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CONVERGÊNCIA ORIENTAL DA CONSCIÊNCIA FEITA POR NIETZSCHE

A Consciência concebida como uma "grandeza não fixa"  por Nietzsche se aproxima ,profundamente, da visão oriental da mente como fluxo em transformação. Segundo ele, "a consciência desenvolveu-se apenas  sob a pressão da necessidade de comunicação " (..) "Ela é,na realidade, uma rede de ligação" (Gaia Ciência,§354) . A consciência não é uma unidade estável, mas um processo que cresce, se amplia ou se contrai conforme necessidades vitais e históricas. Ampliar a consciência, para Nietzsche, é reconhecer a multiplicidade de forças que nos constituem. Na filosofia oriental, especialmente no budismo, a mente é vista como fluxo , sem um eu fixo.Existe,portanto uma impermanência que dissolve o ego, convergindo com a crítica nietzschiana à ficção do sujeito. Quando Nietzsche diz que "o eu é uma ficção!" (Crepúsculo dos Ídolos, §3) aproxima-se da doutrina budista do não-eu, que considera o eu apenas um composto transitório de percepções. Tanto para o Oriente quanto para Nietzsche, é mais coerente quando se abandona a ideia de uma "consciência fixa e estável" para reconhecer que toda vida é "fluxo, transformação,  impermanência".

TRANSMUTAR O PASSADO PARA AUTOSSUPERAÇÃO

É de vital importância aprender com os erros do passado, no entanto, devemos evitar a todo custo habitar nele. O passado deve ser revisitado apenas o suficiente para que dele  extraiamos força, lucidez e direção.  Nietzsche nos ensinou que: "Agora convém saber que apenas aquele que constrói o futuro tem o direito de julgar o passado" (2ª Consideração Intempestiva).Portanto, devemos transformar às lembranças em superação e jamais, deixá-las que se tornem moradia.

QUE A JUSTIÇA NÃO SEJA VINGANÇA!

Para Nietzsche, aqueles que gritam "igualdade" nem sempre desejam elevar a vida, mas rebaixar os que a engrandecem. Ele nos advertia para evitar vingança "O que eles querem, é vingança, e chamam sua vingança de justiça" (Zaratustra, "Das Tarântulas").Há aqueles que pregam "liberdade" mas, em verdade, seu desejo  seria que ninguém fosse livre o bastante para superá-los e ultrapassá-los.Também os que pregam  "fraternidade" querem apenas o nivelamento à mesma medida deles.Para Nietzsche, fazer justiça não seria nivelar, mas fazer perceber a sutil diferença que existe entre todas as coisas e engrandecer a vida.A verdadeira liberdade  permite os vários degraus da vida, admitindo  hierarquias e não a igualdade para todos."vós, pregadores da igualdade,  tarântulas sois vós para mim, e vingativos às ocultas".














































































"CAMINHO" DA AUTOSSUPERAÇÃO Para meu filho Antonio Marcos

A libertação da culpa, da falta e da vingança é, para Nietzsche, o começo de uma vida ascendente. Na Genealogia da Moral, ele mostra que o homem adoecido tornou a vingança "espiritualizada" (GM, II, §16), e por isso precisa superar esse afeto para reencontrar força para superar-se.A própria vida exige esse movimento de autossuperação. No Zaratustra, ele diz: "Eu sou o que sempre tem de  a si mesmo se superar", "Da autossuperação de si"). Autossuperar-se é seguir um ritmo da vida que cresce ultrapassando todo o passado reativo, através  do eterno retorno, que exprime essa afirmação: "querer cada instante como necessário e querido". Zaratustra descreve-o como "o mais pesado de todos os pesos" porque nos pergunta se podemos dizer sim a tudo o que volta.As três fases da autossuperação são as metamorfoses do espírito: camelo, leão e criança. "O espírito se torna camelo, o camelo leão, e por fim  criança" (Z, "Das três metamorfoses").A criança é a forma mais alta: "inocência e esquecimento, um novo começo, um jogo". Nessas metamorfoses, a necessidade vira criação e a vida reencontra sua potência criativa.

"DEUS" COMO VIDA

Para Nietzsche "Deus"  tem algum sentido, somente quando pode ser o nome que a vida dá a si quando transborda, pois o Deus moral, aquele que julga, pune e separa, ele declara-o morto: "No fundo, apenas o Deus moral está refutado". Mas a vida, essa força que diz "eu sou aquilo que deve sempre superar a si mesma"(Zaratustra, Do superar a si mesmo), cria "deuses" apenas para superá-los. Assim, quando se diz "Deus", não deve ser para além da vida, mas para sua mais alta afirmação no âmago da vida, não como um Juiz e Senhor sobre o mundo, mas o próprio mundo em sua "Vontade de Potência."