVAS

Com a força do amor, do esquecimento , da alegria e da paz ,poderemos recuperar o tempo perdido, apesar de todas as perdas.

  

ETERNIDADE DO SER

Desejamos a eternidade do Ser

O universo se repetirá eternamente

Sob formas múltiplas.

Chega de Utopias!

Em lugar nenhum,

O falso deus da terra de

ÙTOPÓS

Deverá reinar,

Execrá-lo!

Para dar lugar

A eterna afirmação de nossas vidas.

AUTORIDADE VERSUS AUTORITARISMO

Uma das propostas da filosofia é tentar acabar com todo o autoritarismo porque ele está ligado ,totalmente, ao pensamento dogmático. Autoridade é totalmente o oposto porque a autoridade pode ser contestada ,refletida, criticada, onde não há necessidade de  uma obediência cega, acrítica. A autoridade está relacionada com a potência de agir e, portanto ,pode ser considerada uma atividade livre. O autoritarismo é a obediência pela obediência , onde não há reflexão, debate, pensamento crítico atuante. Vejamos uma citação de Nietzsche da real autoridade da filosofia " - filosofia, tal como até agora entendi e vivi, é a vida voluntária no gelo e nos cumes - a busca de tudo o que é estranho e questionável no existir, de tudo o que a moral até agora baniu. Uma longa experiência ,trazida por tais andanças pelo proibido, ensinou-me a considerar de modo bem diferente do desejável as razões pelas quais até agora se moralizou e se idealizou" e " Aqui não fala um fanático, aqui não se "prega", aqui não se exige crença." (Nietzsche, Ecce Homo ,Prólogo§3).

O MITO INDIVIDUAL – Homenagem a Lacan

Espectro dissociado e alienado,

Vive a ilusão da Unidade.

Percorre a vida obnubilado.

Descentralizado, vive as quimeras

do mito individual.

 

Até que irrompa em seu ser,

a luz da Linguagem.

Estruturada pelos Mathemas...

Perdidos no inefável,

Mundo da dialética metafísica. 

MUITO ALÉM DO LUCRO !

Os que possuem o espírito livre tem um propósito que ultrapassa seus atos, quando agem não buscam o ganho pessoal. Quem age apenas onde há oportunidade para o lucro são pessoas comuns. Os espíritos livres não agem pelo lucro, mas pelo próprio espírito de liberdade que já possuem. Assim , fazem a diferença onde, aparentemente, não há diferença. 

FIM DO FUTURO?

Forças da mudança,

Invadiram vigorosamente.

Sobrepujando comportamentos

e crenças

e nosso planeta em sua órbita.


De religiosos a seculares,

De rurais a urbanos,

De industriais a tecnológicos.

Novos modos de vida robóticos

Sacudiram culturas e costumes.


Ascensões e quedas,

Levaram-nos a uma encruzilhada.

Desespero,extinção,aniquilamento.

Fim do futuro?

Parece que nada, realmente,

aprendemos com a história!

COMO DEVERIA SER O HOMEM ? UMA IMPOSSIBILIDADE OBJETIVA

Podemos nos perguntar se apenas um conjunto de modos deve ser desejado para todos nós seres humanos. Será que devemos dizer que  uma tal pessoa deve agir , como se todas as outras fossem bastante semelhantes a ela? Vamos ver um texto de Nietzsche onde ele aborda essa  questão:

 "Consideremos  ainda por fim que ingenuidade patética é em geral dizer que o "homem deveria ser de tal modo! “A efetividade nos mostra uma riqueza encantadora de tipos, a exuberância de um jogo e de uma mudança de formas profusos. E um reles serviçal de moralista qualquer diz: “não! O homem deveria ser diferente!"... Ele sabe até mesmo como ele deveria ser, este fanfarrão e este beato, ele pinta um autorretrato na parede e diz " Ecce homo!"( "Eis o homem!")...  Mas mesmo quando o moralista se volta simplesmente para o indivíduo e lhe diz:" Tu deverias ser de tal e de tal modo!", ele não deixa de se tornar risível. O indivíduo, visto pela frente ou por detrás, é um pedaço de destino, uma lei a mais, uma necessidade a mais para tudo o que advém e será."(Nietzsche, Crepúsculo dos Ídolos-Moral como Antinatureza)

O argumento está correto, porque na  efetividade  existe pessoas que levam diferentes formas de vida, têm tipos de personalidades diferentes umas das outras , ocupam papéis sociais diferentes, como também , as qualidades de caráter são muito diferentes; enfim o mundo em sua efetividade é um mundo de diferenças, nada há igual a nada. Nem uma folha é igual a outra, imaginem nós seres humanos ? 

SUTIL MANIPULAÇÃO TELEVISIVA

Na medida  que a programação televisiva vai  se tornando mais realista, a ela é imposta sub-repticiamente um modo que a torna cada vez, paradoxalmente, mais ficcional, nos sugerindo  um tipo de emulação com a própria realidade exterior, misturando  ficção e realidade e desse modo, abrindo caminhos para diversos tipos de escapismos nas mentes dos espectadores.  Consequentemente, há uma despontencialização de nossa visão crítica que nos impossibilita de compreender e participar efetivamente do mundo.

AMANDO À DISTÂNCIA, UM NOVO MODO DE AMAR!

Ela segredou-me que seu

amor veio pra ficar.

Ela sabe , eu confio.


Uma mulher decidida não

tem tempo a perder.

Uma mulher decidida nos completa.

Isso é tudo.


Parece o começo, mas é o meio e

o fim também.

Juntos estamos mudando

a forma de amar.


Vidas seguindo à distância.

Afinal, um pouquinho de ausência

faz bem, muito bem!

 Ela sabe, eu confio. 

DISCURSO SOBRE O MÉTODO DE DESCARTES

Descartes, propõe rejeitar de direito "tudo aquilo que pudesse imaginar a menor dúvida" com a intenção e formular algo que seja, totalmente, concebível como indubitável. Desse modo, rejeita de imediato o conhecimento sensível. No entanto, duvidando de tudo quis propor uma afirmação categórica onde "as mais extravagantes suposições dos cépticos não seriam capazes de abalar", que é a do pensar e existir ao mesmo tempo." (..) como o primeiro princípio da filosofia que procurava". Mesmo não havendo mundo ou corpo algum não poderia "supor que ele não existia" e, que esse existir implica em uma substância cuja essência é o pensar para assim, " poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos mui clara e distintamente são todas verdadeiras". Embora afirme quais são as coisas que nós concebemos sem nenhuma dúvida, temos que levar em consideração que o nosso SER não é totalmente perfeito, assim, deve haver, segundo ele "um  SER que fosse de todo perfeito", pois, o "menos perfeito depende totalmente do ser perfeito", em que recebera tudo o que possui e, também,  para ser concebido, tinha que abstrair as coisas sensíveis e elevar o espírito. Ele rejeita o adágio da escolástica que diz: "nada há no intelecto que não tenha estado nos sentidos", propondo a ideia do cogito, a priori de qualquer experiência, pois para ele "nada há no intelecto que não tinha passado pelos sentidos, exceto o intelecto , que já estava a priori.

CONCEITO E OBJETIVO DO MÉTODO DE DESCARTES

1)INTRODUÇÃO: A abordagem sobre o método foi proeminente na modernidade,deacordocomGhiraldelli,P:2010.p.68) "a modernidade se caracterizou por uma preocupação com o método", onde o filósofo e matemático francês, René Descartes ,foi um dos principais iniciadores. No início do século XVII, já havia publicado seu Discurso do Método, alertando para a extrema necessidade de "regras para a condução do espírito", quer dizer, para um pensamento com rigor, seguindo um método . Segundo Laville (1999,p.11) a definição de método de Descartes permanece atual, "válida até os dias de hoje"; Descartes define método como sendo regras, vejamos a citação:

         "Ora, por método entendo as regras  fáceis e corretas graças

           às quais todos os  que as observam com exatidão

          nunca suporiam verdade o que é  falso, e

          chegariam, sem se cansar com esforços

          inúteis, mas aumentando progressivamente sua ciência,

          ao conhecimento verdadeiro de tudo o que podem alcançar" Regra IV

          (Descartes,Obras Escolhidas,2010.p.414)                   

 

2)O MÉTODO CARTESIANO: De acordo com Descartes, é impossível filosofar sem método, tendo em vista que a construção de um conhecimento verdadeiro se faz sempre com método; ele coloca esse aspecto em extrema evidência nas suas obras que tinham como objetivo aperfeiçoar cada vez mais o uso do espírito humano através da razão, as regras do  método que ele propõe são totalmente formais, não se fundando em princípios materiais, tendo como meta delinear, formalmente, o modo como o espírito pensa de uma maneira eficaz, distinguindo o verdadeiro do falso, quer dizer, “jamais supor verdadeiro o que é falso, e chegar ao conhecimento de todas as coisas” (Descartes,Obras Escolhidas,Ed. Perspectiva,2010p.414).

Na regra V da Regulae ele nos diz em que consiste o método,vejamos a citação:

 

     "  Todo o método consiste na ordem e na                       disposição das coisas para as quais é preciso             voltar o olhar do espírito para descobrir                     alguma verdade"(DESCARTES,Obras                      Escolhidas,Ed.Perspectiva, 2010.p.420).

 

Com o uso do método, Descartes rejeita todas as certezas dogmáticas e do senso comum, ele pretende descobrir e fundamentar, um método "para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade

nas ciências" como indica o subtítulo do seu Discurso do Método, para tal, interroga-se primeiramente sobre a diversidade de todas as nossas opiniões ; constatando que elas não podem ser confundidas com a verdade, defendendo que elas devem ser submetidas à razão. Segundo ele, todas as coisas que foram   apreendidas e adquiridas ao longo dos tempos deverão ser submetidas à crítica, quer dizer, ao pensamento reflexivo, que examina os seus pressupostos, através de um método

que proporciona uma direção do pensamento, para somente depois, poder ser objeto de conhecimento verdadeiro, tendo com o objetivo , evitar qualquer juízo parcial. Ele procura fundamentar, através de um método, um modo de apreender a realidade através de conceitos claros e distintos, rejeitando todas as certezas dogmáticas e para tal, usa a dúvida como forma de compreender o mundo, tendo como

objetivo:

        " jamais acolher alguma coisa como                            verdadeira

       que eu não conhecesse evidentemente como             tal; isto é, de evitar cuidadosamente a

          precipitação e a prevenção, e de nada incluir        em meus juízos que não se

         apresentasse tão clara e distintamente ao meu            espírito, que eu não tivesse 

         nenhuma ocasião     de  pô-lo em dúvida."          (DESCARTES,Obrasescolhidas,Ed.Perspectiva,2010,p.75/76).

Esse procedimento é conhecido como "dúvida cartesiana", e tem como finalidade, desconfiar da verdade aparente de todas as coisas , procurando uma forma de não tomar por verdadeiro o que é

falso ,criticando as certezas adquiridas de sua época e assim, se posicionar

contra o princípio da autoridade nas ciências,  de acordo com

(PHILONENKO: s/d.p.76):"O  fato histórico é que Descartes, do mesmo modo que Galileu, revolucionou a ciência, ligando audácia à prudência mais extrema. Não nos enganámos nisso.". Para Descartes, primeiramente, deveremos determinar e classificar aquilo que, para o espírito cognoscente, será elementar e evidente como ponto de partida de qualquer investigação, e não aquilo que , independentemente do espírito , poderá ser subdividido em categorias, como é o caso da lógica aristotélica. "Dizemos,pois,em primeiro lugar, que cada coisa deve ser considerada de modo diferente quando dela falamos relativamente ao nosso conhecimento e quando dela falamos relativamente à sua própria existência"(DESCARTES,Obras Escolhidas,Ed. Perspectiva,2010.p.448).Em seu escrito conhecido por: Objeções e Respostas , Descartes, muitas vezes, menciona que uma investigação científica deve proceder de modo analítico, e não forma sintética, vejamos a

citação:

       "A análise mostra o verdadeiro caminho pelo

         qual uma coisa foi metodicamente descoberta           e revela como os efeitos dependem

         das causas (...) A síntese, ao contrário, por                  um      caminho todo diverso, e como que

    examinando as causas por seus efeitos

demonstra na verdade claramente o que está

  contido em suas conclusões... e ... não ensina o método pelo qual a coisa foi descoberta".(DESCARTES,Obras escolhidas,Ed. Perspectiva 2010.p.235.236).

3)CONCLUSÃO: Para Descartes, a vantagem do método analítico consiste em iniciar as investigações com um rigor matemático, condizente com espírito da época, onde Descartes, tinha como objetivo, estabelecer uma ciência cuja certeza igualasse a da matemática, quer dizer, uma Mathesis Universalis, que substituísse a incerta ciência medieval. Segundo ele, todas as ciências deverão adotar esse método rigoroso e evidente para o espírito, estabelecendo um saber seguro,haja vista que este terá uma base indubitável .Ao contrário do método sintético que, de início parte de pressupostos  que mais tarde poderá se comprovar como duvidoso ou até mesmo como falso. "(...) rejeitamos todos os conhecimentos  apenas prováveis e decidimos  ser preciso dar nosso assentimento apenas àqueles perfeitamente conhecidos e dos  quais não podemos duvidar".(DESCARTES,Obrasescolhidas,Ed.Perspectiva,2010.p.407). Assim , percebemos que como procedimento metodológico ele irá propor a tese de que para estabelecer uma base segura para o saber , deveremos buscar algo que seja percebido metodicamente de forma indubitável e  racional. Será nas Meditações Metafísicas, que ele irá demonstrar esse fundamento considerado como um princípio metodológico indubitável, que será chamada de Cogito; de acordo com:(COTTINGHAM:1995.p.37/38),"o Cogito deverá ser considerado como a primeira e mais segura descoberta de quem filosofa com rigor, sendo o primeiro e mais seguro passo no caminho para o conhecimento verdadeiro de todas as coisas  que o espírito poderá conhecer". A confiança que poderemos encontrar na base de toda essa operação metodológica é a de que a certeza é algo que poderemos gerar por nós mesmos, ao ordenarmos nossos pensamentos de maneira correta, "com clareza e distinção", onde o próprio fato da clareza reflexiva, tende a aprimorar nossa posição com relação a busca de um conhecimento verdadeiro, aumentando progressivamente, o nosso saber.

NOVA REVIRAVOLTA

Vendo o tempo voar,

Meditando no caminho.

Eu sei o porquê

Estou sem você...

Apenas a distância 

nos separa.


Por enquanto faço

mudanças,

Alterações em  nossa

nova morada.

Um novo design.

Uma nova morada.

Para fazer o melhor

que possamos.

Outra reviravolta

Afinal,

Somos inesquecíveis!

PEQUENO ESCLARECIMENTO SOBRE O PENSAMENTO DE NIETZSCHE

A filosofia de Nietzsche é perspectivista porque o conhecimento para ele  é apenas uma interpretação, que tem como fundamento a Vida .Ele sempre usa metáforas , símbolos e outros artifícios linguísticos ; diante disso, nunca segundo ele, podemos fazer o uso de conceitos, haja vista a pretensão de universalidade e delimitação dos conceitos. A sintonia com a Vida representa para ele o modo como devemos filosofar, não separando vida e pensamento, o filósofo para ele é um experimentador. O árido academicismo representa um sintoma de que a vida declinou, quer dizer , colapsou e se separou dela, tornando-se decadente.

SUPERAÇÃO DE VIVÊNCIAS

Vemos e não vemos

Nada é igual ao

que já passou...

Apenas, o Véu do passado,

Reino de Maya!

Aprendamos a ver

Olhos de Vidente

Olhos de Águia!

Transpassando

Quaisquer obstáculos!

Transpondo: limites ,

dogmas e convenções

Vãs ilusões!

Para enfim, encontrar

o Jardim da Liberdade

que habita nossos corações.

Desmistificando ilusões

perdidas em  outras vãs

Vivências superficiais. 

CUIDADO EXISTENCIAL

Cuidar da felicidade

existencial

Cuidando de si.

Regendo nossa existência:

Amando-se.

Para Amar e cuidar dos nossos.

Sempre alerta!

Trazendo no coração

A qualidade no comando das ações.

A seletividade

Sempre presente

Na arte de viver.

ARISTOCRATISMO ESPIRITUAL

Vejamos em poucas palavras o que Nietzsche entende o que é ser um Aristocrata do espírito:

" O que pode ser pago não tem valor nenhum. Eis o credo que eu estampo na cara dos espíritos mercantis."(Nietzsche,Frag. Póstumos,1887-89)

NIETZSCHE E A "ERUDIÇÃO"

Como já sabemos, Nietzsche foi um erudito. No entanto, ele criticou a erudição desde o começo, já com O Nascimento da Tragédia, que segundo ele foi sua "primeira transvaloração dos valores" (Cf. Crepúsculo dos Ídolos ,O que devo aos antigos,5). A erudição que ele critica em suas obras é a pura erudição sem uma aplicação prática, o saber por saber; esse tipo de erudição é  considerado por ele, negativamente, porque representa a ciência na modernidade, cujo representante maior é o especialista , ironicamente descrito como sendo o homem da sanguessuga "O mestre e conhecedor do cérebro de uma sanguessuga."(Zaratustra, A sanguessuga).Segundo Nietzsche, hierarquicamente falando, os eruditos pertencem "à classe média espiritual", porque não conseguem ter uma " visão dos problemas e interrogações realmente grandes"(Cf. Gaia Ciência,§373). É o “pequeno anão e plebeu presunçoso, o ágil e diligente trabalhador braçal-intelectual a serviço das “ideias”, as “ideias modernas"! (Cf. Além do Bem e do Mal,§58).Diante disso, Nietzsche confere a ciência moderna um vil utilitarismo, que tem como representantes grande parte dos eruditos do tipo medíocre , uma “mediocridade, cada vez mais utilizável no sentido econômico”(Cf.2ª consideração intempestiva,7) . Enfim são aqueles eruditos "que olham embasbacados os pensamentos que outros pensaram"(Cf.Zaratustra,dos doutos) ou seja , são aqueles que conhecem demais a cultura passada, mas não agem adequadamente no presente , não criando novos valores. 

VIDA

Eterno Movimento.

Luta.

Renovação.

Superação.

 

Vida é Meta

Afirmação, Negação.

Caminhos novos.

Sentidos novos.

Vida é criação:

Fogo do gênio

Prometeico.

ARTE E VIDA

Sócrates e Platão, ao desvalorizarem a aparência, são para Nietzsche inimigos da arte , anti-gregos, e por consequência:" inimigos" da Vida. Nietzsche ao recusar a Metafísica fundada na crença em um além-mundo verdadeiro, afirma a Vida, incondicionalmente, na sua força de sua ilusão. O filósofo, portanto, torna-se artista, onde sua experiência tem semelhança com os gregos áticos , a quem Nietzsche chama-os de trágicos onde não havia a diferença entre aparência e ser:

"Deveríamos respeitar mais o pudor com que a natureza se escondeu por trás de enigmas e de coloridas incertezas. Talvez a verdade seja uma mulher que tem razões para não deixar ver suas razões?"(NIETZSCHE. Gaia Ciência. Prólogo:§-4).

Sendo verdade, a Vida, possivelmente uma "mulher", em sua dissimulação ela se esconde e diz que não há "Verdade" atrás da aparência. A própria aparência não é o contrário da Verdade e sim sua adequada expressão. Para Nietzsche, não há Verdade nem real, em sentido absoluto, categórico, nomológico . O mundo é uma construção nossa, onde a Arte tem a função de engrandecer a vida e estabelecer um pleno estatuto ontológico, por ser ela mesma, ilusão, jogo, aparência criadas pelo homem que se torna artista, criador dotado de pés leves e alados, tal como Hermes, o mensageiro de Zeus.

AMOR LUCÍFLUO

 Amar, amar de verdade.

Incondicionalmente!

Movimento espontâneo

ao encontro da Beleza.

Na mútua compreensão,

Desejo do Belo!

Só conhecemos se amarmos.

A experiência do amor é Luz.

Visão mística!

União...

Dilatação da Luz.

Plenitude!

A UTOPIA DOS CONTRATUALISTAS

O Estado não é para Thomas Hobbes o resultado do instinto social natural do homem. O instinto natural do homem é um estado de "natureza" ou uma " guerra de todos contra todos." Para tentar solucionar esse problema ele criou a utopia do contrato social, como também, John Locke e  Rousseau o fizeram. Conforme a investigação filológica-genealógica de Nietzsche, o Estado foi fundado através da força e da violência. Segundo Nietzsche/Zaratustra: "Mas o Estado mente em todas as línguas do bem e do mal;e,qualquer coisa que diga, mente -e, qualquer coisa que possua, roubou-a."(Z, Do novo ídolo,p.75,Ed.Civilização Brasileira)

 

LEMBRANÇAS DE UM PASSADO RECENTE

No passado, em uma época

em que éramos mais jovens.

Lembro-me, que ela trazia

o que precisávamos.

Meu rosto molhado,

Sentia a Tempestade

Vendo a Serpente queimar de desejos...

Enquanto, a Águia voava livremente.

Sem arrependimentos ou objetivos

Nem nada para aprender,

Apenas amenizando nossa tristeza.

Ela regulava a marcha para nossa libertação

Da dor , nossa dor.

Todos nós precisávamos ver!

Mas ninguém queria.

O Establishment

destilava a Decadência.

Hoje, as ruas são a realidade.

Agora... precisamos ver!

O Establishment continua

disseminando a Decadência.

Movendo-se, silentemente.

Dia após dia.

Sem tréguas.

Agora, chegou o momento de unir forças.

Ouvir: Avisos , alertas e chamados.

Tempo de novas visões, construções e ações.

A transvaloração nos convida...

Para que o futuro esteja em nossas mãos!

E não o FIM do futuro.                                                             

DESENCANTAMENTO DO MUNDO SEGUNDO MAX WEBER

O nascimento da ciência moderna descreveu o mundo como partes de matéria realizando operações físicas previsíveis, sem mistério. A natureza na Modernidade passou a ser vista como matéria em movimento, havendo uma crítica ao conceito de causa final , como também ao conceito de  teleologia.

CRÍTICA DE HUME AO FUNDAMENTO METAFÍSICO

David Hume , com sua crítica ao conceito de causalidade, mostrou que apenas existem "conjunções constantes entre os eventos do mundo" e não " conjunções necessárias", é o hábito que nos engana e nos faz crer em leis absolutas.                  

A PSEUDO CIÊNCIA DO MATERIALISMO DIALÉTICO

Roger Bacon, já na época do Feudalismo propôs a importante tese do unilateralismo científico, segundo o qual o único meio de atingir a verdade seria através do empirismo das ciências, isto chamou a atenção porque antecipou a crítica  ao materialismo dialético, onde  existe uma relação causal entre o sistema de produção e as formas de pensamento, havendo , desse modo, um determinismo de absoluta necessidade. Sua tese mostrou  que o materialismo dialético é impossível como ciência , como queria Karl Marx.

UMA DAS CONCLUSÕES DA “MODERNIDADE LÍQUIDA” DE ZYGMUNT BAUMAN

Quanto mais "líquida" é uma sociedade maior será o número de leis que a regem. Quanto mais "sólida" menor será o número de leis que será necessário para regê-la!

SCHOPENHAUER SIMPLIFICOU O “PRINCÍPIO DE RAZÃO SUFICIENTE” DE LEIBNIZ

Princípio de Razão Suficiente - É o princípio em virtude do qual nós julgamos que nenhum fato poderá ser considerado verdadeiro, ou existente, nenhum juízo verdadeiro, a não ser que haja uma razão suficiente para que seja assim e não de outro modo, embora essas razões  não possam na maior parte das vezes ser do nosso conhecimento. Tem de haver uma razão suficiente para as verdades contingentes ou verdades de fato, isto é, para a sequência das coisas que estão dispersas pelo universo dos seres criados, nos quais a resolução em razões particulares poderia ir a detalhes sem fim.(Leibniz, Monadologia, p. 31,32,33,36).

Schopenhauer ,o simplificador com disse Nietzsche, divide o P.R. Suficiente postulado por Leibniz em 4 modos:

1) P. Razão Suficiente do Devir - princípio do mundo

2)P. Razão Suficiente do Conhecer - princípio do homem enquanto tendência para o conhecimento. " Todos os homens aspiram naturalmente ao conhecimento" (Aristóteles, Met. I).

3) P. Razão Suficiente do Ser - relações matemáticas

4)P. Razão Suficiente do Agir - motivações humanas, aspirações.

AS MEDITAÇÕES DE DESCARTES

Descartes procurará aprofundar nas Meditações o que já havia feito no Discurso sobre o Método, quer dizer, "começar tudo novamente desde os fundamentos" para estabelecer uma firmeza nas suas dúvidas à luz das ciências, propondo rejeitar como sendo falsas as ideias que indicarem um mínimo de dúvida, contudo avança no que se diz respeito ao conhecimento sensível para resgatá-lo no que concerne as "ideias claras e distintas", onde afirma que não pode negar que seja um corpo pensante, buscando conhecer mais verdadeiramente ao nível das ciências da matemática. Elucidará a influência de um Deus enganador mesmo ao nível das ciências da matemática, dado a sua onipotência. " pode ocorrer que Deus tenha desejado que eu me engane todas as vezes em que faço a adição de dois mais três , ou em que  enumero os lados de um quadrado ou em que julgo alguma coisa ainda mais fácil, se é que se pode imaginar algo mais difícil do que isso" . Colocando a dúvida metódica em dúvida universal negará, então, que não há nenhum Deus , mais sim " certo gênio maligno " com toda a força potencial do Deus enganador que considerará que todas as coisas do mundo físico não passam de "ilusões e enganos" que ele usa para falsificar a minha credulidade.Descartes continuará na procura de uma evidência onde não possa colocar nenhuma dúvida, com esperança de encontrar "somente uma coisa que seja certa e indubitável". Duvidará novamente de todas as coisas que ele vê, isto é, duvidará das coisas do mundo físico e questionará "o que poderá, pois , ser considerado verdadeiro?" ou seja , aquilo em que se possa confiar totalmente, já que um ser finito pensante com sua capacidade cognoscitiva  não pode ser nada , um Deus tem que ter colocado no nosso eu os pensamentos ,embora, mesmo negando "qualquer sentido ou qualquer corpo" não poderá deixar de existir sem dúvida alguma, mesmo que ele me engane fazendo com que nada seja. Postulará a certeza , "eu sou, eu existo" com total verdade enquanto pensa e exercitará sua imaginação com a proposição de saber se  é algo mais do que uma coisa que pensa e pronunciará os atributos dessa coisa pensante a saber : " uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que ensaque quer , que não quer, que imagina e que sente."Quanto ao argumento dos corpos, Descartes toma como exemplo um pedaço de cera que não pode conhecer apenas pelos sentidos " Não a posso conceber dessa forma sem um espírito humano" e " só podemos conceber os corpos pela faculdade de entender em nós existente e não pela imaginação nem pelos sentidos" daqui segue que para Descartes,a alma ou o eu  é mais fácil de conhecer do que os corpos porque o conhecimento é direto, imediato.   

NIETZSCHE /ZARATUSTRA E O CASAMENTO

Em seu livro: Assim Falava Zaratustra, Nietzsche defende a instituição do casamento, colocando a amizade entre os cônjuges como ponto fundamental para que haja  elevação,onde os filhos superariam os pais.  

"Não somente para a frente, deves propagar-te , mas paro o alto! Que  a isso ajude o jardim do casamento!(...) Casamento: assim chamo a vontade a dois de criar um ser que seja mais do que aqueles que o criaram. Respeito mútuo, chamo ao casamento, respeito por aquele que quer com essa vontade. Seja esse o sentido e a verdade do teu casamento."(Zaratustra.p.96.Trad. Mário da Silva. Civilização ).

Essa seria a concepção ideal para ele, todavia, a dissolução do matrimônio é necessária  e preferível a ter de se manter em uma união infeliz, onde não há crescimento para o "alto".

"Não zombeis desses casamentos! Que filho não teria motivo para lamentar-se de seus pais? Digno pareceu-me esse homem, e maduro para o sentido da terra; mas, quando vi sua mulher, a terra pareceu-me um manicômio."(Id.,ibidem. p.97). 

A RELIGIOSIDADE CÓSMICA DE NIETZSCHE

Esse aforismo de Nietzsche mostra sua religiosidade, através da total adesão ao real, vejamos:

ETERNIDADE - Não é de maneira alguma a questão primeira saber se estamos satisfeitos conosco, porém se estamos de um modo geral satisfeitos com alguma coisa. Caso dissermos sim a um único instante, então diremos sim não só a nós mesmos, mas a toda existência. Pois nada está aí para si, nem em nós mesmos e nem nas coisas: e se apenas uma única vez a nossa alma vibrou e ressoou de alegria como uma nota musical, então todas as eternidades foram necessárias para condicionar esse único evento - E , nesse único instante do nosso dizer sim, toda eternidade foi aprovada, redimida, justificada, confirmada e reafirmada.(Nietzsche , Fragmentos Póstumos 1885-1887)

NIETZSCHE E O AMOR

Deixando à parte suas contradições perspectivistas , o tema do amor se concretiza como fundamental em sua obra, onde para ele , amor é essencialmente amor a vida, sendo sua característica mais marcante a afirmação da vida , contudo, não da vida decadente , mas da vida ascendente. A vida tem um mistério , uma magia " um véu de belas possibilidades, cheio de promessa, resistência ,pudor, desdém, compaixão, sedução. Sim , a vida é uma mulher! "(Gaia Ciência §339). O tema do amor está relacionado ao AMOR FATI (Amor ao destino) " Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas: Assim me tornarei um daqueles que fazem belas as coisas. Amor Fati , seja este, doravante o meu amor!(Gaia Ciência §276). Para ele, O amor também é uma superação do humano " uma flecha e um anseio para o além-do-homem" (Zaratustra - I - pg.69 , tradução Paulo C. Souza ) ." Um dia deveis amar além de vós mesmos!" Ibid.p.68).O amor também está relacionado ao Dionisíaco , devido a incondicionalidade do amor perante a vida " O dizer Sim à vida, mesmo em seus problemas mais duros e estranhos; a vontade de vida (...) a isto chamei dionisíaco "(EH , NT -§3, p.63 e 64, Trad. Paulo C. Souza).

FINAL DE INVERNO

Sol e muito frio no ar

Uma nova aurora

Tempo de se renovar!

 

No céu azul

Um novo horizonte

Nos chama.

No meio-dia

de novas vidas,

Livres nos encontramos.

 

Encontro marcado

e selado pelo destino.

Agora vamos caminhar

nas montanhas,

Ar puro emanando no ar

nos renovando para

nossa primeira Primavera

juntos.

ENSINAR E APRENDER

Em seu livro: "Sobre a questão do pensamento", Martin Heidegger traz à tona uma questão essencial para a Educação que já foi vislumbrada por Nietzsche em seu escrito: "Sobre o futuro de nossos estabelecimentos de ensino" , eis a questão: " Se hoje - quando tudo se mede de acordo com os níveis mais baixos, como por exemplo o lucro - ninguém mais deseja tornar-se mestre”. Nosso mundo global tecnizado, valoriza como prioridade um saber especializado que gere lucro ,aviltando uma formação que tenha como prioridade "ensinar a pensar " e assim, atingir o objetivo educacional de "fazer aprender", para com isso, lidar com as necessidades mais urgentes do nosso tempo. A formação cultural através da Educação onde a Política deverá servi-la e ser a base para poder haver uma renovação. Política ancila Cultura, quer dizer, a Política deverá ser serva da Cultura. E não como ocorre há bastante tempo, onde ela depende muito da Política.

NÃO NOS ENGANEMOS MAIS!

Esquecemos que o  nome de "Deus" tem sido  usado sub-repticiamente há muitos milênios . Assim, faz-se mister tomarmos cuidado! " O óbvio ululante" é que estão usando, há dois milênios, a Bíblia sub-repticiamente. E usam, também, o conceito de livre-arbítrio erradamente ,porque faz as pessoas dependerem dos Teólogos, que querem encontrar culpados para exercerem poder sobre elas, tornando o livre-arbítrio em servo arbítrio! Não devemos nos enganar mais!

FAZ-SE NECESSÁRIO SUSPENDERMOS O JUÍZO

Quando Nietzsche  diz que " a moral não passa de uma interpretação - uma falsa interpretação - de certos fenômenos " .Com isso ele está nos alertando para suspendermos o juízo, haja vista que existem apenas interpretações e não um juízo de valor absoluto. Somente a Vida como "Vontade de Potência" teria um valor absoluto,  que é a base para nossas valorações.

MOMENTO ZEN!

Irrompem os Mestres.

Imersos em realidades alternativas.

Do Underground das culturas espirituais,

Esotéricas e Místicas...

Lao-Tsé, Buda e Christós.


Mergulhados:

No Caminho,

Na Unidade Oceânica

Ou  no Amor a Deus.

Iluminaram nossas vidas,

Alterando consciências.


No Tao,

Nas meditações,

Ou nas orações com o Imo

Total recusa de dualidades

Irrompe o

Momento Zen!

O QUE É UMA VIDA ESPIRITUAL ?

Podemos afirmar que uma vida espiritual em sua visão tradicional  se relaciona com algo que está além do mundo físico, afirmando uma força , uma energia que nos afeta. O cultivo dessa energia envolve orações, meditação, contemplação, ascese,etc.Essas práticas não estão necessariamente ligadas a uma religião dogmática. No entanto ,uma vida espiritual , também, pode desenvolver-se através de um sentido não transcendente através do estético , do ético, afirmando uma certa admiração pelo mistério. Nossa mente é finita e, portanto, limitada, não podendo negar ,categoricamente, a existência de uma vida espiritual transcendente. No entanto, faz-se necessário haver uma valorização da vida ,para não cairmos no Nihilismo.

O CALVINISMO COMO ENGRANDECIMENTO DO CAPITALISMO E PERDA DA LIBERDADE HUMANA,SEGUNDO MAX WEBER

Na " Ética protestante e o espírito do capitalismo ", Max Weber sustenta a tese que o engrandecimento do capitalismo, fundado no cálculo do capital e na organização racional do trabalho, deve-se ao encontro de dois fatores primordiais: O espírito do capitalismo e a ética "protestante". O espírito do capitalismo segundo Weber, não se manifestou em uma busca desenfreada e cega do lucro pelos especuladores, e sim na busca racional , sistemática e com alto controle do lucro vinculado no exercício honesto e assíduo de uma profissão. Para explicar tal emergência ocorrida historicamente, Weber aponta um segundo fator que foi a influência da Reforma Protestante , mais particularmente do calvinismo, cuja ética era a de uma privação radical de todo interesse pelos prazeres mundanos. O calvinismo, afirma que Deus decidiu de antemão o destino dos homens. Uns seriam predestinados à vida eterna e outros a morte eterna. Havendo dúvidas se seria um eleito ou não, o calvinista buscava seus sinais aqui na Terra, nos frutos de seu trabalho árduo quase sem descanso e sem alegria, trabalhando unicamente para glória de Deus. Compreendendo o trabalho como uma vocação e a riqueza como um sinal de benções divinas, acumulava cada vez mais capital. O ascetismo calvinista estrangulando o consumo causou uma acumulação de capital:

"E confrontando agora aquele estrangulamento do consumo com essa desobstrução da ambição de lucro, o resultado externo é evidente: acumulação de capital mediante coerção ascética à poupança" (WEBER,M;EPEC;pg.157;Cia. das Letras; São Paulo,2008,7ªreimpressão)

Desse modo, ficando estabelecido o sistema capitalista segue suas próprias leis, desvinculando-se e não mais tendo mais necessidade do apoio religioso, paulatinamente, formou-se

 

um utilitarismo profano , ou seja, o homem religioso transformou-se em um homem econômico.

"(...) depois que a breve dominação da teocracia calvinista se diluiu numa insípida Igreja Estatal, tendo com isso o calvinismo perceptivelmente perdido em força de atração ascética".(WEBER,M; pg.153/154,Cia. das Letras, São Paulo,2008,1ªed.7ªreimpressão)

A partir de agora, esse calculista apenas louva uma religião: a do dinheiro; afinal, o que restou da parte religiosa foi o homem escravo do trabalho, o homem alienado pelo acúmulo de capital; o que antes era uma escolha para se tornar um eleito de Deus trabalhando e acumulando capital, foi transformado em rígido destino, perdendo com isso sua liberdade. Weber, no final da Ética protestante, compara a modernidade como uma " jaula de ferro".Vejamos a citação:

 

" O puritano queria ser um profissional - nós devemos sê-lo. Pois a ascese, ao se transferir das celas dos mosteiros para a vida profissional, passou a dominar a moralidade intramundana e assim contribuiu [com sua parte] para edificar esse poderoso cosmos da ordem econômica moderna ligado aos pressupostos técnicos e econômicos da produção pela máquina, que hoje determina com pressão avassaladora o estilo de vida de todos os indivíduos que nascem dentro dessa engrenagem -não só dos economicamente ativos - e talvez continue a determinar até que cesse de queimar a última porção de combustível fóssil. Na opinião de Baxter ,(um prosélito protestante)o cuidado com os bens exteriores devia pesar sobre os ombros de seu santo apenas “qual leve manto de que se pudesse despir a qualquer momento. Quis o destino, porém, que o manto virasse uma rija crosta de aço"{na célebre tradução de Parsons: iron cage = jaula de ferro}.(Weber, M.;EPEC;pg. 165;Cia. das Letras,S. Paulo,2008,7ª reimpressão).

Chegamos à conclusão de que: a "afinidade eletiva" entre o espírito do capitalismo e o protestantismo ascético foi o fator determinante do trabalho tido apenas como vocação, perdendo o Homem, dessa forma, sua liberdade, ficando escravo do capital apenas para a sua profunda alienação e obter a "Glória de Deus".

CUIDADO DE SI e CONHECIMENTO DE SI

Michel Foucault fez uma maior aproximação entre a Filosofia e a Medicina que já havia na Grécia Antiga, ou seja, Filosofia concebida como uma terapia do cuidado de si ,intrinsecamente, ligada ao "Conhece-te a ti mesmo", que foi  consagrado por Sócrates, através do Oráculo de Delfos, na medida em ele concebeu a Filosofia como uma "arte da existência", onde o tema do "Cuidado de si" ocupou o centro de suas reflexões. Para Michel Foucault, o "Cuidado de si" é tão importante quanto o "Conhecimento de si", eles nunca estiveram separados como acontece na Modernidade com o "momento cartesiano”, onde  houve uma "requalificação do "Conhece-te a ti mesmo" e uma desqualificação do "cuidado de si”. Segundo ele: "Não estiveram separados para os pitagóricos, é claro. Não estiveram separados também para Sócrates e Platão: a epiméleia heautoû (cuidado de si) designa precisamente o conjunto das condições de espiritualidade, o conjunto das transformações de si que constituem a condição necessária para que se possa ter acesso à verdade."(A Hermenêutica do sujeito,p.17,Ed. M. Fontes).