Nas Meditações Metafísicas, o fundamento da dúvida metódica tomará muito maior destaque onde verificar-se-á a formulação radicalizada por intermédio do Gênio maligno ou do Deus enganador, ao ponto da dúvida metódica tornasse dúvida cética. Na validade de uma dúvida metódica impelida até esse ponto, a interpretação cartesiana é um pouco discordante. Todavia, se se pode reportá-la à interpretação que demos à formulação do Discurso sobre o método, consideramos que seja um procedimento muito valioso. Ao contrário se a dúvida tornasse uma autêntica dúvida positiva e não apenas uma negativa Universal, ela necessariamente conduziria ao ceticismo constituindo, portanto , um procedimento sem validez.
Descartes fundiu e confundiu o
fato de no gnosiológico com fato
ontológico, modificando o Cogito e substituindo-o por uma proposição verdadeira
“ eu sou o ato da minha consciência”. Nas meditações metafísicas, ele
evitará repetir esse paralogismo, onde
desenvolverá um tratamento à parte para demonstrar a teoria do dualismo entre
espírito e matéria.
De todo modo, o dualismo entre
espírito e matéria, Isto é, entre a Res cogitans e a Rés Extensa é insubstituível não apenas do ponto de vista
ontológico onde alma e corpo, formam uma
unidade substancial; como também, do ponto de vista psicológico, pois a alma
não conhece diretamente a si mesmo sem o uso
do corpo, que Descartes tentou abstrair ao extremo para se livrar de
qualquer conhecimento que não seja diretamente do eu pensante para o mundo físico
através de uma intuição puramente intelectual.
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