Os livros "História do Materialismo" de A. Lange e "Filosofia Natural" de R. Boscovich desempenharam um papel crucial na formação da crítica de Nietzsche ao materialismo. Lange argumenta que o materialismo é incapaz de sustentar suas premissas, sendo válido apenas como um recurso metodológico. Nietzsche se apropria dessa abordagem para defender o vitalismo inerente à sua filosofia e, simultaneamente, adota a crítica de Boscovich ao atomismo materialista. Boscovich se opõe à ideia corpuscular da matéria e propõe uma perspectiva dinâmica das forças e fenômenos, compreendendo o mundo como um aglomerado de pontos de força indefinidos em extensão. Munido desses intelectuais, Nietzsche se posiciona de forma radical contra o materialismo, abraçando uma visão dinâmica do universo como "Vontade de Potência", baseada na noção de forças em vez de matéria. Ao rejeitar o materialismo, ele afirma a natureza dinâmica do mundo e, assim, adota uma postura antimaterialista, declarando: "Não existem substâncias que perdurem eternamente; a matéria é um equívoco, assim como o deus dos eleatas" (Gaia Ciência, §109, Cia das Letras).
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