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INTRODUÇÃO À METAFÍSICA


“Nenhuma ciência demonstra seu próprio objeto” afirmou Aristóteles em sua obra Metafísica, assim, a metafísica parte de um dado, ou seja, inicia com as coisas que estão imediatamente presentes à mente antes de serem elaboradas, quer dizer, estão presentes a um sujeito que conhece, sendo um ponto de partida para o conhecimento, não sendo, todavia, ainda conhecimento. Podemos afirmar que o primeiro dado conhecido é o da autoconsciência sendo afirmada diretamente pelo sujeito que tende naturalmente para conhecer os objetos, ou seja, as coisas do mundo físico.
Na visão Aristotélico-Tomista o ser é anterior ao conhecer, quer dizer, o objeto se impõe ao sujeito. Objeto é tudo que difere do sujeito cognoscente. (Os dados se dividem em: a) dados corporais, isto é, aqueles estão presentes aos sentidos, são as sensações, b) dados representados, onde os objetos estão ausentes, quer dizer, são as imagens das sensações e, por último c) dados pensados ou abstratos que por sua vez, são os mais importantes porque resultam no entendimento. Podemos resumir na sequência: sensação (apreensão), imaginação (juízo) e raciocínio (intelecção). Para a metafísica ,todo saber científico é universal, objetivo e necessário, contrapondo-se ao saber popular ou o do senso comum que é particular, subjetivo, comum a todos os sujeitos; já o saber Universal, é objetivo, comum a todos os objetos. Através da consciência que em sentido epistemológico, representa primeiramente o sujeito do conhecimento, onde se pode falar de uma relação entre consciência e objeto consciente, equivalendo à relação sujeito-objeto que podemos entender como sendo a experiência subjetiva do (ser) sujeito e da experiência objetiva do ser (objeto). ((Os conceitos formados pela consciência se dividem em: a) empíricos, quer dizer, são particulares dependentes da experiência Ex: este texto; e b) transcendentais, que são universais, independem da experiência para serem formulados, Ex: o homem existe. Através da experiência o ser que nos é dado pela experiência do mundo e de si mesmo é a experiência do senso comum, experiência da realidade que leva a afirmação do ser: algo existe que é uma afirmação direta decorrente da presença do objeto onde o ser se impõe a existência na visão Aristotélico-Tomista. A filosofia parte em uma reação hipotética (do senso comum) e tenta categoricamente levar o homem a abranger seus conhecimentos para afirmações categóricas e assim, construir densamente seu edifício filosófico. A filosofia e a ciência possuem o mesmo objeto material, mas não o mesmo objeto formal. O objeto material da filosofia é o mundo e a humanidade. O objeto formal da filosofia é a determinação das leis e da natureza profunda das coisas.
A ideia de ser enquanto ser é indefinível, enquanto sua compreensão, todo ser se define em relação a outros, as ideias representam alguma coisa, são signos de alguma coisa. A ideia de ser não é abstrata, é globalizante, quer dizer, envolve tudo que existe. A ideia de ser sintetiza todo real, de maneira obscura, portanto há uma semelhança, similitude entre tudo que existe, isto é, uma semelhança ontológica, ou seja, o existir enquanto ser. Portanto, o conceito de ser é analógico, isto é, há semelhança de uma coisa com a outra, similitude de seus caracteres ou funções com outras. O ser afirma Aristóteles na metafísica “diz-se de muitas maneiras”, embora se diga primeiramente como substância. Os escolásticos aceitaram e elaboraram a doutrina aristotélica onde, muitos deles, ao referirem-se aos nomes ou termos, distinguiram entre o modo de falar unívoco, equívoco e análogo. A tendência geral da filosofia moderna constituiu quase sempre em se referir à analogia ou no sentido de uma similaridade de relações os termos abstratos ou então, no sentido de uma semelhança entre as coisas, dando, portanto neste último caso, a analogia, um sentido claramente metafórico. O ser enquanto ser é: distinto, indiviso, semelhante, inteligível, etc.
Tudo isso forma a antinomia do ser, ou seja, sua posição recíproca, antinomia do um e do múltiplo. Ex: o ser é (TESE), o ser não é (ANTÍTESE) implica na síntese que é o ser. Diante disso, podemos afirmar que o conflito é a lei do ser. Parmênides e Heráclito deram uma solução radical ao problema do ser. Parmênides estabeleceu um monismo estático absoluto do ser e Heráclito, postulou pluralismo absoluto, onde existe apenas a impermanência, o devir. Aristóteles por sua vez tentou resolver a antinomia do um e do múltiplo, estabelecendo os conceitos de ato e potência. O ato é ser (um) e o múltiplo, mudança, vir-a-ser, portanto, potência. O vir a ser é uma potência que está atuando que é o ato é um ser em potência enquanto tal. Múltiplo implica em mudança, movimento, portanto é imperfeição. Toda transformação ou mudança implica do sujeito transformando a presença de um princípio determinabilidade. Se o ser muda é porque tem esse poder de mudança em si, que se realiza através da causa eficiente ou motora até o ato puro ou enteléquia, quer dizer, ato puro perfeito, onde não há potência, ele é o imóvel, que move sem ser movido que Aristóteles chamou de motor não movido. A atividade do ser finito implica em um princípio onde ha uma estreita relação entre o ser e o agir, o agir é um acréscimo ao ser dando-lhe a possibilidade de ser mais, pois o agir implica mudança e essa mudança está relacionada com movimento para uma perfeição maior, assim, o agir segue o ser (AGERE SEQUITUR ESSE) para ser mais, no entanto, em um sentido limitado. “nós somos capaz de pensar o infinito, mas temos que nos contentar com finito”, afirmou Descartes ou ainda em uma máxima de Schopenhauer “o homem pode fazer o que quer, mas não pode querer o que quer”. A atividade do ser finito implica dentro dele a presença de uma potência de operação distinta dos princípios de determinação do sujeito ativo. “““ “““ O um implica oposição ao múltiplo, o um é o ser enquanto aqui ato primeiro; o múltiplo é a mudança, logo ato posterior ou secundário, no entanto, ha uma similitude, onde uma coisa possui” semelhança”, quando essa coisa está em vez de outra, de modo que a segunda pode ser conhecida pela primeira. São Tomás de Aquino utiliza o termo como tradução do símbolo em Aristóteles. o conjunto dos seres finitos formam uma ordem estática no sentido de que todos estão ligados uns aos outros por uma relação de similitude ontológica ou seja suas atividades contribuem para realizar uma evolução harmoniosa do universo. A experiência do ser nos mostra uma multidão de indivíduos finitos, de certa forma semelhantes, onde cada um deles é fonte de atividades complexas, pois, cada elemento da nossa atividade nos coloca em contato com diferentes objetos no mundo ou seja, o sujeito é objeto em relação a outros seres, onde os seres finitos são totalmente dependentes, isto é precisam de outros para sobreviver, daí também que o mundo finito forma também uma ordem dinâmica, onde há uma influência de um para com os outros, eles estão buscando os componentes necessários para sua sobrevivência havendo uma finalidade mútua, Cada um busca um outro, há uma harmonia pré-estabelecida, nada há na natureza que não sirva para outro ser, tudo tem sua função. a mudança dos seres finitos cujo princípio está No íntimo do seu ser haja vista que não é de todo perfeito, procura adquirir perfeições maiores. O ser no sentido lato, não implica em uma perfeição, primeira causa de todas as outras coisas( seres finitos). A atividade faz o ser finito sair do isolamento, colocando-o em comunicação com os outros, para atualizar sua potência e operação, saindo da passividade do meio onde se encontra. O princípio e causalidade, ou seja, a relação entre uma causa e efeito implica em uma realidade intrínseca do ser, ou seja, a existência não se impõe ela depende de outra realidade e extrínseco o que é a causa eficiente ou motora na visão aristotélica é o motor não movido causa primária de todas as coisas.
A realidade do universo implica na independência de todos os seres causados Isto é finitos não a compreensão dos seres finitos isoladamente é preciso relacioná-los com o meio externo para poder haver uma compreensão e essa compreensão implica na similitude odontológica (SIMILITUDO), na potência de operação que todos os seres finitos possuem havendo destarte uma relação de interdependência, ou seja, uma solidariedade Independência relatividade e condicionamento postulado pelo ser infinito. A teoria das causas foi pela primeira vez na história da filosofia criada por Aristóteles, ele tratou o problema da causa, da sua natureza e de suas espécies em várias partes de sua obra. A mais célebre efluente doutrina aristotélica a esse respeito é a classificação das causas e quatro tipos: a causa eficiente O que é o princípio da mudança, causa material, ou aquilo do qual algo surge ou mediante o qual virá a ser, a causa formal, que é a ideia ou paradigma, modelo e a causa final que é a realidade para o qual as coisas tendem a ser. Quanto maior a causa maior o efeito, e te implica obviamente que o efeito é menor do que a causa, perguntar pela causa significa perguntar o porquê e uma coisa. A doutrina de Aristóteles demonstra a Estreita conexão entre a noção de causa e de substância. A causa é o princípio de inteligibilidade Por que compreender a causa significa compreender a articulação interna de uma substância Isto é a razão pela qual uma substância qualquer, por exemplo, um homem ou Deus ou uma pedra é o que é e não pode ser o agir diferentemente. No pensamento escolástico e especialmente no tomismo, a doutrina aristotélica sobre a natureza da causa e a espécie concretiza-se e refina-se é consideravelmente. A causalidade é para Santo mais aquilo ao qual algo se segue necessariamente. Trata-se de um princípio, mas de um princípio de caráter positivo que afeta realmente algo. A causalidade distingue-se nesse sentido no princípio geral. O princípio é aquilo de que algo procede (O principiado) “de um modo qualquer” a causa é aquilo de que algo procede ao causado e o modo específico. Princípio e causa são anos de certo modo princípios, mas enquanto o primeiro o é segundo a realidade. Assim, se estabelece a diferença entre a relação princípio consequência e causa e efeito como sendo de fundamental importância no tratamento da noção de causalidade.
Existem, basicamente, duas maneiras possíveis de ser: 1) ser por si mesmo Isto é causa de si mesmo (CAUSA SUI), existência necessária. Causa sui exprime tanto um significado negativo como positivo. Negativamente significa aquilo que é por Si mesmo, aquilo que não deve em seu ser alguma coisa Isto é Independência absoluta do ser, incausabilidade, (Deus é incausado). Positivamente causa sui significa aquilo cuja própria natureza ou essência implica na existência Isto é Deus é o fundamento no seu próprio ser considerado como causa do seu próprio ser, “ele como que é a causa eficiente de sua própria existência” como afirmou de Descartes.
(2) Ser por outro Isto é não poder ser por si mesmo, depende totalmente e outro para existir, isso se aplica aos seres finitos Quem são causados pelo ser cuja existência não depende nada nos seres Pelos quais o ser infinito criou.
Daqui podemos tirar algumas conclusões todos os modos de ser aplicando o princípio de causalidade Onde se deduz imediatamente o princípio do ser, podendo concluir quê para todo ser que existe não há alternativa possível ainda existe possui ou por outro.
Todo ser é por si ou por outro. Todo ser é absoluto ou relativo. Todo ser é causado ou é incausado.
Aplicando o princípio de causalidade vemos claramente que o finito é causado, pois, a similitude ontológica mostra que o ser finito é semelhante aos outros, não existindo destarte, por si mesmo e o que existe não existe por si é causado relativo dependente. O ser infinito só é semelhante em seu próprio ser, é no seu próprio ser que ele é causado ou condicionado.
A tendência ativa do princípio de causalidade nos leva a perceber a influência e uma causa extrínseca ao sujeito que muda ele muda aparece, evolui, desaparece. Um sujeito não poderá mudar por seus próprios meios sem sofrer influência de uma causa extrínseca. Essa mudança não é inteligível enquanto considera unicamente o sujeito que muda, mas em virtude do princípio de causalidade, uma causa extrínseca se impõe forma, o que não é possível por uma causa, o sujeito que muda é finito logo ele não é possível muda por uma causa. Daqui podemos tirar algumas conclusões: Tudo que começa a existir é causado, tudo que Essência desistir é causado, tudo que se transforma em movido por uma causa. Um ser finito possui essencialmente uma potência de operação tendo em vista uma perfeição nova que adquire enquanto age. No mundo de nossa experiência, atividade nos seres finitos, Comporta manifestamente uma dependência superficial, eles estão em relação com o meio e recebe deste o complemento para atualizar sua potência haja Vista que ele não é um ser que se basta por ele mesmo. Daqui se conclui que sua atividade implica necessariamente dependência em seu próprio ser, ou seja, na sua própria constituição. Os sinais de dependência e relatividade dos seres finitos são explicados por suas determinabilidades, sua tendência ativa, quer dizer, sua busca por algo fora de si porque tem necessidade de complemento. O ser finito é um ser que não se explica por si mesmo, logo, ele é causado, é condicionado, onde sua ordem nada é senão o conjunto dos seres finitos, tendo em vista que a ordem dos seres finitos não é uma realidade absoluta porque toda mudança implica necessariamente em dependência. Consequentemente, a realidade integral é imutável, não pode ser condicionada, ela existe em e por si, isso implica que ela transcende a toda ordem dos seres finitos.

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