A teoria sobre o egoísmo,
colocada como um modelo absoluto para todas as pessoas do mundo, com a
finalidade de evitar que o interesse de uma pessoa pudesse sobrepujar o da outra,
constata-se que fica difícil solucionar esse problema. Nietzsche tenta
solucioná-lo através do valor natural do egoísmo fundado na distinção de tipos
ascendentes de indivíduos e de tipos decadentes. Desse modo, não considera a
universalidade e sim, as individualidades criadoras.
“O
egoísmo vale tanto quanto vale fisiologicamente aquele que o tem: pode valer
muito, e pode carecer de valor e ser desprezível. Cada indivíduo pode ser
examinado para ver se representa a linha ascendente ou a linha descendente da
vida". (Nietsche, Crepúsculo do Ídolos, §33, p. 81, Cia das letras).
“Para os indivíduos ascendentes “seu valor é efetivamente extraordinário”
devido à consideração que esses tipos de indivíduos têm para com a vida como um
todo” em função da totalidade da vida, que com ele dá um passo adiante “(Id.
ibidem).
Por outro lado, os indivíduos decadentes, vis,
reles, plebeus têm um tipo de egoísmo doentio devido as suas ações ser de
“utilidade estreita e mesquinha” eles representam segundo Nietzsche “o
desenvolvimento para baixo, o declínio, a crônica degeneração e adoecimento,
tem pouco valor”. (Id, ibidem). A defesa de Nietzsche está a favor do egoísmo
dos tipos nobres porquê:
"grandeza da alma, envolve independência; mas sem grandeza espiritual, a
grandeza de alma não é permitida; senão esta promove a sandice, até mesmo pelo
querer beneficiar, como pelo seu exercer a “justiça”. Os espíritos menores têm
de obedecer - portanto, não podem ter grandeza. "(Nietzsche, Vontade
de Poder, §984, p. 479. Ed. Contraponto).
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