A discussão sobre conhecimento evolui da teoria clássica para a filosofia da ciência contemporânea, focando na relação entre observação de objetos particulares e a busca por explicações universais. O objetivo central é entender como teoria e prática se unem para gerar a "genuína ciência", resolvendo assim questões sobre a racionalidade científica. Filosofia e ciência compartilham o propósito de expandir o conhecimento, mas a diferença entre suas abordagens não é clara. A ciência busca argumentos específicos, enquanto a filosofia questiona as condições para alcançar verdades universais. Portanto, tentar separar claramente ciência e metafísica pode ser uma ilusão. Hoje, muitos acreditam que ciência e metafísica estão interligadas, e tentar opor ou separar essas áreas é visto como utópico.O discurso científico é único, exigindo rigor e uma crítica constante, nunca buscando conclusões finais e absolutas. Esse rigor é fundamental para a noção de racionalidade, que envolve discutir problemas sem preconceitos e evitando certezas absolutas. Tanto nas ciências formais quanto nas humanas, o rigor é influenciado por contextos históricos, e nenhuma teoria é considerada rigorosa de forma isolada. A história da ciência mostra que as ideias científicas evoluem frequentemente, desafiando regras metodológicas. É difícil traçar uma linha clara entre ciência e metafísica, pois a própria história científica contém tensões entre essas instâncias.As mudanças de paradigmas nas ciências refletem conflitos entre métodos e dinâmicas da razão científica. Essas transições geralmente visam desenvolver teorias mais abrangentes que integram precedentes e esclarecem limitações. Isso exige novas interpretações e adaptações para atender a requisitos epistemológicos, ajustando as investigações científicas conforme necessário. A experiência não fundamenta princípios dos fenômenos, mas orienta as investigações. As teorias científicas não aceitam dados da experiência passivamente; elas os corrigem e buscam vínculos com contextos históricos e culturais, permitindo enquadrar fenômenos em teorias mais amplas.Esse processo envolve uma dialética entre observação de dados e elaboração teórica, sem um ponto final de investigação. A filosofia da ciência tem a capacidade de fazer uma análise crítica de outras áreas do conhecimento, como a religião, economia e política. Por exemplo, questiona se o cristianismo deve ser visto como superior a outras religiões, assim como proclamado por culturas ocidentais. Em economia, suas leis, baseadas na experiência, não podem fornecer conclusões absolutas. Na política, o conceito de liberdade é analisado criticamente, revelando que esse termo carece de uma definição precisa e deve ser considerado dentro de diversos contextosEssas análises críticas levam à tarefa desafiadora da epistemologia moderna de diferenciar claramente a retórica dos conceitos religiosos, econômicos e políticos discutidos. Assim, o debate sobre conhecimento e ciência envolve uma visão ampla e crítica, que propõe refletir sobre as interconexões entre diferentes áreas e o que significa buscar a verdade. Essa busca nunca é final, mas um processo contínuo de exploração e reavaliação.A reflexão sobre a natureza do conhecimento requer entendimento sobre a complexidade das relações entre diferentes campos, e como a ciência, a filosofia e a experiência se entrelaçam para moldar o que entendemos, destacando a importância de um debate aberto e sem preconceitos.
OBRAS CONSULTADAS:
1)MORA, J.F. Dicionário de Filosofia. São Paulo:Ed. Loyola,2000.
2)ABBAGNANO, N. História da Filosofia em 12 volumes. Lisboa.Ed. Presença,2001.
3)LACROIX, A. A razão. Rio de Janeiro. Ed. Vozes, 2009.
4)MEDAWAR, P. Os limites da ciência. São Paulo.Ed. UNESP,2005.
5)HUISMAN, D. Compêndio Moderno de Filosofia. São Paulo.Ed. FreitasBastos,1978.
6)OMNÉS, R. Filosofia da Ciência Contemporânea. São Paulo.Ed.UNESP.1995.
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