Sócrates e Platão, ao desvalorizarem a aparência, são para Nietzsche inimigos da arte , anti-gregos, e por consequência:" inimigos" da Vida. Nietzsche ao recusar a Metafísica fundada na crença em um além-mundo verdadeiro, afirma a Vida, incondicionalmente, na sua força de sua ilusão. O filósofo, portanto, torna-se artista, onde sua experiência tem semelhança com os gregos áticos , a quem Nietzsche chama-os de trágicos onde não havia a diferença entre aparência e ser:
"Deveríamos respeitar
mais o pudor com que a natureza se escondeu por trás de enigmas e de coloridas
incertezas. Talvez a verdade seja uma mulher que tem razões para não deixar ver
suas razões?"(NIETZSCHE. Gaia Ciência. Prólogo:§-4).
Sendo verdade, a Vida,
possivelmente uma "mulher", em sua dissimulação ela se esconde e diz
que não há "Verdade" atrás da aparência. A própria aparência não é o
contrário da Verdade e sim sua adequada expressão. Para Nietzsche, não há
Verdade nem real, em sentido absoluto, categórico, nomológico . O mundo é uma
construção nossa, onde a Arte tem a função de engrandecer a vida e estabelecer
um pleno estatuto ontológico, por ser ela mesma, ilusão, jogo, aparência
criadas pelo homem que se torna artista, criador dotado de pés leves e alados,
tal como Hermes, o mensageiro de Zeus.
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