A frase "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"(João8.32), pode ser entendida como um convite ao autoconhecimento e à lucidez,libertando o homem das ilusões que o aprisionam. Nietzsche ecoa essa ideia ao tratar a verdade como "criação humana a serviço da vida", e não como essência eterna: em Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra-Moral, afirma que " O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas ,metonímias, antropomorfismos..." mostrando que toda verdade nasce de interpretações históricas e sociais. João fala de uma verdade que liberta, Nietzsche fala de uma lucidez que emancipa, pois o homem só se torna livre quando rompe com as ilusões morais e metafísicas.
2025 YEARS OF THE INAUTHENTIC CALENDAR! WELCOME TO THE HIGHWAY OF THINKING IN MULTIPLE WAYS.AN OUTSIDER ! UP TO THE TOP!
TRANSLATE TO YOUR LANGUAGE, RIGHT NOW
CONSAGRAR VERDADE À VIDA E NÃO A VIDA A VERDADE
Nietzsche propõe que a verdade não seja um fim em si, mas um meio para intensificar a vida. Em vez de sacrificar a vida pela verdade, devemos consagrar a verdade à vida, isto é, avaliar o conhecimento e os valores pelo quanto afirmam e fortalecem a existência. Ele, portanto, inverte a hierarquia: a vida é o critério de valor da verdade. O Pensar deve ser criador ,toda verdade que empobrece a vida deve ser rejeitada. Assim, devemos cultivar a busca da verdade para engrandecer a vida e não dedicar a vida à verdade. Sutil diferença! A vida para ele é concebida como um experimento, como meio de conhecimento intrinsecamente ligada à vida prática com o objetivo de "tornar-se o que se é". Cf. Aurora §324.
VIVER A VIDA ACIMA DE TUDO!
Eis um fragmento do Tao:
"Você poderia trabalhar dez anos sob um mestre,
Tentando discernir se seus ensinamentos são verdadeiros.
Mas tudo que aprenderia seria o seguinte:
É preciso viver a própria vida."(Tao, p.85, Ed.M. Fontes).
A PROPOSTA DE NIETZSCHE - TRANSVALORAÇÃO
É totalmente errado afirmar que Nietzsche é um nihilista e que não nos legou nenhuma proposta. Ao contrário, ele nos convida a introduzir o valor como categoria fundamental para fazermos nossas avaliações morais. Como ele mesmo afirma: "O que precisamos é de uma crítica radical a tudo o que até agora se tem considerado como valor absoluto" (GM, Prefácio).Usando o método genealógico como método de diagnóstico dos valores estabelecidos através dos tempos, Nietzsche questiona o "valor do valor", mostrando que os valores devem ser investigados, haja vista que foram tidos, até então, como imutáveis e eternos. Ele escreve que "perguntar pelo valor dos valores: uma investigação sobre a origem e a função da moralidade"(GM, Prefácio) é essencial para compreendermos a moralidade.Além disso, Nietzsche evidencia que os valores têm uma origem e uma história, afirmando que "o homem que nega Deus ainda pensa e age segundo categorias herdadas do teísmo; a tarefa é criar novos valores, fundados na vida" (A Gaia Ciência, §125). A vida, portanto, torna-se valor fundamental: "A vida deve tornar-se a medida de todas as coisas" ( BM, §260).Dessa forma, a proposta de Nietzsche é clara: não se trata de um nihilismo que destrói valores sem substituí-los, mas de uma transvaloração de todos os valores, orientada pela vida e pela criação de novas formas de vida.
NIETZSCHE E A SUPERAÇÃO DO ATEÍSMO E DO TEÍSMO
Para Nietzsche, o modo como a maioria das pessoas se relaciona com Deus não é propriamente filosófico, mas prático, cultural e psicológico. O teísta comum não possui um conceito crítico de Deus — ele simplesmente vive como se Deus existisse, porque essa crença sustenta a moral e a ordem social. Já o ateu típico, embora negue a existência de Deus, ainda pensa dentro das mesmas categorias herdadas da fé.Nietzsche observa que o ateu não rompeu com o modo de pensar cristão; ele apenas o inverteu. É o que o filósofo chama de "sombra de Deus": "O homem que negou Deus ainda crê na sombra de Deus."(GC, §108). O que o ateísmo representa, então, não é o fim da reflexão, mas apenas uma etapa no processo de libertação do pensamento. Nietzsche afirma que seu próprio ateísmo não foi um resultado racional, mas algo natural e instintivo: "De forma alguma conheço o ateísmo como resultado, e menos ainda como acontecimento: ele é algo natural para mim, por instinto."(EH, §1).Ele vê o anúncio da morte de Deus não como o triunfo do ateísmo, mas como o início de uma crise de sentido. O célebre fragmento do "insensato" descreve essa ruptura:"Deus está morto! Deus continua morto! E nós o matamos! (…) Não é preciso tornar-nos deuses para parecer dignos desse feito?"(GC, §125).Com a morte de Deus, todas as antigas certezas metafísicas e morais perdem o seu fundamento. O homem moderno, desamparado, precisa agora tornar-se criador. Nietzsche não propõe substituir Deus por outra crença, mas superar o próprio modo de pensar que exige um fundamento transcendente:"Deus é uma hipótese demasiadamente extrema."(Frag. Póst. 1887).A partir dessa constatação, Nietzsche compreende que não basta negar Deus; é preciso transformar o modo de pensar, isto é, ultrapassar o teísmo e o ateísmo para instaurar novos valores. Essa é a tarefa do (além-do-homem), aquele que cria valores após o colapso das antigas verdades:"O que é o grande homem? Aquele que cria valores."(BM, §211) "O homem é algo que deve ser superado". (Zaratustra, Prólogo, §3)Assim, para Nietzsche, superar o teísmo e o ateísmo significa romper tanto com a dependência de uma fé exterior quanto com a negação reativa dessa fé, instaurando a possibilidade de uma criação autônoma de valores uma nova aurora do espírito livre, para a "transvaloração de todos os valores".
O QUE É SER NIETZSCHIANO ?
Em várias obras, Nietzsche deixa claro sua proposta: a partir de sua crítica radical a tradição filosófica, pensar com ele e refundamentar a herança socrático-judaico-cristã. Não querendo discípulos, ou pelo menos desejando discípulos insidiosos, espíritos livres, que seguissem a si mesmos e a mais ninguém! Karl Jaspers, em seu livro sobre ele, escreveu que ser nietzschiano implicaria em "afirmar-se sempre "contra" ele". Ser nietzschiano, implica em criar sempre valores novos , transmutando-os em um jogo incessante, criando novas formas de vida. Todavia, sempre incorporando sua "luta", usando o "martelo e a dinamite", ou seja, quebrando e implodindo todo e qualquer edifício moral transcendente.
GENEALOGIA EM NIETZSCHE - REFUNDAR
A Genealogia, tal como é conceituada por Nietzsche, busca refundamentar o que foi uma vez fundamentado, mostrando que os valores não são fixos e eternos. Eles emergiram através de uma luta constante com outros valores existentes,revelando uma complexidade das crenças culturais, minando e explodindo, uma suposta estabilidade.Nietzsche, não defende uma volta ao passado, ele usa o método genealógico como estratégia para criticar o estabelecimento eterno dos valores morais e preparar para novas interpretações e empreitadas. Na Gaia Ciência ele exalta o porvir: " Nós, filhos do futuro,como poderíamos nos sentir em casa neste presente?... tampouco queremos voltar a algum passado".Devemos evitar o contrasenso de que a Genealogia, tal como é concebida por Nietzsche , implique em uma nostagiade uma volta e exaltação acrítica relativa a uma origem mais nobre.
VOLTA À MORADA
A época do amor
nas ruas acabou
Cai a noite!
Rompe direto
para nossa morada.
Onde ainda sentem
e não apenas escutam.
Gente viva,
transbordante de vida.
Sorrisos de divindades
à procura de trazer de volta
a sensibilidade perdida.
Onde o tempo nunca
é desperdiçado.
Onde nunca se espera,
sempre alcançamos
Nossos mais profundos
desejos!
EU ACREDITO
Não me ofereça fé
Tenho a que preciso
Além das Montanhas
Livre como um pássaro
Voando contra a Corrente
O que precisamos é confiar,
para nos manter vivos e aquecidos
Ajude-nos a fazê-lo à Noite
Noite adentro!
Reflexos em você
Vidas paralelas
Voando na velocidade da luz pelo tempo,
temos que parar para descansar
Temos que parar a Corrente
Antes que o Nonsense ria por último
NIETZSCHE E A "GRANDE POLÍTICA"
Nietzsche não criou uma teoria política sistemática — "Desconfio dos sistemas" (CI§26) mas desenvolveu reflexões profundas sobre política, moral e religião, que para ele estão interligadas. Criticou as morais e religiões por domesticarem o homem: "Toda moral é uma tirania contra a natureza" (BM §188).A "grande política" seria a superação do niilismo moderno: "O tempo da pequena política terminou; vem aí a era da grande política" (BM §208). Nietzsche via a democracia como sinal de decadência: "A democracia moderna é a forma histórica de decadência do Estado" (CI §4). A igualdade, dizia, é uma injustiça, pois "o que é desigual não deve ser igualado" (CI§48).Ele propõe uma aristocracia espiritual — os filósofos-legisladores — capazes de criar novos valores: "Os filósofos do futuro serão legisladores" (BM§211). Para Nietzsche, a hierarquia é natural: "A vida mesma é dominação do que é mais fraco" (BM§259).Assim, sua política busca elevar o espírito humano, substituindo a mediocridade democrática por uma cultura criadora e afirmadora da vida.
AUSÊNCIA NECESSÁRIA
Grande parte do pensamento filosófico tentou sistematizar a Vida, a Existência, conduzindo a algum fanatismo do tipo: religioso,filosófico,moral,entre outros. Tendo em vista o caráter multifacetado e incomensurável do Mundo da Vida, levando-nos a múltiplas interpretações, que por sua vez nos conduz a paradoxos e ao caráter existencial como abertura, podemos afirmar que através do autoconhecimento, não pode haver condições para um sistema, pois o autoconhecimento é uma experiência existencial e uma experiência existencial não pode ser sistematizada, nem teorizada. A ausência de sistema em filosofia é uma condição necessária para todo filosofar.
A PRESUNÇÃO DOS FUTUROLOGISTAS
Os futurologistas sempre se equivocaram ao tentarem prever como seria a estruturação do mundo. O ser humano é sempre abertura para novas possibilidades ,além de estar o tempo todo em formação.Apesar de todas as grandes conquistas tecnológicas nos levarem sempre para mais longe, isso não implica que acharemos uma solução definitiva para todos os nossos conflitos sócio- políticos-econômicos.
CONFLITOS INÚTEIS
Na maioria das vezes, mesmo que estejamos com razão, é sempre bom evitar discussões. A verdadeira sabedoria ri de toda presunção dizendo: "apenas permanece sábio aquele que sabe se calar!".Afinal,na grande maioria das vezes, é perda de energia ,de saúde e de tempo, dialogar com espíritos dogmáticos.
SABEDORIA MULTIFACETADA - ABERTURA
Existe, indubitavelmente, a possibilidade de fazermos associações entre teorias de autores que são conflitantes, a possibilidade de associar conceitos, temas, etc., entre autores diversos tem o aval do hermeneuta Nietzsche: "Desconfio de todos os sistemáticos e me afasto de seus caminhos. A vontade de sistema é uma falta de retidão.” (Crepúsculo dos Ídolos, §26). As rígidas exigências acadêmico-metodológicas , podem ser usadas apenas com sabedoria para evitar erros fundacionais,"místicos","religiosos",etc. O pensamento deve construir uma sabedoria mutante, multifacetada, experimentalmente livre, onde o "sistema" deve estar aberto a novas possibilidades, sempre através de novos horizontes.
PRECISAMOS DE HERMENÊUTICA
O que está escrito não é o que está escrito! O que está sendo dito não é o que está sendo dito! O que ouvimos, também! Enfim, precisamos de uma interpretação mais profunda de tudo que lemos, ouvimos, vemos, sentimos etc. a fim de evitar impasses e mal-entendidos.
PERDOAR É ESQUECER!
Para Nietzsche, como filólogo e hermeneuta bíblico, perdoar verdadeiramente é esquecer. Para ele,o perdão consagrado pela tradição cristã é, muitas vezes, uma forma disfarçada de ressentimento onde o perdão continua preso à ofensa,carregando a dor. Por isso, ele preferia o esquecimento ativo, que é uma força de vida, algo essencial à saúde espiritual(GM,II,§1).
INDÚSTRIA CULTURAL - Esquecimento essencial
Apesar de haver executado uma crítica radical a cultura de massa, Adorno e Horkheimer se esqueceram de acrescentar que o Homem poderia tornar-se vítima passiva da Indústria Cultural. Eles, também, não supuseram que ela poderia se tornar um instrumento de manipulação, haja vista que o mercado contemporâneo engloba e restringe a todos, apenas beneficiando-o , prejudicando de maneira vil ,todos os consumidores, porque eles são coagidos a entrar no mercado de compras sem opções mais autônomas.
VERDADE E MENTIRA : Não sejamos hipócritas!
Nietzsche, nos ensinou a não sermos hipócritas quando disse que: "os filósofos são padres disfarçados", porque não devemos acreditar que estamos dizendo a verdade em nome de alguma instância superior ,transcendente. Somos, " humanos , demasiados humanos" e não devemos nos esquecer que somos nós que criamos as verdades e as mentiras também!. Não há uma verdade absoluta, "Eu Platão, sou a verdade", porque se há uma verdade absoluta há, também, uma mentira absoluta e isso é logicamente contraditório em si e por si.
NÃO ESQUECER!
Que os dias não passem esquecidos
O ser que se compraz em Amar,
Nunca esquece!
O esquecido é:
Tormentoso e inautêntico.
Os instantes,as horas, os dias...
Enfim, a Vida!
Só ganham autencidade
com Amor.
E através do Amor
ela se constrói,
Autêntica e Bela!
ERRO CASUAL
Evitemos o erro
de existirem privações
O limite do Ser , é Ser!
Passemos pelo Nada, Nada...
Em movimento de libertação,
"nadificação",
Transcendendo toda dor!
VIVÊNCIAS
Nossas vivências
Não podem ser desperdiçadas!
Os outros não as conhecem
Apenas imaginam...
Puras aparências!
O ser mais profundo,
Despreza as idiossincrasias
Afinal..
Nossas vivências são imaculadas
Não podem ser Inter vividas
Os outros estão muito aquém,
do que sentimos e vivemos!
ESCUTA LIMITADA
"As pessoas escutam somente o que elas entendem" (Goethe,Máximas).Perda de tempo total conversar com espíritos dogmáticos, há uma grande doutrinação em todos os lugares, uma lavagem cerebral. Praticamente, não há mais um espaço para um debate livre de dogmas.Um debate entre "espíritos livres" como pretendia Nietzsche.