A Consciência concebida como uma "grandeza não fixa" por Nietzsche se aproxima ,profundamente, da visão oriental da mente como fluxo em transformação. Segundo ele, "a consciência desenvolveu-se apenas sob a pressão da necessidade de comunicação " (..) "Ela é,na realidade, uma rede de ligação" (Gaia Ciência,§354) . A consciência não é uma unidade estável, mas um processo que cresce, se amplia ou se contrai conforme necessidades vitais e históricas. Ampliar a consciência, para Nietzsche, é reconhecer a multiplicidade de forças que nos constituem. Na filosofia oriental, especialmente no budismo, a mente é vista como fluxo , sem um eu fixo.Existe,portanto uma impermanência que dissolve o ego, convergindo com a crítica nietzschiana à ficção do sujeito. Quando Nietzsche diz que "o eu é uma ficção!" (Crepúsculo dos Ídolos, §3) aproxima-se da doutrina budista do não-eu, que considera o eu apenas um composto transitório de percepções. Tanto para o Oriente quanto para Nietzsche, é mais coerente quando se abandona a ideia de uma "consciência fixa e estável" para reconhecer que toda vida é "fluxo, transformação, impermanência".
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