O "Não perdoo, mas esqueço" é uma afirmação paradoxal e que deve ser entendida adequadamente porque Nietzsche não queria ser mal compreendido "Sobretudo não me confundam"Cf.EH. Para ele, o perdão, não raras vezes, mantém viva a ofensa na memória enquanto que o esquecimento teria o objetivo de afastar os atos ocorridos e, tentar não os manter na memória porque o esquecimento é uma forma mais ativa e saudável do que o perdão porque este pode ser uma forma camuflada de continuar preso ao ocorrido (Cf- GM-II-1). O Esquecimento é para ele, um convite a viver uma vida afirmativa e divina! Vejamos as citações: "O que um dia foi pesado, afundou em azul esquecimento ansioso está agora meu barco” (Ditirambos de Dioniso.); “Homem, homem esquece! [...] Lança ao mar o que tem de mais pesado! Eis o mar, lança te ao mar! Divina é a arte do esquecimento!” (Frag.Post. 1888,20,[46]. "Para quem sofre, é uma alegria inebriante desviar o olhar de seu sofrimento e esquecer de si mesmo" (Cf. ABM). Assim , podemos concluir que o esquecimento por ser uma força ativa, tem o poder de libertação do sofrimento onde " Não poderia haver felicidade,jovialidade,esperança,orgulho,presente,sem o esquecimento" (Cf. GM-II-1).
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